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"Começou com um probleminha, só que depois se tornou bem grande e grave. Eu fiquei esperando achando que era uma espinha. Quando fui ao médico, eles fizeram as medições e o tumor já estava com mais de três centímetros.” Esse é o relato do seu Valdir Isidio, de 68 anos, morador de Pouso Redondo. Há um ano, ele descobriu um câncer de pele. A lesão, que inicialmente parecia apenas uma espinha, foi se desenvolvendo até que, após 1 ano, ele resolveu buscar o atendimento médico.


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Casos como esse são mais comuns do que imaginamos. Os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o câncer de pele é o de maior incidência no Brasil, e em Santa Catarina não é diferente. Com uma população com atividades laborais em que há uma grande exposição ao sol, como a agricultura, pescadores e trabalhadores de beira de praia, além da colonização que traz a tendência da pele clara, os casos são frequentes.

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Fotos: Marco Favero | Secom

Mas seu Isidio conseguiu o tratamento após o encaminhamento através do posto de saúde, pelo serviço de teledermatologia oferecido no Estado. Ele passou pela consulta com o dermatologista no Hospital Santa Teresa (HST), em São Pedro de Alcântara. A unidade faz parte da rede de hospitais próprios da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e é referência em dermatologia no Estado.

Após a detecção, ele passou pela cirurgia, utilizando uma técnica considerada padrão ouro no tratamento do câncer de pele não melanoma oferecida no HST, chamada cirurgia micrográfica. O médico dermatologista Gustavo Amorim explica que esse procedimento, realizado durante o ato cirúrgico, consiste em uma biópsia do tecido removido. “O tecido suspeito é removido, e aquela peça cirúrgica é tratada de tal forma que são confeccionadas lâminas. Essas lâminas são analisadas no microscópio durante a cirurgia. Neste momento, já é feita a leitura da lâmina para entender se o câncer está sendo completamente removido. Uma vez completamente removido, a cirurgia é completada com o fechamento cirúrgico e os cuidados pós-operatórios. Isso significa que esse paciente vai continuar acompanhado no nosso serviço, mas via de regra, ele está curado ao término do procedimento.”

Além do tratamento após a detecção do tumor, o HST oferece também o exame de videodermatoscopia. O equipamento de última geração é utilizado para realizar o mapeamento corporal de pacientes de alto risco, especialmente aqueles com maior propensão a melanoma. São pessoas de pele clara, com muitos sinais, e geralmente com histórico familiar ou pessoal de melanoma.

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Através de fotografias, é realizado o mapeamento corporal total do paciente, identificando todas as pintas individualmente e produzindo um banco de imagens. A partir da análise do dermatologista, as pintas de "preocupação", aquelas que possuem características diferenciadas, são analisadas mais detalhadamente, podendo haver a indicação de remoção.

Em outros casos, o paciente é acompanhado periodicamente refazendo o exame, pois o equipamento permite a análise milimétrica das pintas, identificando qualquer mínima alteração. "Isso permite dar uma orientação mais fidedigna porque a gente vai ter certeza se as pintas evoluíram ou não, se não evoluíram, se é uma pintinha do bem e se está lá estável ou se houve alguma alteração. Essa técnica é tão apurada que detecta alterações mínimas", explica Gustavo.

No HST, são realizados todos os tipos de tratamento para o câncer de pele, desde as cirurgias mais simples até as mais amplas que necessitam de reconstrução da pele com enxerto ou retalho. Além disso, a unidade dispõe de 106 leitos de enfermaria.

Apesar de os serviços de prevenção e tratamento da doença serem amplamente ofertados no Estado, os números de óbitos são significativos. Em 2022, 313 pacientes perderam a vida em decorrência do câncer de pele em Santa Catarina. O dermatologista faz um alerta: "o grande ponto que a gente precisa que a população e as pessoas entendam é que ninguém deveria morrer de melanoma, ainda mais em um estado que hoje oferece tratamento. Mas isso acontece porque o tratamento já foi feito em um momento que o tumor era invasivo e, nesse momento, há o risco de uma dessas células adentrar a corrente sanguínea e formar novos tumores em outros órgãos. Sempre que fizermos um diagnóstico precoce, estaremos curando 100% dos nossos casos. Se atrasarmos um pouco esse diagnóstico, incorremos no risco da doença se desenvolver, e aí temos um tratamento um pouco mais delicado e, às vezes, com prognósticos ruins de fato".

Para seu Isidio, o tratamento foi um sucesso, o que significa um Natal tranquilo em família, mas o recado é importante. "Que jamais façam o que eu fiz, qualquer sinal de uma espinha ou qualquer sinal que inflamou alguma mancha, procurem o médico, jamais façam o que eu fiz. Cuidem, cuidem muito", alerta.

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Karla Lobato
Assessoria de Comunicação
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