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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santa Catarina é o único da região sul a cobrir 100% da população do Estado, de acordo com dados levantados até o final de 2020.

Ao todo, o Serviço engloba mais de 7 milhões de catarinenses, com 96 Unidades de Suporte Básico, um avião, dois helicópteros e 23 Unidades de Suporte Avançados. Dentro de uma gerência tripartite, o SAMU SC conta com a administração das Centrais de Regulação, das USAs e das asas fixas e rotativas a nível Estadual, enquanto os municípios administram as Unidades de Suporte Básico. O recurso repassado é federal.

Num comparativo com outros Estados, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Santa Catarina é diferenciado. O Rio Grande do Sul cobre 10,3 milhões de pessoas, o que corresponde a 91,2%; enquanto o Serviço no Paraná engloba 10,2 milhões de cidadãos, que é cerca de 90,2%. No ano passado, o SAMU atendeu cerca de 169 mil ocorrências no ano – o que dá cerca de 463 atendimentos/dia. Neste ano, igualmente, o Serviço já realizou 28% a mais transferências do que no ano passado, num comparativo com os mesmos dois primeiros meses.

O SAMU faz parte da Rede de Urgência e Emergência (RUE) da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, que logisticamente abarca o Atendimento Pré-Hospitalar Móvel e o Atendimento Pré-Hospitalar Fixo.

O que é o Sistema Pré-Hospitalar?

Na área de urgência, o nível “pré-hospitalar” é o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo de sua saúde – de natureza clínica, cirúrgica, traumática ou psiquiátrica. O atendimento pré-hospitalar é o primeiro atendimento, aquele que busca fornecer o serviço necessário para a estabilização do quadro de urgência apresentado. A portaria número 2048 publicou no ano de 2002 que esse tipo de atendimento deveria ser realizado pelo serviço de saúde adequado e devidamente hierarquizado do Sistema Único de Saúde.

A portaria nº 2048 nasceu de um entendimento do Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias de Saúde, quanto ao aperfeiçoamento do atendimento às urgências e emergências no País – tanto pela criação de mecanismos para a implantação de Sistemas de Referência quanto pela realização de investimentos relativos ao custeio e adequação física e de equipamentos dos serviços integrantes das redes, na área de assistência pré-hospitalar, nas Centrais de Regulação, na capacitação de recursos humanos, na edição de normas específicas para a área e na efetiva estruturação. Na portaria publicada no dia 5 de novembro, o Ministério aprovou um regulamento técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência e dividiu a responsabilidade do planejamento, das condições de gestão e implantações com as Secretarias Estaduais, que conhecem mais as respectivas realidades regionais.

Segundo a portaria, ainda, o Serviço: “(...) deve ser entendido como uma atribuição da área da saúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população de um município ou uma região, podendo, portanto, extrapolar os limites municipais. Esta região de cobertura deve ser previamente definida, considerando-se aspectos demográficos, populacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitualmente utilizados”. A portaria também ressalta que o atendimento precisa estar vinculado a uma Central de Regulação de Urgências e Emergências de fácil acesso por telefone, em um sistema gratuito e referencial: o 192.

Como funciona o 192?

O primeiro contato que o cidadão possui com o sistema pré-hospitalar é por telefone, muitas vezes. A ligação é atendida por um Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM) que passa a ligação para o Médico Regulador. O Médico Regulador, após julgar a urgência de cada caso, define a resposta mais adequada, seja por conselho médico, enviando uma equipe de atendimento ao local ou pelo acionamento de múltiplos meios. A ligação é, enfim, repassada ao Rádio Operador, que aciona o meio escolhido pelo Regulador. As Unidades de Suporte de Atendimento podem ser Básicas ou Avançadas, dependendo da gravidade do caso. O meio aéreo também pode ser utilizado, se necessário. Cada macrorregião possui uma Central de Regulação de Urgência. Ao todo, 79 pessoas trabalham por plantão no Estado de Santa Catarina, numa Central de Regulação – entre TARMs, ROs e Médicos.

Modelo de regulação

O SAMU brasileiro é inspirado no modelo francês de Urgência e Emergência, onde todo procedimento passa por um atendimento telefônico, primeiramente, discernindo a prioridade de cada caso e o grau presumido de urgência pela compreensão de um médico regulador. Esse atendimento, muitas vezes, pode ser inclusive resolvido pela ligação telefônica com uma simples orientação. Em Santa Catarina, o Serviço iniciou em 2005, após uma resolução da CIB em 2004.

Ao mesmo tempo, outro braço do Atendimento Pré-Hospitalar Catarinense é o Corpo de Bombeiros Militar, que cobre ocorrências urgentes com outro tipo de apoio, o do reencaminhamento direto ao Hospital. Esse modelo é baseado nos paramédicos norte-americanos, onde o paciente é atendido e levado ao ambiente hospitalar mais próximo. Atualmente, os Bombeiros contam com 160 viaturas de Auto Socorro de Urgência (ASUs), o que complementa as áreas de atuação do APH móvel pelo SAMU. A integração entre os Serviços é referência nacional, inclusive. Além dos 160 ASUs, há 42 veículos dos Bombeiros Voluntários, o que resulta num total de 202 unidades e, somado com o SAMU, 298 Unidades de Suporte Básico.

Distribuição de Unidades

São 23 Unidades de Suporte Avançados (USA), conhecidas como UTIs Móveis, distribuídas por oito macrorregiões: duas na Serra Catarinense, três no Meio Oeste, duas na Foz do Itajaí, três no Grande Oeste, três no Sul, quatro na região Norte-Nordeste, duas no Vale do Itajaí e quatro na Grande Florianópolis.

As USAs são formadas por três profissionais p/equipe:

  • um condutor socorrista

  • um enfermeiro intervencionista

  • um médico intervencionista.

São 69 profissionais, ao todo, espalhados pelo Estado de Santa Catarina, por plantão.

Já as Unidades de Suporte Básico (USB) são 96 veículos distribuídos por oito macrorregiões: oito na Serra Catarinense, nove no Meio Oeste, seis na Foz do Itajaí, 11 no Grande Oeste, 16 no Sul, 13 na região Norte-Nordeste, 14 no Vale do Itajaí e 18 na Grande Florianópolis.

As USBs são formadas por dois profissionais p/equipe:

  • um condutor socorrista

  • um auxiliar ou técnico de enfermagem

São 192 profissionais, ao todo, espalhados pelo Estado de Santa Catarina, por plantão.

Por fim, o Serviço também conta com o Suporte Aéreo. É um helicóptero (asa rotativa) e um avião (asa fixa) na Grande Florianópolis e um helicóptero (asa rotativa) no Vale do Itajaí. O Serviço Aéreo conta com um enfermeiro de voo, um médico de voo e pilotos e tripulantes operacionais do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Por população

O SAMU SC engloba 100% da população catarinense dividida pelas oito macrorregiões de Saúde, que são: Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte-Nordeste, Sul, Grande Oeste, Foz do Itajaí, Serra Catarinense e Meio Oeste.

Na Grande Florianópolis são 18 Unidades de Suporte Básico, quatro Unidades de Suporte Avançado, um Avião e um Helicóptero, que alcançam cerca de 1,2 milhão de pessoas. As USBs ficam em São José, Palhoça, Biguaçu, Rancho Queimado, Santo Amaro, Tijucas, Garopaba, Nova Trento, São Bonifácio, Águas Mornas e Alfredo Wagner. Enquanto as USAs ficam em Palhoça, São José e Florianópolis. As ocorrências são reguladas na Capital.

Já no Vale do Itajaí são 14 Unidades de Suporte Básico, duas Unidades de Suporte Avançado e um Helicóptero, que atingem cerca de 1,04 milhão de pessoas. São USBs espalhadas por Blumenau, Ascurra, Brusque, Gaspar, Ibirama, Indaial, Ituporanga, Pomerode, Rio do Sul, Taió, Timbó e Witmarsun. As USAs ficam em Blumenau e Rio do Sul. As ocorrências são reguladas em Blumenau.

Na região Norte-Nordeste são 13 Unidades de Suporte Básico e quatro Unidades de Suporte Avançado, que abrangem cerca de 1,4 milhão de pessoas. As USBs ficam nas cidades de Joinville, Canoinhas, Guaramirim, Irineópolis, Itapoá, Jaraguá do Sul, Rio Negrinho, São Bento, São Francisco e Bela Vista do Toldo. Já as USAs estão em Canoinhas, Joinville, Jaraguá do Sul e Mafra. As ocorrências são reguladas em Joinville.

No Sul do Estado são 16 Unidades de Suporte Básico e três Unidades de Suporte Avançado, que englobam cerca de 999 mil pessoas. As USBs ficam nas cidades de Criciúma, Braço do Norte, Forquilinhas, Imbituba, Laguna, Meleiro, Lauro Muller, Morro da Fumaça, Orleans, Santa Rosa do Sul, Siderópolis, Sombrio, Tubarão, Içara e Turvo. As USAs estão em Araranguá, Criciuma e Tubarão. As ocorrências são reguladas em Criciúma.

Na região do Grande Oeste são 11 Unidades de Suporte Básico e três Unidades de Suporte Avançado, que alcançam cerca de 789 mil pessoas. As USBs ficam nas cidades de Chapecó, Xanxerê, São Miguel do Oeste, Maravilha, Ponte Serrada, Quilombo, Itapiranga, São Carlos, São Lourenço e Dionísio Cerqueira. As USAs estão em Xanxerê, Chapecó e São Miguel do Oeste, enquanto as ocorrências são reguladas em Chapecó.

Na Foz do Itajaí são seis Unidades de Suporte Básico e duas Unidades de Suporte Avançado, que abrangem cerca de 698 mil pessoas. As USBs ficam nas cidades de Balneário Camboriú, Camboriú, Bombinhas, Itajaí, Navegantes e Itapema. As USAs estão em Balneário Camboriú e Itajaí, enquanto as ocorrências são reguladas em Balneário Camboriú.

Na Serra Catarinense são oito Unidades de Suporte Básico e duas Unidades de Suporte Avançado, que atingem cerca de 291 mil pessoas. As USBs ficam nas cidades de Lages, São Joaquim, Campo Belo do Sul, Otacílio Costa, Bocaina do Sul, São José do Cerrito e Bom Retiro. As USAs estão em Lages e São Joaquim. As ocorrências são reguladas em Lages.

Finalmente, no Meio Oeste são nove Unidades de Suporte Básico e três Unidades de Suporte Avançado, que englobam cerca de 628 mil pessoas. As USBs ficam nas cidades de Joaçaba, Concórdia, Campos Novos, Fraiburgo, Iomerê, Jaborá, Videira, Seara e Tangará. As USAs estão em Caçador, Joaçaba e Curitibanos. As ocorrências são reguladas em Joaçaba.

Afinal, qual a diferença de uma USB para uma USA?

Além do número de profissionais que trabalham em cada uma, o médico é o principal diferencial de uma UTI móvel, bem como o tipo de equipamento utilizado na Unidade de Suporte Avançado. A USA conta com, além de material de consumo básico, conta com respirador a volume, monitor multiparâmetro, oxímetro digital, bomba de infusão para seringas, material para imobilização e medicamentos de cuidados intensivos e, alguns casos, aspirador cirúrgico para ambulância e incubadora para transporte de recém-nascido. Por isso, as USAs são geralmente acionadas em casos considerados mais graves para o Médico Regulador ou para prestar algum auxílio diferenciado para uma Unidade de Pronto Atendimento ou equipe de Suporte Básico.

     

Como os componentes da Rede de Atenção às Urgências são estruturas que se complementam em nível de complexidade e resolutividade, de acordo com a necessidade da demanda e perfil, quando o atendimento primário é realizado pelo APH- Móvel, o paciente pode ser encaminhado a estrutura do APH- Fixo, como as UPAS 24h, ou as estruturas de portas hospitalares de Emergência.

Rede de Atenção às Urgências e Emergências, o APH FIXO

A Rede de Atenção às Urgências tem a finalidade de articular e integrar todos os equipamentos de saúde, com o objetivo de ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência nos Serviços de Saúde.

Dentro da Rede de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde, além do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, há a estrutura de articulação e orientação do APH Fixo, que é conhecido também como Porta Fixa. As portas de Entrada Hospitalares de Urgência habilitadas na Rede de Atenção às Urgências são os serviços instalados em uma Unidade Hospitalar para prestar atendimento ininterrupto ao conjunto de demandas espontâneas e referenciadas de urgências clínicas, pediátricas, cirúrgicas e/ou traumatológicas.

O APH Fixo, em SC, também é responsável por monitorar as informações sobre as emergências hospitalares de UPAs do Estado, de forma regionalizada, nas oito macrorregiões de Saúde – Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte-Nordeste, Sul, Grande Oeste, Foz do Itajaí, Serra Catarinense e Meio Oeste. Ao todo, isto engloba 29 UPAs 24h, 124 Hospitais e 8 pronto atendimentos, no Estado.

Em último relatório levantado pela Diretoria da Porta Fixa, registrou-se o abastecimento de equipamentos em cada emergência hospitalar, tais como monitores, respiradores, bombas de infusão e carrinho de emergência. Os dados apontam: 82 monitores, 190 respiradores, 228 bombas de infusão e 24 carrinhos de emergência, na região da Foz do Rio Itajaí; 655 monitores, 384 respiradores, 1.727 bombas de infusão e 125 carrinhos de emergência, no Vale do Itajaí; 620 monitores, 329 respiradores, 968 bombas de infusão e 158 carrinhos de emergência, no Sul do Estado; 292 monitores, 162 respiradores, 618 bombas de infusão e 89 carrinhos de emergência, no Meio Oeste; 287 monitores, 261 respiradores, 687 bombas de infusão e 64 carrinhos de emergência, no Grande Oeste; mais de 100 monitores, mais de 57 respiradores, mais de 168 bombas de infusão e mais de 46 carrinhos de urgência, na Grande Florianópolis, 896 monitores, 519 respiradores, 2.368 bombas de infusão e 167 carrinhos de urgência, no Planalto Norte-Nordeste; 204 monitores, 136 respiradores, 582 bombas de infusão e 59 carrinhos de emergência, na Serra Catarinense.

A soma é de 3.137 monitores, 2.038 respiradores, 7.346 bombas de infusão e 732 carrinhos de emergência, no Estado de Santa Catarina, na rede hospitalar de urgência e emergência.

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Andrey Lehnemann
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