Acidentes domésticos são responsáveis pela maioria das queimaduras em crianças. Por conta disso, no Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, 6 de junho, o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) realizou atividades educativas e recreativas com crianças, abordando a importância da prevenção de queimaduras.
A ação foi desenvolvida pelos profissionais da Unidade de Queimados do hospital, em parceria com alunos da graduação, mestrado e doutorado do Grupo de Enfermagem Dermatológica em Condições Crônicas de Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
A diretora do HIJG, Tatiana Titericz, destacou a importância da prevenção de queimaduras. “O hospital é referência no estado de Santa Catarina nesse tipo de atendimento. As queimaduras hoje é o quarto maior problema de saúde pública e nós temos profissionais capacitados e uma ala de queimados,” afirma.
Foram distribuídos materiais educativos, como gibis, e realizadas brincadeiras com as crianças. Além disso, houve visitas nas áreas de atendimento ambulatorial, internação e emergência do hospital, com orientações sobre o tema.
A mamãe Elaine Alves Cardoso, de 28 anos, relembra a angústia que passou com sua filha de oito meses. “Fui colocar a água esquentar para dar banho na minha filha, na banheira. A tampinha da banheira estava vazando água e ela estava sentada na cama. Não sei se foi da água vazando ou se ela botou a mãozinha na banheira, mas virou toda a água nas perninhas e no pezinho dela. Foi muito rápido. Fomos ao hospital da minha cidade, em São João Batista, de lá me transferiram para o Hospital Infantil Joana de Gusmão. Chegando, o médico examinou ela por inteiro, falou que era de segundo grau profundo. Ela fez o primeiro enxerto no pé direito. Já faz 35 dias que estou aqui. Os profissionais são excelentes e acompanham tudo certinho”.
Atualmente, o ambulatório de Queimados do Hospital Infantil atende em média 120 pacientes por mês que sofreram queimaduras. A Unidade conta com oito vagas especializadas, sendo seis leitos de enfermaria e dois de isolamento para casos mais graves.
O médico cirurgião pediátrico e chefe da Unidade de Queimados, Rodrigo da Silva Feijó, alertou que a maioria das queimaduras são domésticas e que a cozinha é o local de maior incidência, principalmente com crianças. “Recebemos pacientes de todo o estado que necessitam de um atendimento especializado em queimaduras, por transferência hospitalar. Na nossa unidade, tratamos queimaduras de segundo e terceiro grau, que são as mais graves e necessitam internação. A maioria ocorre dentro de casa e cerca de 95% são em crianças”, explica.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, no Brasil ocorrem cerca de 1 milhão de acidentes com queimaduras a cada ano. Cerca de 80% desses casos são com crianças. Os altos índices de queimaduras por líquidos superaquecidos podem ser explicados pela grande curiosidade e instinto explorador dos pequenos.
A Organização Mundial da Saúde considera a queimadura o quarto tipo mais comum de trauma no mundo e chama a atenção pela incidência crescente em crianças, sendo em sua maioria acidentes domésticos devido a escaldaduras.