A partir de 1998 o Ministério da Saúde orienta ações para os serviços públicos pautadas no processo de humanização em virtude da necessidade de reavaliar a qualidade da atenção ao usuário e as condições laborais dos trabalhadores em saúde. Mesmo assim, Santa Catarina recebe o Prêmio Nacional Professor Galba de Araújo como destaque para o atendimento obstétrico e neonatal – com portaria GM/MS nº 2.883 de 04/06.
No ano 2000 surge a maior valorização da metodologia de Humanização da atenção hospitalar - Programa Nacional de Humanização de Assistência Hospitalar – PNHAH. Em Santa Catarina inicia-se como projeto piloto nos hospitais: Governador Celso Ramos, Universitário e Chapecó. O trabalho foi coordenado pelo Comitê de Humanização do MS, que inseriu mais formalmente na pauta institucional a questão da Humanização na Saúde. Corroborada pela 12ª Conferencia Nacional de Saúde, que evidencia a humanização das práticas como avanço de qualidade da assistência.
Assim, enfrentando um quadro de crise na saúde brasileira o PNHAH se fortalece e passa em 2003 a constituir a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (PNH). De programa a política, pois a humanização se dá de forma transversal às diferentes ações e instâncias gestoras do SUS, traduzindo os seus princípios nos modos de operar da rede, construindo trocas solidárias entre eles como usuários e trabalhadores dessa rede. Ou seja, a tarefa da humanização precisa se dar em todos os espaços do SUS e se articular à ideia de participação cidadã, reafirmando o espaço da política pública como local para a construção social do SUS. Como política pública a PNH atravessa as diferentes ações e instâncias gestoras do SUS; Apresenta-se como uma potente proposta para enfrentar o desafio da mudança dos modelos de atenção e de gestão das práticas de saúde e aposta na autonomia e no protagonismo dos sujeitos que, por meio da produção de novos desafios constroem a si mesmos. Em que, não há mudança fora do âmbito do sujeito senão a partir da experiência com o outro, no coletivo, em um encontro que propicia a produção do novo, reinventando e reinventando-se, em um modo diferente de fazer saúde. Neste sentido, houve necessidade de revisar também, a concepção de humanização descolando-a dos sentidos já consagrados pelo uso no campo da saúde, e que ainda hoje o vinculam a conceitos e valores como o de voluntarismo, assistencialismo, paternalismo, tecnicismo gerencial, entre outros.
A PNH chega a SES/SC por meio da Criação do Comitê de Humanização do Estado. Sendo assim, a SES mantém dois locais com o intuito de promover a política: Superintendência de Hospitais Públicos Estaduais (SUH) e Coordenação Estadual, já que a representação da PNH junto aos Hospitais permaneceu com formato de coordenação específica. A Coordenação Estadual passa a pertencer a Superintendência de Planejamento e Gestão, por meio da Diretoria de Educação Permanente (DEPS) como Divisão de Humanização.
Em 2005, a Escola de Saúde Pública de Santa Catarina Prof. MSc. Osvaldo de Oliveira Maciel, desenvolveu o primeiro curso de formação de apoiadores institucionais da PNH/SUS na modalidade aperfeiçoamento com adesão dos municípios, por meio das Secretarias Municipais de Saúde. Com 80 horas para 23 alunos, desenvolvido em 04 módulos, em que os participantes realizaram um projeto piloto para atuar junto aos servidores da administração central.
Em 2006, a mesma escola assume a condução da PNH – incluindo mais um eixo norteador no seu Projeto Político Pedagógico – Humanização como política transversal.
Durante os anos de 2008 a 2010, mantiveram-se as reuniões do Comitê de Humanização da DEPS permeando os espaços da pesquisa em saúde.
Em 2007, a coordenação de humanização dos hospitais públicos estaduais criou o NUSIS - Núcleo de Sistemas Organizacionais, com as seguintes ações: parceria com a UNISUL, formação de Grupo de Estudos para produção de documentos científicos, elaboração de projetos para carrear recursos financeiros e promover capacitação para os GTHs; Elaboração de Projetos para encaminhar à FAPESC; Capacitação para multiplicadores do Programa Transforma com formação de Servidor multiplicador (destaque na ação descentralizada); Organização das atividades do Seminário UNIPAZ; Participação na elaboração da Cartilha Direitos do Paciente; Protocolo Jurídico e Humanístico; Oficina- “Políticas de Humanização: Sensibilização dos Gestores Estaduais e Municipais do Estado de SC; Oficina Saúde e Trabalho; Proposta de alteração da Lei 13.324 de 20/01/05 (Cartilha dos Direitos do Paciente - Deputada Odete de Jesus. Of. Gab. Secretário 045/08-11/04/08); Elaboração da Instrução Normativa que regulamenta o acesso dos Religiosos às Unidades da SES; Parceria com o Serviço de Ouvidoria da SES/Escuta Qualificada; Análises Crítica do fluxo de atendimento da Emergência do HIJG; Melhoria das condições nos ambientes de trabalho; Revisão dos processos de trabalho; Ações antitabagismo e obesidade em parceria com a DVE e profissionais do HGCR; Implantação na Sede e Unidades do Programa “Fortalecendo as Redes Humanas para a Saúde Integral do Servidor.
2008- criação do Colegiado Estadual de Humanização em 24/09/08, a fim de propor um plano de ação de humanização no estado e acompanhar os processos de capacitação disparados neste território com o apoio do Ministério da Saúde.
Em 2009, aconteceu 2º curso de apoiadores da PNH, com 180h e formação de 63 apoiadores de humanização institucionais em todo o Estado, divididos em 8 Unidades de Produção, na modalidade aperfeiçoamento, edição Santa Catarina. Este curso foi fruto da atuação conjunta da Secretaria de Estado da Saúde, Escola de Saúde Pública de Santa Catarina, Ministério da Saúde, Política Nacional de Humanização e Universidade Federal de Santa Catarina. Com produção de um estudo de intervenção e parte em EaD utilizando a plataforma moodle.
Em 2011, ocorre a publicação da portaria que oficializa o Colegiado e elaboração das diretrizes do grupo. Acontece ainda, a análise da Lei Estadual nº 13324 de 20 de janeiro de 2005 que defini a cartilha dos “direitos dos pacientes”, publicada no diário oficial de Santa Catarina nº 17562, realizada pelos técnicos de saúde da área de humanização.