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FILAS DO SUS
Secretaria da Saúde entra em contato com pacientes

O usuário do SUS de Joinville que aguarda uma consulta com um especialista ou algum exame há mais de seis meses será contatado pela Secretaria da Saúde. Uma equipe de funcionários está ligando para confirmar se o usuário ainda necessita do atendimento. O contato será feito entre segunda-feira e sábado, pelos números de telefones cadastrados na ficha da unidade de saúde.


DENÚNCIA EM CURITIBA
Inquérito de crimes em UTI vai para o MP

A delegada do Núcleo de Repressão ao Crime Contra a Saúde (Nucrisa), Paula Brisola, entrega hoje ao Ministério Público do Paraná o inquérito policial sobre as mortes na UTI do Hospital Evangélico. No dia 19 de fevereiro, a chefe do setor, Virgínia Soares de Souza, foi presa sob a acusação de homicídio qualificado. Ela é suspeita de provocar a antecipação da morte de pacientes. O MP terá até cinco dias para se manifestar.


SAÚDE
Doutor, por que não funcionou ?

De acordo com especialistas, efeitos colaterais ou doenças podem ocorrer mesmo depois de a criança ser vacinada

Algumas crianças, mesmo vacinadas, adquirem o vírus das doenças contra as quais foram imunizadas. O fato deixa muitos pais inquietos com a possível ineficácia da vacina. Especialistas afirmam, porém, que não há por que se preocupar: se você vacinou seu filho, fez o melhor por ele. Os efeitos colaterais ou a aquisição de doenças, em escala mais branda, são normais, pois eventualmente o corpo expressa a doença com pequenas manifestações dos sintomas.

O pediatra e professor da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA) José Paulo Ferreira explica que o Sistema Nacional de Imunização abrange as doenças mais agressivas, mas que, apesar disso, a vacina não é milagrosa: “Criamos vacinas com o máximo de reforço, que acabam imunizando 95% do organismo. Quando, por ventura, aparece uma doença, não se pode esquecer que é mais branda e com menos efeitos colaterais.”

Fazer as imunizações com a finalidade de prevenir futuros problemas é um dever de que, segundo o especialista, os pais não podem abdicar. Como a maioria das vacinas é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não há motivo para deixá-las de lado.

Entre as que não são oferecidas pela rede pública estão a da varicela, a da hepatite A e a contra o HPV (que previne doenças como o câncer de colo de útero, por exemplo). Essa última é mais recente e indicada, de acordo com Ferreira, para meninas com até os nove anos, antes do início da vida sexual.

A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria é de que seja cumprido todo o calendário das vacinas, ressalta a pediatra Silvana Marcantônio. A médica relembra que, em uma onda forte de coqueluche, os principais atingidos foram os bebês pequenos que só tinham recebido a primeira dose das vacinas e estavam, portanto, menos imunizados.


O QUE É MITO
Meu bebê precisa de vacinas se eu estou amamentando?


- Sim, mesmo com aleitamento materno, que oferece uma proteção temporária, é preciso aplicar as vacinas.
As vacinas de clínicas são melhores que as do posto de saúde?
- Depende. Há muitas vacinas diferentes. Nas clínicas, há algumas variações, que podem gerar menos efeitos colaterais. As do sistema público, porém, devem ter a mesma efetividade.
Tomar muitas vacinas no mesmo dia pode fazer mal?
- Pode causar mais reações, mas o esquema da campanha de vacinação já foi planejado para ser compatível com todas as vacinas no mesmo dia.
Posso usar paracetamol antes de aplicar as vacinas?
- Não, só se deve usar antitérmico após a vacinação em caso de febre ou dor.
Fontes: pediatras José Paulo Ferreira
e Silvana Marcantônio.

SAÚDE
Sedentarismo de academia
Mais do que praticar exercícios físicos, para garantir a boa forma é preciso manter-se ativo o dia inteiro

Você seguiu direitinho as recomendações do médico (e da Organização Mundial de Saúde): 30 minutos de exercícios físicos por dia, de segunda a sexta. Está satisfeito consigo mesmo, com a saúde garantida, correto? Não completamente.

Um estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) começa a indicar que uma pessoa que se exercita apenas poucos minutos e passa o resto do dia sentada ou envolvida em atividades que não demandam muito movimento tem a mesma condição de saúde de alguém que não faz exercício nenhum, mas fica zanzando de um lado para o outro o dia todo.

Até dez anos atrás, os cientistas se fixavam somente nos benefícios do tempo do exercício físico – aquele vôlei, futebol, academia, corrida e caminhada, todos esportes de grande intensidade, mas que consomem somente de 5% a 8% do tempo que uma pessoa passa acordada.

No entanto, a boa forma também resulta das atividades corriqueiras: cozinhar, passear com o cachorro, se levantar da mesa do trabalho para pegar um cafezinho, caminhar até a padaria para comprar pão etc.

Na última década, países como Austrália, Estados Unidos e Inglaterra têm fixado sua atenção ao que as pessoas fazem nas horas em que não praticam esportes. No Brasil, há estudos que relatam o tempo que adolescentes ficam na frente do computador, da TV e do videogame, mas ainda não havia um perfil sobre como as pessoas se movimentam rotineiramente nos seus deslocamentos, no lazer, no trabalho e na escola.

Em dissertação de mestrado, Grégore Mielke, pesquisador do comportamento sedentário da UFPel, apresentou um estudo feito com 3 mil moradores da cidade, mas aplicável a outras cidades de médio porte. Os resultados são surpreendentes: um quarto dos entrevistados fica mais de oito horas e 10% passam 12 horas ou mais por dia sentados. E quanto mais velha for a pessoa, menor será o comportamento sedentário.

O próprio conceito de sedentarismo muda, avalia Mielke: “É possível que uma pessoa pratique muita atividade física, mas seja sedentária se ficar sentada na maior parte do tempo, sem se movimentar e só se exercitar meia hora por dia. E isso pode se reverter em uma pior condição de saúde. O que queremos, com a pesquisa, é que as pessoas reavaliem sua rotina. Que aqueles movimentos que eram desprezados, como usar a escada em vez do elevador, caminhar até o trabalho etc. sejam retomados. Usando sempre o bom senso”, afirma o pesquisador Grégore Mielke. “É sabido que, quando uma pessoa fica mais de duas horas sentada, uma enzima no corpo, responsável pela produção do colesterol bom, deixa de trabalhar”, explica.