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SAÚDE
Estado em alerta contra o sarampo

A Secretaria de Estado da Saúde emitiu, ontem, alerta contra o sarampo. O motivo foi a confirmação de casos na Argentina e nos estados do Pará e Rio Grande do Sul.

ARTIGO
Sexo com responsabilidade

Na semana passada, o Jornal do Almoço, programa da RBS TV, de Joinville, apresentou uma brilhante reportagem a respeito do número de infectados e vitimados pelo vírus da a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Brilhante e ao mesmo tempo preocupante. Nela, foram apresentadas estatísticas que deixam qualquer um estupefato com o crescente número de vítimas que a doença insiste em levar.

Foram muitos números apresentado, mas anotei os que mais me chamaram a atenção. Em 2009, foram registrados 62 óbitos. Este número representa aproximadamente uma morte para cada cinco dias aqui na cidade. Chega a ser assustador o número de pessoas que ainda não se conscientizou que, com pequenos mas eficazes procedimentos, é possível evitar a constância dos casos positivos da doença. Outra coisa que me deixou admirado foi saber que dos mais de 19 mil exames realizados pela Secretaria da Saúde da Cidade das Flores, cerca de 2% acusaram soropositividade do vírus, que a ciência ainda não conseguiu diagnosticar a cura. Das cerca de 400 pessoas, 75% do contágio se deu em relações sexuais. E, para completar a reportagem, outro dado gritante: o crescimento do número de mortos entre os casados é maior do que entre os solteiros. É muita irresponsabilidade saber que entre marido e mulher, onde deve haver respeito e confiança, alguém tenha pulado a cerca. É sexo sem responsabilidade e sem amor ao próximo.

Em virtude dos fatos, a Secretaria da Saúde estará disponibilizando na cidade 50 dispensadores de preservativos para distribuição gratuita em locais públicos. Trata-se de uma espécie de caixa para livre retirada de camisinhas. A Secretaria acertou na iniciativa. Falta, agora, a sociedade fazer a sua parte na prevenção e combate à doença.

Muitos são os grupos de risco, mas o dos usuários de drogas ainda é o maior. Por mais que se diga que a prevenção é a melhor conduta: imaginem um cara que se droga, cheira ou injeta, mistura álcool e depois cai na farra para trocar experiências sexuais. Vocês acham que este tipo de indivíduo tem tempo ou mesmo condições físicas ou psicológicas de, antes da “hora H”, pensar em colocar a camisinha? Ele nem mesmo sabe o que está fazendo.

Parabéns pela excelente reportagem. Creio que poderia servir de referência e até mesmo de material didático nas escolas, já que ainda existem mitos em torno do tema. Aos que ainda pensam que a temática incentiva o sexo entre os adolescentes, acho que o antigo ditado continua sendo sempre atual: “É melhor prevenir do que remediar”. Afinal, sexo e responsabilidade devem andar de mãos coladas.

alfredopenz@yahoo.com.br

ALFREDO LEONARDO PENZ, PROFESSOR E MESTRE EM EDUCAÇÃO E CULTURA

 

 


SÃO MIGUEL DO OESTE
Hospital Casa Vitta pede para sair do SUS

O Hospital Casa Vitta, de São Miguel do Oeste, pediu descredenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) alegando inviabilidade financeira. De acordo com o a direção do hospital, não houve reajuste dos valores nos últimos anos.

O Hospital faz 2 mil atendimentos por mês, e 80% deles são pelo SUS. O pedido foi feito na semana passada e o atendimento deve ser feito até o dia 10 de outubro. No entanto o diretor-geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Everaldo Di Berti, informou que o Estado vai pedir uma prorrogação de 120 dias, até encontrar uma alternativa.

VÍRUS
Vigilância alerta contra o sarampo
Casos já foram confirmados no Rio Grande do Sul, Pará e na ArgentinaA Secretaria de Estado da Saúde emitiu alerta contra o sarampo. O motivo foi a confirmação de casos da doença na Argentina e nos estados brasileiros do Pará e Rio Grande do Sul.

De acordo com Maria Cristina Willemann, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), o comunicado é para que os profissionais da área fiquem atentos para possíveis casos com os sintomas da doença:

– É preciso manter vigilância intensa para não voltarmos a ter registro de sarampo em Santa Catarina. Se os sintomas forem detectados, tem que fazer o bloqueio para evitar possíveis transmissões – ressalta.

Entre as medidas de bloqueio à disseminação do vírus está a vacinação daqueles que tiveram contato com algum infectado e ainda não foram imunizados. O último registro da doença no Estado foi em 2005, quando um homem de Florianópolis viajou ao exterior e contraiu o vírus.

– Todos devem conferir a carteira de vacinação para ver se estão imunizados. As unidades de saúde oferecem gratuitamente a vacina contra o sarampo para pessoas de 12 meses a 49 anos de idade. Em caso de suspeita de sarampo, é preciso procurar atendimento urgentemente para que seja feito o diagnóstico e tomado os cuidados necessários – destaca.

Conforme o comunicado da Dive, emitido no último dia 26, o Brasil é considerado livre da circulação do vírus desde 2000.

O sarampo provoca reações bem definidas no organismo: manchas avermelhadas pelo corpo e febre, aliados a problemas como tosse, coriza ou conjuntivite.

melissa.bulegon@diario.com.br

MELISSA BULEGONA doença
O QUE É
- É uma doença aguda, contagiosa, transmitida pelo vírus do gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae
SINTOMAS
- O paciente apresenta febre, manchas avermelhadas pelo corpo, tosse, coriza ou conjuntivite
TRANSMISSÃO
- A transmissão é diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar
PREVENÇÃO
- Vacinar é o meio mais eficaz de prevenção. A vacina está disponível para crianças a partir de 12 meses de idade nos postos de saúde
Fonte: Ministério da Saúde

 

 

 Jornal Correio Braziliense-  Materia referente ao dia 11.09.2010

 
 

Presença do tipo 2 do HIV no país provoca alerta entre as autoridades

Prevenção volta a ser recomendada mesmo aos portadores
 

Carolina Khodr

 

Uma variação do vírus da Aids descoberta no Senegal foi identificada em 15 amostras de pacientes soropositivos de diversos estados brasileiros, e uma pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, provou que o vírus HIV-2 já circula, ainda que timidamente, no Brasil. De acordo com os pesquisadores, o estudo reforça a importância do uso de preservativo também na relação sexual entre pessoas que vivem com a mesma doença. A coinfecção dos dois tipos virais pode fazer com que o quadro de imunodeficiência se agrave deixando o paciente mais exposto a infecções oportunistas. A pesquisa também constatou que o vírus do tipo 2 é resistente a alguns medicamentos do coquetel anti-Aids.

A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é normalmente causada pelo retrovírus humano tipo 1 (HIV-1). Mas em alguns países da África Ocidental há também incidências de Aids causadas por outro retrovírus, o HIV-2. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a epidemia do HIV-1 é responsável pela infecção de 34 milhões de pessoas, enquanto o HIV-2 atinge dois milhões de pacientes. Os dois tipos de vírus apresentam diferenças entre seus genomas e biologia. Tanto que, quando comparada ao tipo 1, a infecção causada pela segunda variação faz com que a evolução do quadro clínico da doença seja mais lenta. Também a transmissão, tanto gestacional quanto sexual, é menos eficiente quando comparada à forma mais comum da doença. Por outro lado, o HIV-2 é mais resistente aos antirretrovirais — medicamentos que atuam contra o retrovírus — do tipo não nucleosídeos. “A resistência desse vírus possibilita a evolução de quadros mais graves da doença, e mais mortes”, alerta Edimilson Migowski, infectologista e professor da UFRJ.

 

Estratégias

 

Além das diferenças entre os vírus causadores da Aids, a coinfecção, ou seja, quando uma mesma pessoa é infectada pelo HIV-1 e pelo HIV-2, pode prejudicar ainda mais o sistema imunológico. Segundo Migowski, o paciente terá de testar drogas diferentes até chegar a uma combinação que responda melhor ao tratamento. “Um vírus mais resistente baixa ainda mais a imunidade da pessoa e segue à revelia o tratamento que está sendo feito.”

Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirma que o número de casos constatados pela pesquisa ainda é muito pequeno para ditar novas estratégias no tratamento da doença. Greco tranquiliza a população e diz que os exames de diagnóstico realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são capazes de identificar os dois tipos virais e acredita que a pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz, que teve apoio do Ministério, veio para a alertar a população para a importância do uso de preservativos. “Até mesmo aquelas pessoas que compartilham a mesma doença devem se prevenir”, alerta. Migowski concorda com o apelo e completa: “Mesmo que os parceiros tenham o mesmo tipo de vírus, esses podem ter perfis de resistência diferentes, e o tratamento pode ser prejudicado”.

A presença do vírus tipo 2 no Brasil é investigada desde 1987, mas o estudo da Fiocruz foi o que apresentou resultados mais precisos devido aos novos reagentes utilizados no estudo. Nas amostras onde foi identificado o vírus HIV-2 constava também a presença do vírus HIV-1, ou seja, em todos os casos ocorria coinfecção.

 

Nas casas noturnas

 

A região Sul do país concentra a maior incidência de casos de Aids no país. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatite Viral, Rio Grande do Sul e Santa Catarina lideram a lista de municípios com pior índice de incidência da doença. E na maioria dos casos os resultados dos três últimos anos foram piores que a realidade cinco anos atrás. Para proteger a população local, a Secretaria Municipal de Lages (SC) criou o programa Previna, voltado para profissionais do sexo que trabalham na cidade. Agentes de saúde visitam casas noturnas da cidade e oferecem orientações sobre doenças transmissíveis, gravidez indesejada e violência contra mulher. Também são realizados testes periódicos e gratuitos de HIV, exames preventivos de colo do útero e mama e são distribuídos preservativos e anticoncepcionais.