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O dia 18 de janeiro de 2021 foi marcado por um momento histórico, depois de 10 meses de enfrentamento à pandemia da Covid-19, as primeiras 144 mil doses da vacina contra o coronavírus chegaram ao aeroporto de Florianópolis. Com elas, os catarinenses começaram a ser vacinados e começou, a partir desta data, não apenas uma das maiores campanhas de Vacinação já realizadas pelo estado, mas uma corrente de fé, esperança e, principalmente, de trabalho árduo e integrado, para fazer com que as doses chegassem aos municípios no menor tempo possível e, cada vez mais pessoas fossem protegidas.

“Em Santa Catarina, o enfrentamento à pandemia, desde o início, teve como premissas preservar a vida e o respeito à ciência para a tomada de decisões. Estruturamos a rede de saúde para prestar o atendimento, cuidamos da economia e preparamos toda a logística à espera da vacina. Assim que as primeiras doses foram enviadas ao estado, nossas equipes estavam mobilizadas para entregá-las aos municípios o mais rapidamente possível. Assim que cada nova remessa chegava, 24 horas depois, as doses estavam lá na ponta, perto do braço dos catarinenses. Tudo isso foi fundamental para que Santa Catarina tivesse o reconhecimento de organismos independentes como o melhor enfrentamento à pandemia, com uma das menores taxas de letalidade por Covid-19 do país”, frisa o governador Carlos Moisés.

A logística iniciada no dia 18 de janeiro não parou por mais de um ano. Assim que as doses chegavam ao aeroporto de Florianópolis eram recepcionadas por uma equipe que contava com membros da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) e do Ministério da Saúde. De lá, elas seguiam, escoltadas pelas forças de segurança, para a Rede de Frio, onde era feito o trabalho de conferência, contabilização e separação para a distribuição às 17 Unidades Descentralizadas de Vigilância Epidemiológica das Gerências Regionais de Saúde. Enquanto uma parte da equipe recebia as doses, a outra elaborava as planilhas de distribuição, de acordo com a população de cada município e os grupos prioritários de cada etapa de vacinação. Em seguida, as vacinas eram enviadas via terrestre para as regiões mais próximas e via aérea, com o avião do Corpo de Bombeiros Militar, para os municípios mais distantes. Um trabalho que não demorava mais de 24 horas para ser concluído – um pedido do próprio governador.

“A gente sempre entendeu a importância desta Campanha e a gente sabia, desde o início, que era preciso celeridade, fazer com que as doses chegassem rapidamente aos catarinenses e que, com isso, a nossa realidade iria mudar, ou seja, a gente começaria a registrar cada vez menos casos graves e óbitos”, explica João Augusto Brancher Fuck, diretor de vigilância epidemiológica.

As primeiras 144 mil doses de Coronavac foram apenas o pontapé inicial desta grande Campanha. Depois vieram mais remessas que passaram a contar também com vacinas dos laboratórios AstraZeneca, Pfizer e Janssen. Atualmente, são mais de 18 milhões de doses recebidas e distribuídas. E, assim como as doses, o número de vacinados também foi, aos poucos, se multiplicando.

A vacinação começou pelos trabalhadores da saúde, idosos e foi se estendendo entre aqueles que faziam parte dos grupos prioritários como gestantes, trabalhadores da educação, pessoas com comorbidades, até chegar à população adulta em geral, aos adolescentes, às crianças e agora, mais recentemente, aos bebês a partir dos seis meses de idade. Atualmente, segundo dados do vacinômetro estadual, Santa Catarina tem quase 90% da população vacinável com o esquema primário completo (duas doses ou dose única), além de 55% com a primeira dose de reforço. Em relação à segunda dose de reforço, 21% da população vacinável recebeu a dose.

Para garantir a transparência na divulgação dos dados, eficiência na atualização da base de informações e interatividade na consulta dos números, a Secretaria de Estado da Saúde desenvolveu o vacinômetro estadual, ferramenta que permite o acompanhamento em tempo real pela sociedade das informações de Campanha.

“Ter trabalhado para ver as doses da vacina contra a Covid-19 chegarem a toda essa população foi muito gratificante. O trabalho em conjunto das equipes de saúde, das forças de segurança e salvamento, do Governo de Santa Catarina como um todo, foi essencial para alcançarmos bons resultados. E, nessa caminhada, recebemos muitos retornos positivos das equipes estaduais e municipais e da população agradecendo. Estamos encerrando o ano de 2022 com a sensação de dever cumprido”, assinala a gerente de imunização da Dive, Arieli Schiessl Fialho.

E foi esse trabalho integrado que mudou a realidade da pandemia no estado. Hoje, com a vacinação avançada, é possível observar uma queda brusca no número de óbitos relacionados à Covid-19. Em setembro de 2021, por exemplo, foram registradas 529 mortes pela doença. Este ano, no mesmo período, o número caiu para 41, redução de 92%, sendo que 37 (90,2%) pessoas não estavam vacinadas ou apresentavam esquema de vacinação incompleto. No mês de outubro de 2021, entre os dias 1º e 11, foram 142 mortes, enquanto no mesmo período deste ano foram cinco óbitos, destes nenhum havia sido vacinado contra a Covid-19.

Apesar de todo o esforço realizado nesse período e os resultados positivos alcançados até o momento, a Secretaria da Saúde reforça a necessidade de continuar avançando na vacinação da população catarinense, tendo em vista que as coberturas vacinais em crianças, bem como a aplicação da segunda dose de reforço nas pessoas a partir dos 30 anos continuam baixas.

“A proteção contra a doença depende de esquemas vacinais completos, que envolvem o esquema primário e as doses de reforço, conforme as recomendações para cada faixa etária. Da mesma forma, é necessário proteger as crianças, considerando que também podem adoecer e apresentar as formas graves da Covid-19”, assinala o diretor da Dive.

Outras 16 campanhas foram feitas entre 2019 e 2022

Paralelamente à Campanha de Vacinação contra a Covid-19 e, até mesmo antes do início dela, o Estado trabalhava em outras campanhas, para resgatar pessoas não vacinadas ou com esquemas vacinais incompletos. Ação extremamente importante para evitar casos graves, hospitalizações e até mesmo mortes por doenças que podem ser prevenidas com a vacinação. Entre os anos de 2019 e 2022 foram 16 campanhas, entre elas, contra a febre amarela, tétano, influenza (gripe), multivacinação, sarampo e poliomielite.

Para estas campanhas e, para que os municípios tivessem doses suficientes para a vacinação de rotina, foram distribuídas nesses quatro anos quase 57 milhões de doses, além daquelas encaminhadas para a vacinação contra a Covid-19, e mais de 65 milhões de insumos, como seringas e agulhas. O Estado também ampliou sua capacidade de armazenamento dos imunobiológicos, tanto no nível central quanto no regional, com a aquisição de 31 câmaras frias, além de receber 30 câmaras frias da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) e quatro freezers de ultrabaixa temperatura do Ministério da Saúde.

Em todas as Campanhas e, mesmo fora delas, na vacinação de rotina, a Secretaria de Estado da Saúde recomendou e pactuou com os gestores municipais estratégias eficientes de vacinação para que fosse possível alcançar as coberturas vacinais recomendadas em todas as faixas etárias, a fim de garantir a proteção de crianças, adolescentes, adultos e idosos contra doenças imunopreveníveis.

“O nosso estado sempre foi exemplo com relação à vacinação. Nos últimos anos, devido ao aumento da propagação de fake news e a falsa sensação de segurança da população, causada pela erradicação e pelo controle de doenças em decorrência da vacinação da população, temos enfrentado dificuldades em algumas campanhas, com redução das coberturas vacinais. Ainda assim, Santa Catarina segue como um dos estados com melhor desempenho. Na última Campanha contra poliomielite, por exemplo, SC foi o quarto estado com maior cobertura vacinal do país. Apesar disso, precisamos continuar avançando e resgatando a confiança da população nas vacinas”, finaliza a gerente de imunização da Dive.