A Secretaria de Saúde de Santa Catarina realizou nesta quarta, 14, na Assembleia Legislativa, o “Simpósio Catarinense de Imunização: pelo resgate das coberturas vacinais”. O evento contou com a presença de diversas autoridades das entidades civis e profissionais que atuam com saúde pública.
Na mesa de abertura estavam presentes o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário; o deputado Neodi Saretta, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina; o deputado Vicente Caropreso, vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina; Maria Cristina Willemann, coordenadora técnica central e do apoio regionalizado do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems); Elton Gandin, supervisor em saúde da Federação de Consórcios, Associações e municípios de Santa Catarina (FECAM); Gilberto Antônio Scussiato, conselheiro do Conselho Estadual de Saúde; Lia Nara Dalmutt, coordenadora do centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor do Ministério Público de Santa Catarina; e Elton Comardi, governador do Distrito Rotary 4652.
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O principal objetivo do simpósio foi apresentar o cenário da vacinação no estado, que tem sofrido queda nos últimos anos; elencar as principais dificuldades e os desafios encontrados para alcançar as coberturas; discutir estratégias para reverter esse cenário; e resgatar a confiança da população nas vacinas.
Participaram das discussões a consultora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carla Magda Allan Santos Domingues; José Cássio de Moraes, professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC; Luiza Helena Falleiros, professora de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos; e Lia Nara Dalmutt, promotora do Ministério Público de Santa Catarina.
O superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário, abriu o evento destacando a preocupante queda das coberturas vacinais e a importância de mantermos as cadernetas atualizadas. “Enfrentamos hoje o pior momento da vacinação, com baixas coberturas vacinais em todas as idades. Se continuarmos com esse cenário, o risco de reintrodução de doenças já erradicadas, eliminadas e controladas é grande”, assinalou o superintendente.
Carla Magda Allan Santos Domingues, consultora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), destacou em sua fala que o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, criado em 1973 é um dos programas mais fortalecidos do país, que garante que a vacina chegue a todo cidadão. Apesar disso, diversos fatores têm contribuído para a queda das coberturas, como: desconhecimento sobre a gravidade da doença, desinformação (fake news, antivacinismo), medo de eventos adversos, falta de tempo, problemas de transporte, falta de recurso financeiro, desconhecimento do calendário, falta de vacinas, horário de funcionamento dos postos, despreparo do profissional de saúde, falta de RH/materiais, alimentação dos sistemas de informação.
O diretor da DIVE/SC, João Augusto Brancher Fuck, ressaltou que a queda das coberturas vacinais tem acometido todos os imunizantes. “Nós não vemos mais a procura que a gente costumava ver em anos anteriores”, assinalou. O diretor também trouxe dados de uma das maiores Campanhas de Vacinação já realizadas no estado, a contra COVID-19. “Andamos muito bem com a primeira e a segunda dose, mas quando a gente olha para as doses de reforço, vemos uma redução nas coberturas. Ainda temos um desafio importante. Fomos muito bem no início da Campanha, mas nesse momento vemos doses disponíveis e a procura não está acontecendo. O mesmo acontece com o público infantil. A população a partir dos cinco anos começou a ser vacinada em janeiro e até agora não alcançamos nem 40% de cobertura com a segunda dose”, finalizou o diretor.
Ainda, durante o evento, os municípios de Fraiburgo, Tubarão e Morro da Fumaça apresentaram ações de vacinação bem-sucedidas que contribuíram para o alcance das coberturas vacinais, como a vacinação itinerante, a busca ativa de não vacinados e a conferência de cadernetas de vacinação nas escolas.