Florianópolis, 16 de novembro de 2017
Nesta quinta-feira, 16, a Secretaria de Estado da Saúde realizou uma série de encontros com prefeitos e autoridades de municípios da região Oeste de Santa Catarina para a intensificação do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre de chikungunya e zika vírus. O objetivo é buscar o compromisso dos gestores municipais e alertá-los para o aumento expressivo no número de focos e de municípios infestados. Dos 61 municípios considerados atualmente infestados pelo mosquito em Santa Catarina, 40 estão localizados na região Oeste.
“Todos nós que trabalhamos com saúde pública estamos muito preocupados com relação ao aumento do número de focos do mosquito Aedes aegytpi em Santa Catarina este ano. Isso soou o alerta e nos obrigou a fazer algumas incursões pelo estado nos locais onde estão concentradas as piores estatísticas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Dr. Vicente Caropreso.O roteiro foi iniciado por Dionísio Cerqueira, no Extremo Oeste de Santa Catarina, em encontro com o prefeito do município, Thyago Wanderlan Gnoatto Gonçalves; e com a vice-prefeita, Bianca Moreira Maran Bertamoni. “Pela responsabilidade que temos, essa situação nos obriga a, pelo menos, redobrar as preocupações, além das tomadas de ação em conjunto com os outros municípios contíguos, a também pedir ajuda à população e, acima de tudo, a organizar o seu ‘time’ para fazer o dever de casa”, disse Dr. Vicente Caropreso.
Embora Dionísio Cerqueira tenha registrado apenas 36 focos este ano e não apresente infestação de Aedes aegypti em toda a sua área, a sua localização - em região de fronteira com o Paraná e com a Argentina – representa uma situação de grande risco. “É muito importante lembrar que os locais onde há grande fluxo de pessoas e de cargas são os mais vulneráveis para a presença do Aedes aegypti e também das doenças por ele transmitidas, devido a esse fluxo de pessoas, que podem vir doentes para a região”, alertou Fábio Gaudenzi, superintendente de Vigilância em Saúde da SES, que também participou da comitiva.
O prefeito de Dionísio Cerqueira agradeceu a atenção e comprometeu-se no desenvolvimento de ações em conjunto com outros municípios de divisa. “Agradecemos a presença do secretário no nosso município. Isso demonstra que existe uma preocupação por parte da Secretaria de Estado da Saúde com o nosso município, que é o mais distante da capital e, muitas vezes, acaba sendo esquecido. Vamos intensificar as ações, envolver todos os setores da administração pública e, também, criar uma rede de relacionamento com os nossos municípios irmãos para que haja um enfrentamento conjunto desse problema”, afirmou Thyago Wanderlan Gnoatto Gonçalves.Na sequência, a comitiva, que contou também com a gerente de Zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES, Suzana Zeccer, cumpriu agenda em São Miguel do Oeste (466 focos em 2017), Chapecó (569 focos), Xanxerê (771 focos) e Xaxim (413 focos). No dia 23 de novembro, o grupo retomará o roteiro de encontros com prefeitos com ênfase em cidades das regiões Norte e Litoral: Itapema, Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Navegantes e Joinville.Segundo Fábio Gaudenzi, o comprometimento dos gestores municipais nas ações de combate ao Aedes aegypti é fundamental para que Santa Catarina não volte a enfrentar epidemias de dengue ou das outras doenças transmitidas pelo mosquito. “Temos visto pelo estado, e no Brasil, uma grande ampliação da ação da equipe de controle do Aedes aegypti quando o comando do que a gente chama de ‘Sala de Situação’ fica vinculado ao gestor do município, que consegue congregar toda a sua estrutura municipal para entrar nesse combate”, reforça o superintendente de Vigilância em Saúde, que complementa “esse não é um problema apenas da Saúde, mas de toda a população, porque os criadouros do mosquito estão nas casas e precisamos de outros órgãos públicos para ajudar no controle”.
Dados epidemiológicos
Até o dia 11 de Novembro de 2017, foram identificados 9.953 focos do mosquito Aedes aegypti, em 142 municípios – volume 53,2% maior do que o registrado no mesmo período de 2016, quando 6.498 focos foram identificados, em 133 municípios. Em relação à situação entomológica, já são 61 municípios considerados infestados, o que representa um incremento de 22% em relação ao mesmo período de 2016, quando havia 50 municípios nessa condição.
Clique aqui e confira, na íntegra, o Boletim Epidemiológico n° 23/2017 - Vigilância entomológica do Aedes aegypti e situação epidemiológica da dengue, febre de chikungunya e zika vírus em Santa Catarina.