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O Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) está operando com maior agilidade os procedimentos em urologia. Os resultados são consequência de medidas coordenadas entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a administração do hospital. Uma das inovações foi a introdução do uso de sistema de comodato nessa especialidade em serviços públicos, iniciado em março deste ano, na unidade.

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Fotos: Ricardo Trida



A iniciativa tem aumentado o número de atendimentos e cirurgias e diminuído a espera da população. “Abril registrou um desempenho recorde. Se compararmos com 2023, houve um incremento de 70%”, declara o diretor do HGCR, Michel Faraco. Foram 138 procedimentos realizados em abril de 2024, contra 81 no mesmo período em 2023. A urologia destaca-se como uma das especialidades com maior fila de espera no Hospital, sendo a demanda mais significativa associada aos cálculos renais.

Conforme Faraco, o comodato é uma modalidade de contrato comum nas aquisições em outras áreas e no setor privado, mas não é convencional para a especialidade de Urologia em instituições públicas. 

“No modelo tradicional, a SES compra os insumos e adquire os equipamentos. Após amplo estudo de viabilidade e o devido processo licitatório, nesse sistema de comodato o fornecedor nos entrega todos os aparelhos e materiais especiais para a execução do procedimento. A vantagem é que os equipamentos e materiais descartáveis são do fornecedor, responsável pelas reposições e manutenções. Trouxemos esse modelo para a urologia, pois a especialidade tem um acervo grande de equipamentos para a execução dos procedimentos”, explica o diretor do hospital.

Outras medidas importantes foram a reserva de mais tempo de sala do centro cirúrgico para a especialidade, e a ampliação do número de leitos pós-cirúrgicos de curta permanência. “Com esse novo modelo, conseguimos dedicar um pouco mais o centro cirúrgico para os procedimentos de Urologia. Todos os dias da semana as equipes têm sala de manhã e de tarde. Além disso, passamos de 13 para 23 leitos de curta duração. Neles, o paciente fica no máximo um ou dois dias e vai para a casa”, informou o diretor. 

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Inovação viabiliza procedimento avançado

Dona Marília Ana Lehmkuhl, de 85 anos, foi uma das pacientes beneficiadas pela medida. Desde 2018, após uma crise desencadeada pela descida de uma pedra até a metade do canal urinário, ela buscava tratamento. “Eu tenho esse cálculo já faz uns 50 anos. Naquele tempo, a cada seis meses eu fazia o ultrassom e ele sempre aparecia. O médico dizia que precisava fazer cirurgia, que não saía de maneira nenhuma”.

Na manhã de terça-feira, 30 de abril, a aposentada teve finalmente a pedra removida de seus rins. O procedimento durou cerca de uma hora e utilizou uma técnica chamada  litotripsia, considerada de última geração,  pois não requer cortes na pele. 

“As cirurgias oferecidas aos pacientes que sofrem com os cálculos renais, popularmente chamados de pedras nos rins, são as cirurgias endoscópicas urinárias, técnica que oferece uma recuperação mais rápida por ser menos invasiva.  São micro câmeras que a gente insere pelo próprio canal da urina e você consegue fazer a fragmentação desses cálculos. Então, são equipamentos que proporcionam menor agressão cirúrgica”, esclarece o urologista, Dr. José Orlando. 

O médico explica que o novo modelo contratual permitiu utilizar o mesmo equipamento oferecido na rede privada para a remoção de cálculos renais a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos obtendo acesso a equipamentos de última geração, com tecnologia digital, e tendo acesso a um maior número desses equipamentos”, complementa. 

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Ganhos na residência médica

Além dos benefícios clínicos, a nova parceria também traz ganhos no campo educacional visto que o  hospital é o único do estado que oferece residência médica em urologia. “Os urologistas formados em Santa Catarina, obrigatoriamente, são desse hospital. Nós temos seis residentes e formamos dois por ano. Por ser o único do estado, é muito importante que a gente mantenha essa escola, tanto para atender os pacientes quanto para formar nossos futuros profissionais”, lembra o médico. 

Conforme doutor Orlando, o cálculo renal é uma das principais doenças que acometem o sistema urinário. “Muitos pacientes às vezes perdem os rins porque não conseguem tratar esses cálculos a tempo. É uma área muito crítica e importante. Não dá para esperar. Quem tem cólica renal sabe o que é sentir isso. Então é necessário que a gente consiga restabelecer a nossa capacidade tanto de atendimento quanto de ensino”, finaliza.