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Florianópolis, 15 de dezembro de 2016

Dos 54 municípios que realizaram o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), 50 apresentam baixo índice de infestação predial e quatro (Sul Brasil, Maravilha, Balneário Camboriú e São Domingos) encontram-se em médio risco, com índices entre 1,1 e 3,9%. O levantamento foi realizado em novembro, por orientação da Estratégia Operacional para Prevenção e Controle da Dengue, Febre de Chikungunya e do Zika Vírus no Estado de Santa Catarina, com o objetivo de identificar o tipo e a quantidade de depósitos encontrados que possam ser potenciais criadouros do mosquito nos imóveis vistoriados. O levantamento prevê a vistoria de uma amostra de 20% do total de imóveis existentes no município. E calcula o índice de infestação considerando imóvel com larva de Aedes aegypti por 100 imóveis.

 

Apesar da classificação de risco satisfatória na maioria dos municípios, o resultado do levantamento é bastante preocupante. Do total de 57.176 recipientes que continham água inspecionados, 20.403 eram lixo e sucata, ou seja, 35,68%. “Apesar do baixo risco de infestação, os depósitos tinham água e, em clima quente e úmido, passam a oferecer todas as condições para o mosquito se reproduzir”, alerta João Fuck, coordenador do Programa de Controle da Dengue em Santa Catarina, vinculado à Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde.

Essa realidade reforça a importância da destinação correta do lixo, da vigilância permanente da população sobre o que pode ser eliminado e o que deve ser vedado e limpo semanalmente, além da fiscalização constante dos municípios para o cumprimento da Lei 15.243, de 29 de julho de 2010, que dispõe sobre a obrigatoriedade de ferros-velhos, empresas de transporte de cargas, lojas de materiais de construção, borracharias e recauchutadoras de realizar a cobertura e a proteção adequada de pneus novos, velhos, recauchutados, peças, sucatas, carcaças e garrafas.

O LIRAa apontou, ainda, que 15.555 eram pequenos recipientes móveis, como baldes e pratos de vasos de plantas. Outros 12.488 eram recipientes fixos, como calhas, tanques e piscinas. Bromélias e troncos de árvores, considerados recipientes naturais, totalizaram 4.553, seguidos por 2.207 pneus, 1.715 recipientes utilizados para armazenamento de água ao nível do solo, como cisternas e tonéis e 1.039 recipientes usados para a coleta de água elevados, como caixas d´água. “Infelizmente, muitas pessoas ainda mantêm em seus imóveis recipientes que poderiam ser eliminados, pois são criadouros do mosquito em potencial. Essa negligência coloca em risco não só os moradores daquele imóvel, mas toda a vizinhança”, reforça João Fuck.

A Estratégia Operacional para Prevenção e Controle da Dengue, Febre de Chikungunya e do Zika Vírus no Estado de Santa Catarina recomendou a realização do LIRAa em 72 municípios catarinenses, entre os considerados infestados pelo mosquito e os que estão em risco de infestação. Porém, apenas 54 realizaram o levantamento. São eles: São Domingos, Sul Brasil, Maravilha, Balneário Camboriú, Cunha Porã, Nova Itaberaba, São José do Cedro, Palmitos, Xanxerê, Saudades, Planalto Alegre, Princesa, Chapecó, Guaraciaba, Mondaí, Coronel Freitas, Itajaí, Quilombo, Xaxim, Camboriú, Guarujá do Sul, Descanso, São Miguel do Oeste, Itapiranga, Dionísio Cerqueira, São José, Florianópolis, Bom Jesus, Jupiá, Tubarão, Itapema, Ipuaçu, Anchieta, Jaraguá do Sul, Palhoça, Serra Alta, São Lourenço do Oeste, São Bernardino, Passo de Torres, Palma Sola, Modelo, Pinhalzinho, Novo Horizonte, Nova Erechim, Catanduvas, Cordilheira Alta, Campo Erê, Caibi, Seara, Concórdia, Coronel Martins, União do Oeste, Caçador e Itapoá