Em Santa Catarina, pacientes gestantes com diagnóstico de trombofilia, no âmbito do SUS, terão mais facilidade em acessar o medicamento para prevenção de eventos tromboembólicos. A fim de propiciar um atendimento mais ágil, a Diretoria de Assistência Farmacêutica (DIAF) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) modificou o fluxo de liberação do medicamento Enoxaparina.
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O novo fluxo consiste em autorização da solicitação para o dia da avaliação do pedido, além de permitir que a farmácia do posto de saúde do município retire no mesmo dia a medicação para dispensação a paciente, na Unidade Descentralizada de Assistência Farmacêutica (UDAF), nas Regionais de Saúde.
“A grande vantagem é que agora a paciente não vai precisar mais esperar de 15 a 30 dias para ter acesso a medicação”, informa a farmacêutica e gerente técnica da DIAF/SES, Andréia Rosa Borges.
Dessa forma será possível fornecer a terapia de maneira mais ágil a cerca de 350 gestantes atendidas por ano pela DIAF cujos processos aprovados de solicitação de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) costumam ter previsão de disponibilização em torno de 15 a 30 dias.
Para ter acesso ao tratamento as solicitações devem ser realizadas nas farmácias dos postos de saúde do município de residência do paciente, seguindo o fluxo já estabelecido para solicitações do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF).
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De acordo a farmacêutica Andréia Borges, as complicações na gravidez relacionadas à trombose variam desde edema e alterações cutâneas até aborto espontâneo de repetição e óbito materno. “A profilaxia precoce em gestantes com risco aumentado para um evento tromboembólico proporciona um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos, minimizando desfechos negativos”, explica.
O uso desta medicação segue Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a Prevenção de Tromboembolismo Venoso em Gestantes com Trombofilia, do Ministério da Saúde. O protocolo preconiza o uso profilático do medicamento Enoxaparina para gestantes que atendem aos critérios diagnósticos e terapêuticos estabelecidos no documento.
Assegurar maior rapidez no fornecimento da medicação a essas pacientes tem sido uma preocupação da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Trombofilia na gestação
Trombofilia é a propensão ao desenvolvimento de trombos que obstruem os vasos sanguíneos, devido a alterações genéticas ou adquiridas do sistema de coagulação. O Tromboembolismo Venoso (TEV) é a manifestação mais comum da trombofilia e as gestantes são 4 a 5 vezes mais propensas a desenvolver TEV do que as mulheres não grávidas.
Estima-se que a incidência global de TEV esteja entre 0,76 a 1,72 por 1.000 gravidezes. A ocorrência é ainda maior durante o pós parto, quando ocorrem cerca de 50% a 60% desses casos. Em 2019, no Brasil, 8,3% dos óbitos maternos por causas obstétricas indiretas foram decorrentes de doenças do aparelho circulatório.