A cada 14 de novembro, a comunidade global de saúde pública celebra o Dia Mundial do Diabetes. Esta é uma oportunidade de aumentar a conscientização sobre como melhorar sua prevenção, diagnóstico e cuidados, além de informar sobre o reflexo do diabetes na saúde e mortalidade da população.
O Brasil tem atualmente mais de 14,3 milhões de pessoas com diabetes, o que representa 7,7% da população, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. A projeção é de que 23,3 milhões de pessoas desenvolvam a doença no país até 2040. Em Santa Catarina, entre 2017 e 2020, o diabetes vitimou 7.803 pessoas, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Estima-se que 454.985 pessoas convivam com a condição crônica no estado.
Segundo a responsável técnica na área Linha de Cuidado de Diabetes Mellitus de Santa Catarina, a enfermeira Dra. Priscila Romanoski, as doenças crônicas estão cada vez mais presentes na vida das pessoas devido aos impactos gerados pela mudança nos nossos hábitos de vida. Sedentarismo, alimentação inadequada, estresse e tabagismo influenciam no aparecimento e depois nas complicações geradas pelas mesmas, entre elas o diabetes.
“Os estudos apontam que mais de 50% dos casos de diabetes podem ser evitados, assim precisamos cada vez mais falar sobre nossas escolhas e principalmente sobre a complexidade que envolve a mudança de hábitos de vida”, explica Priscila.
Atualmente o país é o 5º no ranking de pessoas com diabetes diagnosticadas e o 6º do mundo em subdiagnóstico. Sem diagnóstico estabelecido a pessoa não tem a oportunidade de realizar o tratamento e prevenir as severas e custosas complicações do diabetes como amputações, problemas renais, cardiovasculares, perda de visão, entre outros. Essas complicações quando não levam à morte causam várias sequelas e prejuízos à qualidade de vida das pessoas, de suas famílias e da sociedade.
Campanha terá atendimento multiprofissional
Diante desse cenário, a Diretoria de Atenção Primária à Saúde (DAPS) através da Área Técnica das Linhas de Cuidado de Diabetes Mellitus, juntamente com a Coordenação de Garantia dos Atributos da APS e Coordenação de Qualificação Profissional convidou a todas as regionais e seus respectivos municípios a promover ao longo do mês ações que visem alertar para o impacto do diabetes, favorecendo o diagnóstico precoce e orientando sobre formas de tratamento adequado. Serão realizadas as seguintes atividades:
- Campanha “Dia D para Diabetes” com atendimento multiprofissional para pessoas que têm diabetes.
- Ações de rastreamento a serem realizadas no mês de novembro nas Unidades Básicas de Saúde e incorporado na avaliação das pessoas com fatores de risco.
- Capacitação profissional reforçando a atenção à Linha de Cuidado à Pessoa com Diabetes Mellitus.
Teste online avalia risco de desenvolver diabetes
Com o objetivo de prever o risco de um indivíduo desenvolver diabetes do tipo 2, a Federação Internacional de Diabetes (IDF) criou uma avaliação online. O questionário conta com 8 perguntas e informa se a pessoa tem um baixo, médio ou alto potencial de manifestação da doença nos próximos 10 anos. O teste é baseado na Escala Finlandesa de Risco do Diabetes e recomendado para utilização dos profissionais de saúde pela área técnica de Linha de Cuidado de Diabetes Mellitus de Santa Catarina. O material pode ser acessado aqui
A doença
Diabetes é uma doença causada pela ação ou produção insuficientes de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de promover a entrada da molécula de glicose nas células, onde será metabolizada e transformada em energia para manutenção do nosso organismo.
O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.
Prevenção
A melhor forma de prevenir é com estilo de vida saudável. Praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação saudável e controlar o peso corporal são comportamentos essenciais que evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer.
Tipos de diabetes
O diabetes tipo 1 (DM1) aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também, neste caso pode ser chamado de Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA). Neste tipo de diabetes, ocorre uma deficiência na produção de insulina pelas células do pâncreas responsáveis por este hormônio. A DM1 exige o uso de insulina como tratamento. Nestes pacientes, se faz necessário administrar o hormônio diariamente para adequar a quantidade de glicose no sangue. A causa do tipo 1 pode ser autoimune, quando anticorpos do próprio orgrnismo atacam as células pacnreáticas, ou idiopática (desconhecida).
O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 é multifatorial e está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, e hábitos alimentares inadequados. Outros fatores de risco são: idade avançada, história familiar de diabetes e, em mulheres, história de síndrome de ovários policísticos ou de diabetes gestacional ou de bebês que nasceram com mais de 4 kg. Muitas vezes o diabetes tipo 2 é acompanhado de outras doenças que compõem a síndrome metabólica, como hipertensão arterial, sobrepeso ou obesidade e alteração de colesterol e triglicerídios.
Assim, é fundamental manter acompanhamento médico para tratar, também, dessas outras doenças, que podem aparecer junto com o diabetes.
Há ainda o diabetes gestacional, que ocorre temporariamente durante a gravidez. Nestes casos, as taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas sem diagnóstico prévio de diabetes. Por isso, toda gestante deve fazer o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal, a ser solicitado pelo obstetra. Mulheres com a doença têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto.
Esse tipo de diabetes afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica em risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes e síndrome metabólica para a mãe e o bebê.
O diabetes mellitus pode se apresentar de diversas formas e possui diversos tipos diferentes. Independente do tipo de diabetes, com aparecimento de qualquer sintoma, é fundamental que o paciente procure o atendimento médico especializado para dar início ao tratamento.
Fique atento
Os principais sintomas do diabetes são fome, sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia, sendo mais frequentes no diabetes tipo 1, e nem sempre presentes no tipo 2.
Veja outros sintomas possíveis:
· Perda de peso;
· Fraqueza;
· Fadiga;
· Mudanças de humor;
· Náusea e vômito;
· Formigamento nos pés e mãos;
· Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
· Feridas que demoram para cicatrizar;
· Visão embaçada.