Nesta segunda-feira, 12, profissionais de saúde receberam a capacitação do primeiro protocolo de emergência realizado no Estado. Esse encontro ocorreu no Hospital Regional de São José, após meses de estudos e pesquisas técnicas para construir um modelo de atendimento igual a todos os catarinenses em situações de urgência. Amanhã, ele deve ser apresentado na Carmela Dutra, na Capital.
O projeto-piloto desse protocolo será realizado nas unidades da Grande Florianópolis e, adiante, a intenção é que seja implementado em todo o Estado. “Santa Catarina possui um dos melhores sistemas de saúde do Brasil e agora contará com um protocolo próprio de classificação. A ideia é ter um sistema único que garanta ao profissional como agir, tirando '‘achismos’' e garantindo assistência. Somos pioneiros”, destacou o Superintendente de Urgência e Emergência, Sandro Fonseca.
O protocolo
O protocolo catarinense de acolhimento com classificação de risco serve para fundamentar a tomada de decisões do corpo clínico sobre os casos de urgência e emergência que chegam até a unidade hospitalar. Antes desse protocolo ser criado, os hospitais seguiam uma recomendação, mas não tinham objetivamente uma instrução de apoio para dar o máximo de igualdade e técnica ao processo. A partir desse protocolo, o profissional utilizará ferramentas técnicas que avaliarão o quadro emergencial do paciente num único padrão. Ou seja, se o quadro do paciente é azul, ele vai ser azul em qualquer unidade da rede. Evita-se assim que o paciente acione a porta que ele deseje, mas, sim, a referenciada. A intenção é que esse protocolo futuramente seja informatizado, além disso, e que a busca por um diagnóstico no sistema já forneça ao profissional a classificação do paciente.
Nível de risco
A classificação de risco respeita em níveis de cores qual a gravidade de cada caso e qual o caso mais prioritário – sendo o azul o menor caso de prioridade e o vermelho o de maior prioridade. As outras são laranja (prioridade alta), amarelo (prioridade média) e verde (prioridade baixa). A grande maioria dos hospitais seguiam protocolos variados, mas com a formalização do primeiro protocolo de emergência catarinense o planejamento é criar um sistema integrado. A coordenadora técnica da comissão que criou o protocolo, Maíra Melissa Meira de Castro, também afirma que o novo protocolo define a observação de alterações e sinais de alerta, mesmo após a primeira classificação do paciente.
“Até agora, o protocolo era uma recomendação do Ministério da Saúde, mas não tinha um padrão ou era objetivo. Os Estados basicamente tinham recomendações e não uma unidade de pensamento. Santa Catarina está criando isso: um fluxograma adulto e pediátrico, observando alterações e sinais de alerta, fazendo com que os profissionais tenham segurança no processo”, avaliou Maíra.
André Silveira é enfermeiro e fez parte da criação e revisão do protocolo. “A intenção é que em até 45 dias essa fase seja concluída e possamos trabalhá-lo em todo o Estado. Esse protocolo foi desenvolvido por uma comissão, um corpo técnico, de aproximadamente 20 pessoas. Ou seja, ele foi pensado e concluído por pessoas que vivem essas situações de acolhimento na emergência”, concluiu.
Unidade e investimento
Esse protocolo iniciará primeiramente no Hospital Governador Celso Ramos, no Hospital Infantil e no Regional de São José, além da UPA do continente. Ele será distribuído gratuitamente para todos os hospitais da rede e futuramente informatizado, inclusive substituindo o protocolo Manchester, o qual era utilizado na rede por vários hospitais.