Dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina confirmam, até o dia 10 de fevereiro de 2022, a ocorrência de 59 casos e 2 óbitos de Síndrome Inflamatória Multisisstêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19 em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade no Estado. Todos os pacientes foram hospitalizados, permanecendo internados em média por 9 dias em leitos de enfermaria e por 6 dias em leitos de UTI.
Os casos foram notificados nos municípios de Florianópolis (30), Blumenau (13), Balneário Camboriú (5), Itajaí (5), Jaraguá do Sul (2), Joinville (2), Chapecó (1) e Concórdia (1). Os dois óbitos foram notificados em Florianópolis (1) e Itajaí (1) (Tabela 1).
Tabela 1: Casos e óbitos confirmados por SIM-P por município de notificação. SC, 2020-2022.
Em relação a faixa etária, a maior número de notificações foi em crianças de 5 a 9 anos (20), seguido pela faixa etária de 1 a 4 anos (19), 10 a 14 anos (14), 15 a 19 anos (3) e menor que 1 ano (3). Dentre os óbitos, os dois óbitos ocorreram em crianças de 5 a 9 anos (Tabela 2).
Tabela 2: Casos e óbitos confirmados por SIM-P por município de notificação. SC, 2020-2022.
O que é SIM-P?
Crianças e adolescentes, em geral, manifestam sintomas leves da Covid-19. No entanto, podem desenvolver um quadro clínico grave associado a uma resposta inflamatória tardia e exacerbada, que ocorre após à infecção aguda pelo vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19, conhecida como Síndrome Inflamatória Multisisstêmica Pediátrica (SIM-P).
A SIM-P é uma condição inflamatória aguda grave que afeta os vasos sanguíneos de crianças e adolescentes, podendo ocorrer, em média, no período de duas a quatro semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2. Apesar de rara, grande parte dos casos de SIM-P necessita de hospitalização para tratamento em Terapia Intensiva, podendo evoluir para óbito.
Ela é responsável por provocar um quadro clínico de inflamação intensa dos vasos sanguíneos (vasculite), cujos sintomas podem incluir febre persistente, complicações cardíacas como miocardite, valvulite e pericardite, complicações gastrointestinais, conjuntivite, sinais de inflamação mucocutânea (boca, mãos ou pés), insuficiência renal e comprometimento cerebral. Os casos mais graves apresentam choque com necessidade de suporte hemodinâmico, podendo evoluir para óbito. Os sintomas respiratórios não estão presentes em todos os casos.
Os primeiros casos de SIM-P foram identificados em hospitais do Reino Unido em abril de 2020. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em março de 2020, e até 23 de janeiro de 2022 foram confirmados 1.466 casos e 88 óbitos de SIM-P associada à Covid-19.
Importância da vacinação para crianças e adolescentes
Além de prevenir a ocorrência de casos, hospitalizações e mortes, as vacinas contra Covid-19 podem reduzir o risco de ocorrência de sequelas da doença em todas as suas formas, incluindo os casos de SIM-P, e ainda representar um mecanismo de segurança para o retorno das crianças e adolescentes ao convívio escolar.
Atualmente estão disponíveis no Brasil duas vacinas contra a Covid-19 para crianças e adolescentes: a vacina do laboratório PFIZER, disponível uso na faixa etária de 5 a 11 anos (pediátrica) e 12 anos ou mais (adulto), no esquema de 2 doses com intervalo de 8 semanas entre elas, e a vacina do laboratório Sinovac/Butantan (Coronavac), para crianças e adolescentes com 6 anos ou mais de idade que não tenham imunossupressão, em regime de 2 doses, com intervalo de 28 dias entre elas.
Ambas as vacinas seguiram todos os protocolos passando pelas três fases de estudos clínicos que atestaram sua segurança e eficácia, foram autorizados para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, incorporados no Plano Nacional de Operacionalização da Campanha de Vacinação contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde e estão disponíveis em todos os 295 municípios catarinenses.
A SES/SC já distribuiu mais de 14,4 milhões de doses de vacinas contra Covid-19, das quais 392.010 foram destinadas para crianças de 5 a 11 anos e 550 mil para adolescentes de 12 a 17 anos de idade.
Até o momento, a cobertura vacinal para adolescentes é de 86,0% para D1 e 50,7% para D2. Considerando que a vacinação das crianças de 5 a 11 anos foi iniciada no Brasil em 14 de janeiro, elas ainda apresentam uma baixa cobertura, na faixa de 8,1% para D1, segundo dados do vacinômetro SC.
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