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Crianças e adolescentes matriculados na rede estadual de ensino e internados no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) estão recebendo no leito as atividades para que continuem os estudos durante a pandemia da Covid-19. A diferença no trabalho de atendimento escolar, existente há 21 anos no hospital, é que agora os alunos não podem se reunir na sala de estudos localizada no setor de Pedagogia. Assim, as quatro professoras cedidas pela Secretaria de Estado da Educação (SED) se revezam na entrega das atividades, de segunda-feira à quinta-feira.

Sem atendimento na sala de estudos, crianças e adolescentes recebem as atividades no leito. Foto: Bruna Borges/HIJG

A coordenadora pedagógica do HIJG, Cláudia Mattos Silva, lembra que as escolas estaduais estão oferecendo atendimento remoto a todos os alunos e, para os internados em hospital, foi necessária a adaptação. “O setor de Pedagogia Hospitalar faz a listagem dos pacientes escolares matriculados. São atendidos, em média, 12 alunos por dia. As atividades são entregues no leito, ensacadas em plásticos higienizados. Depois a professora retorna e recolhe”, explica Cláudia.

Os pacientes com doenças crônicas são os que permanecem mais tempo no hospital. “O fato de terem essa referência de escola, enquanto internados, mesmo em época de pandemia, beneficia bastante o processo de aprendizagem e, com efeito, ameniza a hospitalização. Partimos da premissa de que eles não percam a essência de serem crianças dentro do hospital e que não percam também a vivência escolar, que é muito importante na vida deles e que, infelizmente, nesse período, teve uma ruptura”, analisa a coordenadora pedagógica.

Mudança na rotina

O momento de deixar o leito para ir para a sala de estudos, que fazia parte da rotina de muitos pacientes do HIJG, proporcionava descontração e vínculo com colegas e professores. Para uma das professoras do Atendimento Escolar Hospitalar, Adriane Simão Dresch, a mudança com a pandemia trouxe um desafio, mas que está sendo superado. “É uma experiência nova tanto para nós, quanto para os alunos. Estamos nos reinventando com eles. Antes eles vinham até nós na sala de aula, agora a gente vai até o leito deles. Está sendo uma aprendizagem para ambas as partes. Apesar de sentirmos essa falta do contato por mais tempo com o aluno, está sendo uma experiência boa”, avalia.

Sirlei Fátima Ferreira da Silva Alves, mãe de Jefferson Alves, de 13 anos, internado na Unidade E, considera o trabalho essencial.  “É bom que eles façam os deveres, para não ficarem só deitados e pensando na dor. É ótimo distrair um pouco”, comenta.

Criado em 1999, o serviço de Atendimento Escolar Hospitalar no HIJG é pioneiro no Brasil. São atendidos diariamente alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental.