O serviço de atendimento escolar hospitalar a crianças e adolescentes que estão internados no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis, completa 20 anos neste mês de outubro. As ações são elaboradas para que a hospitalização não interrompa o processo de interação social e aprendizado do paciente, além de fortalecer e manter os vínculos do aluno com a escola. Em setembro deste ano, foram atendidos 289 estudantes.
Foto: Mauricio Vieira/SECOM
Criada em 1999, a iniciativa catarinense é pioneira no Brasil, sendo coordenada pelo Setor de Pedagogia Hospitalar da unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES). São atendidos diariamente alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, tanto em sala de aula dentro do Hospital Infantil, como nos leitos onde estão internados.
“É uma modalidade de atendimento que visa proporcionar novas vivências e experiências. Enquanto o paciente está internado ele passa a contar com essa referência escolar aqui no hospital”, destaca Cláudia Mattos Silva, coordenadora pedagógica do Hospital Infantil Joana de Gusmão. “Nossa intenção não é substituir a escola de origem, mas proporcionar um atendimento que possa assegurar a manutenção dos vínculos escolares”.
Em Santa Catarina, a modalidade segue as determinações do Ministério da Educação. Um convênio, firmado em 2001 com a Secretaria de Educação do Estado (SED), prevê a cessão de profissionais. Neste ano, quatro professores atuam na unidade.
Foto: Mauricio Vieira/SECOM
Após a alta hospitalar, um relatório descritivo é enviado à escola de origem do aluno, com as atividades realizadas, desempenho, posturas adotadas e dificuldades apresentadas. “A proposta educativa foi criada para fortalecer esses vínculos e o resultado é muito positivo. O processo cognitivo e afetivo, a relação mantida para que essa criança continue os estudos mesmo não estando no que consideramos o tradicional ambiente escolar é muito importante”, destaca Cláudia.
Para a professora Jennefer Suelen Carvalho Silva Ramos, atuar no Hospital Infantil é como “doar um pouco de si”. Ela é contratada pelo Estado, vinculada à Escola de Educação Básica Padre Anchieta, justamente para atuar na atenção às crianças hospitalizadas. “Trabalhar no Infantil é mais do que transmitir conhecimento e muito mais do que uma intervenção escolar com a qual estamos acostumadas”, destaca. “É doar um pouco de si, transmitir amor, carinho e atenção. Sentimos que estamos não apenas ensinando, mas também colaborando para a plena recuperação de nossas crianças”.