O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, está se aproximando e junto com ele chega o alerta sobre a importância de falar sobre esse assunto, considerado delicado pela maioria das pessoas. Os números registrados no mundo só reforçam a importância da campanha do “Setembro Amarelo”, pois, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. Segundo o Ministério da Saúde (MS), 32 pessoas comentem suicídio por dia no Brasil.
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A educação é considerada uma das primeiras medidas preventivas contra o suicídio. “Falar sobre o assunto. Quebrar esse tabu. Precisamos conscientizar as pessoas, esclarecer e abrir espaço para falar sobre suicídio”, explica Adriana Elias, enfermeira da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Crônicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), da Secretaria de Estado da Saúde.
O MS destaca que não há como detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, porém ela pode dar alguns sinais que devem chamar atenção da família e de amigos. “O isolamento, o abuso de álcool e outras drogas, mudanças bruscas de humor, a diminuição do autocuidado e até a automutilação. Esses sinais, especialmente quando se manifestam ao mesmo tempo, requerem atenção especial”, alerta Adriana.
“A prevenção ao suicídio é uma responsabilidade que deve ser compartilhada entre os setores da saúde, da educação, da assistência social e a sociedade em geral. Todos devemos estar atentos diante de uma possível situação de sofrimento. O acolhimento e o suporte são ferramentas indispensáveis para a prevenção do suicídio”, ressalta Maria Teresa Agostini, diretora da DIVE/SC.
A porta de entrada para o acolhimento é normalmente as unidades básicas de saúde. Os serviços públicos de saúde mental de Santa Catarina contam com 110 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em diversos municípios e diferentes modalidades. Nessas estruturas são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo as que têm depressão grave, pensamento suicida e tentativa de suicídio.
Dados em SC
Todos os casos de violência autoprovocada, de tentativa de suicídio e de suicídio são de notificação compulsória imediata, conforme Portaria 204/2016 do Ministério da Saúde.
Em relação aos casos de tentativa de suicídio em Santa Catarina, no ano de 2018, as mulheres foram a maioria; das 4.754 notificações, 3.154 foram de mulheres e 1.600 foram de homens. Segundo a faixa etária, o maior número de casos, de ambos os sexos, esteve entre pessoas de 20 a 29 anos (1.224), conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde.
Já em relação aos óbitos, também em 2018, os homens foram maioria; das 733 mortes registradas no Estado, 561 foram de homens e 172 de mulheres. A faixa etária também difere nesses casos. O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) aponta que a maior parte das pessoas que cometeram suicídio tinha entre 50 e 59 anos (122).
Já em 2019, foram registradas até o dia 24 de agosto, 3.595 tentativas de suicídio, sendo 2.466 para sexo feminino e 1.129 para o sexo masculino. A faixa etária que mais registou tentativas de suicídio neste ano foi a mesma do ano passado, entre 20 e 29 anos. Os óbitos por suicídio neste período, totalizaram 478, sendo 104 para o sexo feminino e 374 para o sexo masculino.
Tabela 1:
Dados sobre suicídio em SC – de acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
SEXO |
2018 |
2019 (até 24/08/2019) |
Feminino |
172 |
104 |
Masculino |
561 |
374 |
TOTAL |
733 |
478 |
Tabela 2:
Dados sobre tentativa de suicídio – conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
SEXO |
2018 |
2019 (até 24/08/2019) |
Feminino |
3.154 |
2.466 |
Masculino |
1.600 |
1.129 |
TOTAL |
4.754 |
3.595 |
Centro de Valorização da Vida
Um importante aliado na prevenção do suicídio tem sido o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, pelo telefone 188, por e-mail ou chat pelo site da instituição (www.cvv.org.br).