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Levar esperança e alegria é a missão do “Dr. Atobá” e Dakota, cães labradores que “atendem” pacientes no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG). Os pets integram o projeto cães-guias que há sete anos busca promover a terapia com cães na recuperação de pacientes oncológicos. 

1074Fotos: Bruna Borges/Comunicação HIJG

Diagnosticada com um tipo grave de leucemia, Fernanda dos Santos, 12, perdeu a visão em decorrência do câncer agressivo e há cinco anos teve o primeiro contato com “Dr. Atobá”, ainda no início do tratamento. Afeiçoada ao cão, a menina o considera muito especial, “Ele estava por perto num dos momentos mais difíceis da minha vida”, informa. A mãe, Josiane dos Santos,  comenta que a proposta terapêutica tem feito grande diferença, “Ela é uma outra criança quando ele está aqui”. 

A ação ajuda a diminuir o estresse, a tristeza e a ansiedade da permanência no hospital, além de estimular a socialização e a integração dos pacientes infantis com a família, a equipe multidisciplinar e também com outros pacientes. 

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Está se tornando cada vez mais comum que os pets contribuam para a recuperação dos mais variados casos clínicos. O cirurgião plástico pediátrico Luiz Augusto Gonzaga - médico na unidade e fundador da Escola de Cães-Guias Helen Keller - avalia o papel deles no auxílio à recuperação de pacientes, “Empiricamente observamos o conforto psicológico, mas existem alguns exercícios que ajudam muito no processo de internação como por exemplo aquela criança que depois da quimioterapia está sem apetite. Com a companhia do cão conseguimos estimulá-la”, esclarece. 

De acordo com o médico, já existem trabalhos científicos com relatos de que a presença dos animais no ambiente hospitalar libera nos pacientes endorfinas, serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis por sensações de bem estar. 

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A terapia com cães e outros animais de estimação resulta em benefícios físicos e mentais para os pacientes. Conforme a médica oncologista Imaruí Costa, essas ações lúdicas por meio das visitas regulares ao ambulatório de oncologia tranquilizam as crianças que aceitam melhor as internações. 

“A vinda dos animais tem nos ajudado bastante na aceitação dos pacientes ao tratamento, pois é um acontecimento diferente da rotina hospitalar”, enfatiza.

Treinados e dóceis, os patudos trazem ao hospital uma atmosfera de descontração para as crianças e para os profissionais de Saúde. Segundo o diretor do HIJG, Dr. Levy Rau,  o projeto é muito importante para profissionais e pacientes e receberá ainda mais apoio, para que as visitas possam ser ampliadas.

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Atualmente o Projeto de Lei 682/21 que regulamenta a prática de cinoterapia, modalidade de terapia assistida por cães, está em trâmite no congresso. Pelo texto em análise na Câmara dos Deputados, a terapia consiste no tratamento de doenças ou de sofrimento psíquico com a assistência ou participação de cães adequadamente selecionados, treinados e certificados. 

Se aprovado, o SUS deverá fornecer os serviços de cinoterapia, sempre que houver prescrição médica em conformidade com Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicadas pelo Ministério da Saúde.