Um novo modelo de matriz de risco potencial regionalizado passa a ser utilizado oficialmente em Santa Catarina a partir deste sábado, 26 de fevereiro. Ela passa a incorporar indicadores de vacinação tanto da população em geral (esquema primário de duas doses ou dose única), quanto da população com 60 anos e mais (esquema primário + dose de reforço).
De acordo com a nova matriz (Figura 1), apenas 01 região foi classificada no nível Moderado (cor azul): a Foz do Rio Itajaí; 01 região foi classificada como nível Grave (cor laranja): o Médio Vale do Itajaí; e 15 regiões foram classificadas como nível Alto (cor amarela): Alto Uruguai Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Grande Florianópolis, Laguna, Meio Oeste, Nordeste, Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense, Vale do Itapocu e Xanxerê.
Figura 1: Matriz de Risco Potencial Regionalizado. 26/02/2022
Em um comparativo com o relatório divulgado na semana anterior, que ainda utilizava a dimensão Monitoramento, houve piora nas quatro regiões que estavam classificadas no nível Moderado (azul) e que passaram a ser classificadas no nível Alto (amarelo): Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Grande Florianópolis e Laguna. Também houve piora no Médio Vale do Itajaí, que estava classificada no nível Alto (amarelo) e passou a ser classificada no nível Grave (laranja) e melhora na Foz do Rio Itajaí, que estava classificada como nível Alto (amarelo) e passou a ser classificada no nível Moderado (azul). Para as demais regiões, não houve mudança de classificação.
A dimensão Gravidade (Figura 2) expressa os diferentes níveis de gravidade da pandemia no atual momento em cada uma das Regiões. É composta por dois indicadores: o número de óbitos de Covid-19 acumulados nos últimos 7 dias por 100 mil habitantes e a Tendência de curto prazo (3 semanas) para ocorrência de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Nesta dimensão, um total de 8 (oito) regiões foram classificadas no nível Alto (amarelo): Alto Uruguai Catarinense, Carbonífera, Extremo Oeste, Foz do Rio Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Vale do Itapocu e Xanxerê. Outras 9 (nove) regiões foram classificadas no nível Grave (laranja): Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Extremo Sul Catarinense, Grande Florianópolis, Laguna, Médio Vale do Itajaí, Nordeste, Planalto Norte e Serra Catarinense.
Figura 2: Classificação das Regiões quanto à Gravidade. 26/02/2022
A dimensão Transmissibilidade (Figura 3) busca medir o nível de disseminação da Covid-19 população, de acordo com as Regiões de Saúde. É composta por dois indicadores, o número de casos ativos (infectantes) por 100 mil habitantes e o número de reprodução efetivo da infecção (Rt).
Nesta dimensão, uma região foi classificada como nível Moderado (azul): a Foz do Rio Itajaí. Outras 10 (dez) regiões foram classificadas no nível de Alto (amarelo), Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Grande Florianópolis, Laguna, Meio Oeste, Nordeste, Planalto Norte e Serra Catarinense. Por fim, 3 (três) regiões foram classificadas no nível Grave (laranja) Alto Vale do Itajaí, Vale do Itapocu e Xanxerê, e outras 3 (três) regiões foram classificadas no nível de Gravíssimo (vermelho), Alto Uruguai Catarinense, Médio Vale do Itajaí e Oeste. O número de casos ativos vem tendo uma redução nas últimas semanas, alcançando 25.817 na última sexta, 18.
Figura 3: Classificação das Regiões quanto à Transmissibilidade. 26/02/2022
A dimensão Proteção Específica (Figura 4) busca expressar o impacto de ações voltadas para redução da ocorrência de formas graves da Covid-19 na população em geral e em grupos mais vulneráveis, substituindo a dimensão Monitoramento. Ela é composta pelos indicadores de cobertura vacinal do esquema primário de vacinação contra a Covid-19 na população geral (duas doses ou dose única) e da cobertura da dose de reforço na população com 60 anos ou mais de idade.
Nesta dimensão, 4 (quatro) regiões foram classificadas como nível Moderado (azul): Alto Uruguai Catarinense, Extremo Oeste, Meio Oeste e Oeste. Outras 10 (dez) regiões foram classificadas no nível Alto (amarelo), Alto Vale do Itajaí, Carbonífera, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Laguna, Nordeste, Planalto Norte, Serra Catarinense, Vale do Itapocu e Xanxerê, e 3 (três) regiões foram classificadas no nível Grave (laranja), Alto Vale do Rio do Peixe, Grande Florianópolis e Médio Vale do Itajaí.
Figura 4: Classificação das Regiões quanto à Proteção Específica. 26/02/2022
Por fim, a dimensão Capacidade de Atenção (Figura 5) expressa o grau de comprometimento da rede de atenção de alta complexidade para prestar atendimento a pacientes com quadros graves de Covid-19. É composta pelo indicador de taxa de ocupação de leitos de UTI Adulto para tratamento de Covid-19 em relação ao total de leitos de UTI Adulto disponíveis no Estado.
Nesta dimensão, observou-se um total de 6 (seis) regiões com a capacidade de atenção Moderada (azul), com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 abaixo de 20%, Alto Uruguai Catarinense, Carbonífera, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis e Laguna. Outras 10 (dez) regiões estão com a capacidade de atenção Alta (amarelo), com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 entre 20 e 40%, Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Extremo Oeste, Médio Vale do Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense, Vale do Itapocu e Xanxerê e uma região apresenta uma capacidade de atenção Grave (laranja) com taxas de ocupação de leitos de UTI Adulto Covid-19 entre 40 e 60%, a região Nordeste. Destaca-se que o Estado apresenta um plano de contingência para pronta disponibilização de leitos de UTI para atendimento de pacientes com Covid-19, caso seja necessário, assim como mantém os leitos disponíveis para tratamento de demais patologias. Portanto, mesmo com a disseminação da variante Ômicron por todo o Estado, não existe comprometimento da capacidade de atenção de alta complexidade no momento.
Figura 5: Classificação das Regiões quanto à Capacidade de Atenção. 26/02/2022
*Indicadores melhoram, mas o Estado continua em alerta frente ao Coronavírus *
Com o avanço da variante Ômicron do coronavírus, cuja transmissão comunitária foi estabelecida em Santa Catarina na segunda quinzena de janeiro de 2021, o número de casos ativos passou de 4.508 no dia 31 de dezembro para 80.251 no dia 29 de janeiro, o que representou um aumento de 1.680% em um único mês (Figura 6). A partir de então, o número de casos ativos vem reduzindo de forma sustentada por 4 semanas consecutivas, chegando a 25.817 em 25 de fevereiro, representando uma redução de 67,8% em relação ao pico de casos ativos registrados no dia 29 de janeiro. Embora tenha sofrido uma drástica redução nas últimas semanas, o número de casos ativos ainda é considerado elevado em Santa Catarina, demonstrando que ainda há um elevado risco de contágio de Covid-19 em todo o Estado. Por isso, continua sendo fundamental a adoção de medidas de prevenção contra o contágio, como uso de máscaras, evitar aglomerações, dar preferência por ambientes abertos e ventilados e lavar as mãos com álcool gel ou água e sabão com frequência.
Figura 6: Evolução de Casos Ativos de Covid-19, 2020/2022. (Atualizado em 25/02/2022)
O número de internações por Covid-19 alcançou o pico no mês de março de 2021, com um total de 9.903 casos. Desde aquele mês, o número de internações veio reduzindo gradualmente, até alcançar um total de 521 internações por Covid-19 em dezembro de 2021, o que representou uma redução de 95% nesse período. No entanto, em janeiro de 2022, o número de internações por Covid-19 subiu para 3.293 casos, representando um aumento de 532% nas internações em um único mês. Os dados de fevereiro ainda estão em processamento, mas podem indicar uma tendência de redução (Figura 7).
Figura 7: Internações por Covid-19 segundo ano/mês de início dos sintomas. SC, 2020/2022 (atualizado em 25/02/2022)
O mesmo comportamento se observa em relação às internações em leitos de UTI. Após alcançar um pico no mês de março de 2021, com 2310 pessoas internadas em leitos de UTI para tratamento da Covid-19 grave, o número de pacientes internados em leitos de UTI reduziu gradualmente durante 2021, chegando a um total de 174 internações em dezembro de 2021, redução de 92% no período. Em Janeiro de 2022, o número de internações em leitos de UTI subiu para 761, representando um aumento de 337% num único mês. Os dados de fevereiro ainda são preliminares e estão em processamento, mas também podem indicar uma tendência de redução (Figura 8).
Figura 8: Internações em leitos de UTI por Covid-19 segundo ano/mês de início dos sintomas. SC, 2020/2022 (atualizado em 25/02/2022)
Da mesma forma, os óbitos por Covid-19 alcançaram um pico em março de 2021, com um total de 3.533 óbitos num único mês. Nos meses seguintes, o número de óbitos foi reduzindo gradualmente, até alcançar um total de 100 óbitos em dezembro de 2021, o que representou uma redução de 92% no período. Em Janeiro de 2022, o número de óbitos por Covid-19 subiu para 769, representando um aumento de 669% num único mês. Os dados de fevereiro ainda são preliminares e estão em processamento, mas também podem indicar uma tendência de redução (Figura 9).
Figura 9: Óbitos por Covid-19 segundo ano/mês de início dos sintomas. SC, 2020/2022 (atualizado em 25/02/2022)
Segundo levantamento realizado pela pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, a maior parte das infecções por Covid-19 estão concentrados na população mais jovem, até 39 anos de idade. No entanto, os casos graves que necessitam internações em leitos de enfermaria e de UTI são de idosos com 60 anos ou mais, que em sua maioria não completaram o esquema vacinal primário composto por duas doses ou dose única, e não receberam a dose de reforço quatro meses após completarem o esquema primário. Dados de novembro de 2021 a janeiro de 2022 demonstram que a taxa de óbitos por Covid-19 em idosos não vacinados ou com vacinação incompleta foi 47 vezes maior do que naqueles idosos que já receberam a dose de reforço. E a taxa de hospitalização foi 31 vezes maior entre os idosos que não completaram o esquema vacinal com a dose de reforço do que entre os idosos que já receberam a dose de reforço.
Outro fator que causa muita preocupação é o aumento no número de casos, internações em leitos de enfermaria e UTI e óbitos por Covid-19 em crianças menores de 12 anos. De acordo com levantamento realizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), nos meses de novembro e dezembro de 2021 foram registrados 1.631 casos em crianças menores de 12 anos. Já nos meses de janeiro e fevereiro de 2022, foram confirmados 21.357 casos, o que representa um aumento de 1.209%, sendo esse o maior número de casos de Covid-19 confirmados em crianças desde o início da pandemia.
O mesmo aumento é percebido em relação ao número de internações hospitalares de crianças menores de 12 anos, que passou de 40 registros em novembro e dezembro de 2021 para 275 internações em janeiro e fevereiro de 2022 (aumento de 588%). Mesmo aumento é percebido em relação ao número de internações em leitos de UTI, que passou de 3 internações em novembro e dezembro de 2021 para 46 em janeiro e fevereiro de 2022, um aumento de 1.433% nesse período.
Nos meses de maio e junho de 2021 foram registrados 6 óbitos em crianças menores de 12 anos. Nos meses seguintes os números apresentaram redução, sendo que nenhum óbito foi registrado nos meses de novembro e dezembro de 2021. No entanto, somente nos dois primeiros meses de 2022, já foram registrados 5 óbitos de crianças menores de 12 anos por Covid-19 no Estado. Ao total, 45 óbitos foram registrados em Santa Catarina desde o início da pandemia.
O principal objetivo da matriz de risco é ser uma ferramenta de tomada de decisão. A nota final do mapa de risco considera um intervalo de variação mais adaptado para cada nível, sendo de 1 a 1,9 como moderado, 2 a 2,9 como alto, 3 a 3,9 como grave e igual a 4 como gravíssimo.