O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil é oficialmente lembrado no dia 23 de Novembro, e visa estimular as ações educativas associadas à doença, promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças e adolescentes com câncer, além de divulgar os avanços técnico-científicos na área. A data foi instituída por meio da Lei nº 11.650, de 4 de Abril de 2008. Em Santa Catarina, o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é referência estadual para o atendimento das crianças e adolescentes com câncer.
O laço dourado da campanha simboliza a cor da fita destacando a consciência do câncer infantojuvenil e o padrão “ouro” necessário no tratamento desses pacientes. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou para o ano de 2018 a ocorrência de 12.500 casos novos da doença em crianças e adolescentes com até 19 anos de idade. Na última publicação do Registro Hospitalar de Câncer do HIJG, referente ao período de 2009-2013, a média de casos novos atendidos ao ano na instituição foi de 100, com taxa de sobrevida de 73%.
No Brasil, assim como nos países desenvolvidos, o câncer representa a primeira causa de óbito por doença entre as crianças e adolescentes de um a 19 anos de idade, de acordo com dados publicados pelo INCA. Infelizmente, com base nos dados dos registros de câncer atualmente consolidados no Brasil, muitos pacientes ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença em estágio avançado.
Diagnóstico e tratamento
Além do diagnóstico precoce, é imprescindível que o tratamento destes pacientes seja realizado em centros especializados, com presença de oncologistas pediátricos e de toda a equipe multiprofissional capacitada na atenção à criança e ao adolescente com câncer, objetivando incrementar as chances de cura da doença.
No Brasil, nos últimos anos, houve marcante melhora na sobrevida das crianças e adolescentes com câncer, em decorrência do atendimento em serviços de referência em oncologia pediátrica e pela utilização de protocolos cooperativos de tratamento, coordenados pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope).
Dados de um estudo sobre o panorama do câncer infantojuvenil divulgados pelo INCA e pelo Ministério da Saúde (MS) identificaram que no Brasil, a sobrevida estimada por câncer na faixa etária de zero a 19 anos é de 64%. Este estudo apontou que a sobrevida variou de acordo com a região do país, sendo mais elevada nas regiões Sul e Sudeste.
O câncer infantojuvenil consiste em um conjunto de doenças que apresentam características próprias em relação ao tipo histológico e ao comportamento clínico. Dentre as neoplasias malignas mais frequentes nesta faixa etária estão as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.
É fundamental, portanto, que os pais ou os responsáveis legais realizem as consultas pediátricas regulares com seus filhos e filhas, visando o diagnóstico precoce da doença e, permitindo assim, melhor chance de cura, de sobrevida e de qualidade de vida para o paciente e sua família. Neste contexto é importante o reconhecimento de alguns sinais e sintomas de alerta, principalmente se persistentes, visando ao diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil.
Sinais e sintomas de alerta
Leucocoria, nistagmos e protusão do globo ocular.
Estrabismo, que surge repentinamente.
Aumento de volume em qualquer região do corpo, principalmente indolor e sem febre, podendo estar associado ou não a sinais de inflamação.
Dor abdominal e massa abdominal.
Aumento de volume testicular.
Hematúria e hipertensão arterial sistêmica inexplicadas.
Linfonodomegalias, especialmente em região retroauricular, cervical baixa, epitroclear e supraclavicular.
Equimoses pelo corpo em regiões pouco frequentes, sobretudo quando não associadas a algum tipo de traumatismo.
Dor persistente nos ossos, nas articulações e nas costas, especialmente se persistente e se despertar a criança/adolescente à noite.
Fraturas, sem trauma.
Sinais precoces de puberdade: acne, voz grave, ganho excessivo de peso, pelos pubianos, hipertrofia de clítoris, aumento do volume do pênis, aumento do volume mamário nas meninas com menos de 8 anos de idade e nos meninos com menos de 9 anos de idade.
Cefaleia persistente e progressiva, associada ou não a vômitos, alterações na marcha, no equilíbrio, na fala e na visão, além do aumento inexplicado do perímetro cefálico, perda de habilidades desenvolvidas e alterações comportamentais.
Febre prolongada, perda de peso, prurido, tosse seca e persistente, palidez, fadiga ou sangramentos inexplicados.
Otalgia crônica/otorréia crônica, especialmente se associada a dermatite seborreica.
Nervos com modificação das características prévias, em áreas de exposição solar ou atrito.