MEDICAMENTOS DO SUS
Compra emergencialé autorizada pela Saúde
Três remédios que estavam em falta desde outubro devem chegar até o dia 22
Foi autorizada pela Secretaria de Saúde a compra emergencial dos medicamentos losartana 50mg (receitado para hipertensos), sinvastatina 20mg (para controle do colesterol) e amitripitilina 25mg (antidepressivo) que estavam em falta nos postos de saúde de Joinville desde o começo de outubro. A compra direta, com dispensa de licitação, foi autorizada por causa da desistência das duas empresas que haviam sido contratadas para o fornecimento.
Os novos fornecedores têm dez dias para entregar os remédios. Mas a Secretaria da Saúde prevê que até o dia 22 os estoques estejam normalizados.
Segundo a coordenadora da central de abastecimento farmacêutico da Secretaria da Saúde, Janaina Vicente, foram comprados 600 mil comprimidos de losartana, 50 mil comprimidos de Sinvastatina e 326,5 mil de amitripitilina.
O estoque será suficiente para dois meses. Outro medicamento comprado em caráter de urgência é o ácido fólico (complexo vitamínico). Foram adquiridos 24 mil comprimidos da vitamina.
Análise jurídica nos atrasos
A partir de agora, todos os atrasos ocorridos na entrega de medicamentos comprados por licitação serão encaminhados para análise jurídica da Secretaria Municipal da Saúde. Uma comissão – formada por três servidores públicos – analisará o processo de compra e poderá penalizar as empresas conforme prevê a lei federal que regulamenta os processos de licitação.
As punições podem ir de multa até impedimento de participar de licitações por, no mínimo, dois anos. Segundo a secretaria, um dos primeiros casos que serão analisados é o descumprimento de contrato por parte de uma distribuidora de medicamentos do Rio Grande do Sul. Por duas vezes consecutivas, a empresa foi a vencedora do processo de licitação, mas não entregou os medicamentos dentro do prazo assinado em contrato. No último, o atraso gerou o desabastecimento de amitripitilina e sinvastatina na rede pública por mais de dois meses.
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem uma lista de 128 medicamentos distribuídos gratuitamente nos postos de saúde. No ano passado, a Secretaria Municipal da Saúde destinou R$ 25 milhões para a compra de remédios da lista básica do SUS. De janeiro a 1° de setembro deste ano, já foram gastos cerca de R$ 19,3 milhões.
CESARIANA
Cesariana agora é a preferência
Levantamento mostra que mais brasileiras optam pela cirurgia em vez do parto normal no Brasil
As brasileiras estão deixando de optar pelas dores do parto normal na hora de ter o bebê. Números do Ministério da Saúde revelam que, pela primeira vez, o País registrou mais cesarianas do que partos normais.
O dado se refere ao ano de 2010, quando 52% das mulheres deram à luz por cirurgia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma taxa de aproximadamente 15%.
No setor privado do Brasil, a taxa de cesarianas está estabilizada desde 2004 em cerca de 80%. No Sistema Único de Saúde (SUS), o número vem aumentando e passou de 24% para 37% na última década. De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Parto Normal do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Vinagre, a cesariana, quando feita indiscriminadamente, pode aumentar os riscos para a mãe e o feto. Quando a situação de saúde da mãe exige, a cirurgia cesariana é benéfica à gestante e ao recém-nascido.
Para impedir que o parto cirúrgico ocorra sem necessidade, o ministério orienta médicos e mães a optarem pelo parto humanizado (normal), com as iniciativas previstas na estratégia da Rede Cegonha. Segundo o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, o excesso de partos cirúrgicos se deve principalmente ao desconhecimento que as mulheres ainda têm em relação aos benefícios do parto normal.
“É uma epidemia. É inaceitável. Há uma pressão, às vezes, da própria paciente para que isso aconteça. Tem muito desconhecimento”, diz o secretário.
A Rede Cegonha prevê atenção total à gestante e ao bebê até o seu segundo ano de vida e conta com orçamento de mais de R$ 9 bilhões até 2014.
CESARIANA
42% em SC já nascem por cesárea
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, números estão aumentando a cada ano e dobraram desde 2005
Nos últimos dois anos, 42% de “novos catarinenses” vieram ao mundo por meio de cesarianas. E esse índice pode aumentar ainda mais se depender do ritmo apresentado nos últimos anos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, em 2005 as cesarianas representavam 20,5% dos quase 50 mil nascimentos registrados em Santa Catarina. Em 2008 já eram 39,7% e em 2010 e 2011, com dados de janeiro a outubro, ultrapassaram os 42% na contabilidade geral.
Mesmo assim, Santa Catarina tem um índice menor que a média nacional, que chega a 52% entre os cerca de 3 milhões de partos que acontecem todos os anos.
Para o médico ginecologista e diretor da Maternidade Carmela Dutra, na Capital, Ricardo Maia, a diminuição no número de partos normais tem como fator principal a mudança no perfil das gestantes e as suas condições de saúde.
“A gestação tardia tem crescido bastante no País nos últimos anos, e em muitos casos, isso tem apresentado um risco maior por causa de problemas de saúde das gestantes, como diabetes, pressão alta e obesidade. Assim, a cesariana se apresenta como uma alternativa mais segura para mãe e filho”, explica o diretor da instituição, onde 35% dos mais de 300 partos por mês são cesarianas.
Incentivo
Mesmo com a “mania” da cesariana em alta, muitas associações, grupos de mães e instituições médicas trabalham no sentido de incentivar o parto normal. No Hospital Universitário (HU), em Florianópolis, essa filosofia existe há anos e o índice de nascimentos com a ajuda do procedimento cirúrgico não ultrapassa os 30%. Por mês, entre 140 e 180 partos são realizados na maternidade do HU.
“Nosso hospital é referência por recebermos gestantes de alto risco. Cerca de 40% de grávidas estão nessa situação, mas mesmo assim tentamos ao máximo a busca do parto normal”, conta o responsável pela divisão de ginecologia e obstetrícia, Alberto Trapani. Desde o pré-natal, as gestantes participam de grupos onde as vantagens do parto normal são apresentadas, e durante o trabalho de parto, são feitos procedimentos para viabilizar essa alternativa.
A presença de um acompanhante durante o nascimento foi um dos caminhos para criar o parto humanizado e deixar a gestante mais confiante e segura.
AO DAR À LUZ
Cesariana é cada vez mais preferida em SC
Tendência pela cirurgia, que é mundial, seria reflexo das gestações tardias, envolvendo mulheres com diabetes, pressão alta e obesidadeQuando uma mulher descobre que está grávida, entre as várias dúvidas e apreensões que surgem durante a gestação é: fazer parto normal ou cesariana? A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que 15% dos nascimentos no mundo ocorram através do método cirúrgico.
Mas nos últimos dois anos, 42% de “novos catarinenses” vieram ao mundo por meio de cesarianas. E esse índice pode aumentar ainda mais se depender do ritmo apresentado nos últimos anos.
Segundo a secretaria de Estado da Saúde, em 2005 as cesarianas representavam 20,5% dos quase 50 mil nascimentos registrados em Santa Catarina. Em 2008 já eram 39,7% e em 2010 e 2011, com dados de janeiro a outubro, ultrapassaram os 42% na contabilidade geral.
Mesmo assim, Santa Catarina tem um índice menor que a média nacional, que chega a 52% entre os cerca de 3 milhões de partos que acontecem todos os anos.
Para o médico ginecologista e diretor da Maternidade Carmela Dutra, na Capital, Ricardo Maia, a diminuição no número de partos normais tem como fator principal a mudança no perfil das gestantes e as suas condições de saúde.
– A gestação tardia tem crescido bastante no país nos últimos anos, e em muitos casos, isso tem apresentado um risco maior por causa de problemas de saúde das gestantes, como diabetes, pressão alta e obesidade. Assim, a cesariana se apresenta como uma alternativa mais segura para mãe e filho – explica o diretor da instituição, onde 35% dos mais de 300 partos por mês são cesarianas.
No Brasil, o procedimento cirúrgico é mais comum nas cidades grandes (55%) e nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (55%).
Entre a classe médica, o parto normal ainda é preferência, já que oferece menos risco para a mãe e o bebê e a recuperação da mulher é bem mais rápida. Mas a situação muda radicalmente quando as estatísticas se concentram apenas nos hospitais particulares.
Nestes estabelecimentos de saúde privados, as cesarianas chegam a representar até 80% dos nascimentos em Santa Catarina.
Pelo SUS, o índice de cesarianas cai para 36,8%. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o hospital público recebe cerca de R$ 700 pela cesariana e R$ 850 pelo parto normal.
AO DAR À LUZ
Grupos e hospitais incentivam mulheres
Mesmo com a “mania” da cesariana em alta, muitas associações, grupos de mães e instituições médicas trabalham no sentido de incentivar o parto normal.
No Hospital Universitário (HU), em Florianópolis, essa filosofia existe há anos e o índice de nascimentos com a ajuda do procedimento cirúrgico não ultrapassa os 30%. Por mês, entre 140 e 180 partos são realizados na maternidade do HU.
– Nosso hospital é referência por recebermos gestantes de alto risco, cerca de 40% de grávidas estão nessa situação. Mas mesmo assim, tentamos ao máximo a busca do parto normal – conta o responsável pela divisão de ginecologia e obstetrícia, Alberto Trapani.
Desde o pré-natal, as gestantes participam de grupos onde as vantagens do parto normal são apresentadas, e durante o trabalho de parto, são feitos procedimentos para viabilizar essa alternativa.
A presença de um acompanhante durante o nascimento foi um dos caminhos para criar o parto humanizado e deixar a gestante mais confiante e segura.
Realidade que se repete nos EUA e na Europa
Segundo Trapani, a predominância nas cesarianas se deve a realidades culturais nas quais a maioria das gestantes têm receio dos possíveis riscos no nascimento normal e da praticidade médica. A preferência pela cirurgia, contudo, também significa perigos
– O risco de mortalidade nesse caso aumenta para 40%, cerca de quatro vezes maior que no parto normal. Existe a realidade dos hospitais privados, onde as cesarianas acontecem com maior número. Esse fenômeno já é global. Nos Estados Unidos, o parto cirúrgico chega a 35% e em quase toda a Europa isso também acontece – esclarece.
AO DAR À LUZ
“Foi esquisito, não conseguia me mexer”
Aos 15 anos, a estudante Kauyne Eusébio de Assunção já é mãe. Na metade da gestação, ela já havia decidido que a filha Ana Laura viria ao mundo pelo parto normal.
Mas quando chegou na hora de ir para o Hospital São José, em Criciúma, no Sul do Estado, onde vive com a família, o planejamento mudou, apesar da médica ser incentivadora do método natural.
– Eu não conseguiria ter a dilatação necessária para o parto normal, aí não teve outro jeito, foi cesariana. Não demorou muito, mas foi esquisito a ação da anestesia, pois eu não conseguia me mexer – conta a mãe, que era acompanhada de perto pelo avô de Ana Laura, seu Daucione de Assunção.
AO DAR À LUZ
Sem a dilatação, os planos mudaram
A maquiadora Samara Serafim Cardoso, 19 anos,também teve o primeiro filho por meio do procedimento cirúrgico, apesar de ter planejado o nascimento de Carlos Eduardo pelo parto normal.
O problema na última hora foi o mesmo de Kauyne (história contada acima): falta de dilatação no canal vaginal, o que tornaria o parto bastante complicado e arriscado para a mãe e o bebê.
Mesmo contrariada com a decisão tomada, Samara preferiu seguir as orientações do médico e não correr riscos.
– E graças a Deus foi tudo muito tranquilo. No final de semana já estaremos em casa – comemora
AO DAR À LUZ
70% gostariam de ter normal
As histórias das duas gestantes ao lado mostram que muitas vezes mesmo a mulher querendo ter o parto normal, ele não é possível. Nos casos de Kauyne e Samara a cesariana foi necessária pelo mesmo motivo: falta de dilatação, o que é bastante comum entre as gestantes.
Pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública com colaboração do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro indica que 70% das brasileiras gostariam de tentar o parto normal, mas apenas 10% atingem esse objetivo.
Entre os principais motivos apontados pelos médicos estão risco fetal, tamanho do bebê, posições anômalas (quando o bebê está atravessado ou sentado) e cicatrizes prévias. Já nos casos de falta de dilatação e de cordão umbilical enrolado ao bebê, cada situação é analisada cuidadosamente, mas o parto normal pode ser feito, se não houver risco para a vida da mãe e bebê.
Mas há quem aponte os médicos como os principais motivadores das cesarianas. É o que diz a psicóloga, doula (profissional sem formação médica que dá apoio às mulheres durante e depois da gestação) e acupunturista Érica de Paula, co-autora do documentário O Renascimento do Parto, com estreia marcada para o ano que vem. Para ela, os obstetras são os principais responsáveis pelos índices alarmantes, ao usar a desinformação e a insegurança das futuras mães.
– Para o médico, é evidente que a cesariana é uma opção muito mais cômoda, pois gera mais lucros e permite um maior controle de agenda. Mesmo que o médico receba o mesmo valor pelos dois tipos de parto, a cesariana permite hora marcada e dura cerca de 10% do tempo dedicado a um parto normal. O hospital e o plano de saúde também não têm interesse na gestante de parto normal, uma vez que elas não gastam nada além da hotelaria do hospital. Além disso, hoje em dia, os profissionais médicos saem das faculdades mal preparados para lidar com o parto normal. Formam- se cirurgiões, e não parteiros.
LEI ANTITABAGISTA
Grupo pensa em criar campanha
O governo federal montou um grupo de trabalho para detalhar a aplicação da lei que baniu fumódromos e restringiu a propaganda nos pontos de venda de cigarro.
O grupo, interministerial, também vai discutir a criação de uma campanha de conscientização da Lei Antifumo. Há perspectiva de que haja um decreto que indique valores de penalidade e fiscalização, explica Cristiane Vianna, da Conicq (que reúne ministérios para discutir o cumprimento de um acordo internacional contra o tabaco).
O Conicq se reuniu na quinta-feira com o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Ele disse que a regulamentação deve estar fechada até março. Outro ponto da pauta foi a proposta de uma mobilização nacional.
– Discutimos uma campanha para informar sobre a lei e, assim, ganharmos adesão – disse Cristiane.
Apesar de o veto ao fumódromo e a restrição à publicidade já estarem vigentes, a falta de detalhamento pode adiar a aplicação da lei.
Brasília