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CAMPANHA
Ministério da Saúde muda regras de doação de sangue

O Ministério da Saúde mudou a faixa etária para doação de sangue no País. A idade mínima, que antes era de 18 anos, passa agora a ser de 16. O limite para doação também foi ampliado de 65 para 68 anos. Com a mudança, o governo espera ampliar o volume de sangue coletado, atualmente de 3,5 milhões de bolsas anuais. O ideal, de acordo com padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), seria 5,7 milhões de bolsas. As informações foram divulgadas ontem, durante o lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação Voluntária de Sangue.


 

HOSPITAL SANTO ANTÔNIO
Acordo nas mãos de conselho
Possível parceria com entidade que planeja administrar unidade está em avaliação

Está nas mãos do Conselho Municipal de Saúde o convênio entre a Prefeitura de Guaramirim e a Sociedade Beneficente São Camilo, de São Paulo, para a administração do Hospital Municipal Santo Antônio. A expectativa do secretário de Saúde, João Deniz Vick, é que o convênio seja firmado em agosto.

Presidente do grupo formado por representantes do poder público e da sociedade, Ademir Orsi, conta que, primeiramente, estão sendo analisados os planos de ação e de metas de atendimento para depois ser avaliada a formalidade do contrato. “Trabalhamos sem pressão. Fazemos uma avaliação bem criteriosa e sem prazo de finalização porque envolve recursos públicos”, diz.

Uma das dúvidas que ainda está em análise é se o convênio deverá ser aprovado pela Câmara de Vereadores. O presidente do Legislativo, Osni Fortunado, acredita que o acordo tem de ser votado pela casa antes de ser levado adiante. “Acho que vamos ter de avaliar a proposta porque é uma assunto sério, que envolve bem público”, argumenta.

O procurador do município, Fagner Ferreira Azambuja, diz que não há necessidade de encaminhar a proposta para o Legislativo. Segundo ele, há uma lei municipal que permite à administração firmar convênio com entidades filantrópicas particulares. “Juridicamente não há essa exigência (de enviar para a Câmara). Os vereadores participaram da audiência pública realizada na semana passada sobre o tema”, ressalta. Segundo Azambuja, o convênio atende à exigência do Ministério Público de ampliar o atendimento médico e hospitalar de forma ágil e com menos custos.

O MP foi procurado para comentar o assunto, mas a promotora substituta da vara cível, Maria Cristina Pereira Cavalcante Ribeiro, estava em audiência.

O diretor administrativo da Sociedade Beneficente São Camilo, Claudio Marmentini, diz que a forma de parceria depende da decisão do município interessado e que cada um tem uma lei que define as exigências para a aprovação. A entidade administra sete hospitais no Estado e 48 em todo o País. Segundo ele, assim que o convênio for fechado, será feita uma avaliação da estrutura para priorizar o atendimento de acordo as principais necessidades.

Ele destaca que o centro cirúrgico, ainda em obras, os setores de obstetrícia e de internação infantil serão ativados e ampliados. “O município não vai se desfazer do hospital. Será um trabalho feito em parceria para oferecer um atendimento adequado a todos”, afirma Marmentini. ROSA

diego.rosa@an.com.br

DIEGO

 


HOSPITAL SANTO ANTÔNIO
Convênio define metas de ampliação

A decisão de fazer uma parceria com uma entidade especializada em gestão hospitalar é justificada pela ampliação do atendimento, de acordo com o secretário de Saúde, João Deniz Vick. Segundo ele, a burocracia exigida para investimentos do Poder Público prejudica a agilidade das mudanças. “Temos um custo alto para um atendimento que não atende às nossas expectativas. Por isso, a parceria tende a melhorar o serviço”, argumenta.

No acordo com a Sociedade Beneficente São Camilo, foi apresentado um plano de metas que a instituição terá de cumprir para que o convênio tenha sequência a partir da assinatura da parceria. Entre as exigências, está o aumento de atendimento ambulatorial. Hoje, a unidade faz cerca de 4 mil procedimentos por mês.

Com o convênio, esse número deve saltar para 7,5 mil. Os exames de ultrassom também devem ser ampliados de 60 para 175 por mês. Não foi definida a criação de mais leitos. Hoje, são 46. Conforme o secretário, o aumento depende de uma necessidade no futuro.

Hoje, o município investe mensalmente R$ 507 mil no hospital para o pagamento dos 114 funcionários e manutenção. Com a proposta de convênio, o repasse para a São Camilo será de R$ 550 mil mensais.

O secretário de Saúde afirma que aumento de despesa se justifica porque a São Camilo vai cumprir um plano de metas. Para isso, vai ter de contar com mais funcionários e médicos. “Os custos que teríamos para ampliar os serviços, incluindo o funcionamento do centro cirúrgico, seriam de R$ 800 mil mensais”, diz.

 

 

HOSPITAL SANTO ANTÔNIO
Pacientes à espera de mudanças

O mecânico de refrigeração Osni Júnior, 31 anos, esteve ontem no Hospital Santo Antônio e saiu insatisfeito. Ele reclamou que ficou cerca de três horas na fila para que a filha Sara, cinco anos, fizesse um raio X. “É um exame simples, que demorou muito pela falta de pessoal”, disse.

A falta de pessoal também incomodou Eduardo da Silva Bueno, 36 anos. Ele foi até o pronto-atendimento do hospital por causa de uma queda. “O que falta são mais enfermeiros e médicos para que tudo ande mais rápido. É preciso investir nisso”, pediu.

O autônomo Pedro da Silva, 44 anos, espera que o atendimento seja realmente ampliado se for fechado o acordo com a Sociedade São Camilo. “Espero que não fique apenas na promessa”, disse.

Os fiscais das metas que a São Camilo terá de cumprir serão o Conselho Municipal de Saúde, a Secretaria de Saúde e um grupo que representará o hospital. “Se houver o descumprimento de metas, o valor do repasse poderá ser reduzido”, diz o secretário João Vick. O prazo do convênio é de dez anos e 70% do atendimento será pelo SUS e o restante (30%) será por meio de convênios.

 

 

 

Visor
 

PRESOS SEM MÉDICOS


Primeira constatação do Mutirão Carcerário, organizado pelo CNJ, durante a inspeção a São Pedro de Alcântara: os 1.248 presos da maior penitenciária do Estado estão há seis meses sem médico. Depois que o único clínico geral pediu exoneração há dois anos, restou um infectologista, cujo contrato terminou há seis meses. Desde então, presos em tratamento de tuberculose, HIV, hipertensão e hepatite sobrevivem com a ajuda de quatro enfermeiros durante a semana.


RANGO NOVO NO REGIONAL

A Secretaria da Saúde acatou recomendação do MP e se comprometeu a realizar nova licitação para contratar o fornecimento de alimentação aos pacientes e servidores do Hospital Regional São José e do Instituto de Cardiologia de SC.

A Nutriben, atual responsável pelo serviço, já recebeu diversas autuações da Vigilância Sanitária por irregularidades encontradas pela fiscalização e também está sendo analisada pelo TCE.

 

Geral

 

VACINAÇÃO NO ESTADO
Mutirão para evitar a poliomielite em SC
A meta é vacinar pelo menos 95% das crianças da faixa etária estabelecida pelo Ministério da Saúde

 

A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite começou em Santa Catarina na última segunda-feira. A meta do Ministério da Saúde é de que sejam vacinados, no mínimo, 95% das 411.967 crianças catarinenses de zero até quatro anos, 11 meses e 29 dias de todo o Estado.

Em Florianópolis, 23 mil crianças devem receber as duas gotinhas que combatem a paralisia infantil. Só no centro de saúde do Centro e no posto móvel montado no Terminal de Integração Central (Ticen) foram cerca de 240 crianças vacinadas no primeiro dia da campanha.

A enfermeira do centro de saúde do Centro, Isaura Corrêa, explica que a vacina não causa reações, e mesmo as crianças da faixa etária indicada que já tomaram a vacina devem comparecer aos postos de saúde de cada município.

A paralisia infantil não é registrada, no Brasil, desde 1990. Em Santa Catarina, o último caso registrado ocorreu em 1989. Mas, para o diretor estadual de Vigilância Epidemiológica, Luís Antônio Silva, o vírus ainda requer atenção, já que a doença não está totalmente erradicada e ainda circula em países como Índia e Nigéria.

– Contamos com o convencimento dos pais da importância de se evitar essa doença aqui – afirma Luís Antônio.

Segundo ele, SC entra para a 32a campanha com um bom desempenho. No ano passado, 98% das crianças compareceram às duas fases da vacinação. Este ano, cerca de 3,5 mil profissionais da saúde devem estar envolvidos na ação catarinense, trabalhando em unidades de saúde e fazendo campanhas em escolas e creches. Em Florianópolis, são 130 pontos de vacinação, entre centros de saúde e unidades móveis. Os funcionários do trailer localizado em frente ao Ticen, por exemplo, literalmente, correm atrás do público-alvo da vacina.

– Quando a gente vê alguma criança que deve ser da faixa etária, a gente sai correndo para falar da campanha para os pais ou responsáveis – conta o agente de saúde Maxwel dos Santos.

Carla Barcelos Oliveira, ao ser lembrada da vacinação, levou, na hora, o filho Isac Brás Oliveira, dois anos, para tomar as duas gotinhas.

– É bem importante para se garantir a saúde dele – afirma a dona de casa.

 

GABRIELLE BITTELBRUN

 

 

GERAIS
Trabalho médico em municípios pobres

O Ministério da Saúde deu um passo adiante para que os médicos formados por meio do Financiamento Estudantil (Fies) possam quitar o valor devido em menos de 10 anos, sem nenhum desembolso, mas preenchendo necessidades do Sistema Único de Saúde. A portaria publicada ontem divulgou os critérios tanto para definir as especialidades médicas prioritárias para a rede pública quanto os de municípios com maior dificuldade para fixar esses profissionais no Programa Saúde da Família.

 


VACINAÇÃO NO ESTADO
Alerta para a gripe A

O período crítico para a propagação da gripe A

já começou e deve ir até o mês de outubro. O diretor da Vigilância Epidemiológica de SC, Luís Antônio Silva, destaca que as baixas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem aglomeradas, em locais fechados e de pouca circulação de ar. Isso aumenta os problemas alérgicos e compromete o sistema imunológico, facilitando a propagação dos vírus.

O diretor destaca que, nas próximas semanas, começa um monitoramento das pessoas que são internadas com doenças respiratórias graves. Além disso, antivirais para serem aplicados em casos suspeitos de gripe A serão disponibilizados para as unidades de saúde da rede pública de SC. Mas, para Luís Antônio, é fundamental que se saiba que gripe “é coisa séria”.

No ano passado, foram 21 casos confirmados de gripe A e 500 exames realizados em todo o Estado para se detectar a doença. Neste ano, o H1N1 ainda não foi registrado no Estado. No Rio Grande do Sul, o quinto caso foi confirmado no último dia 10. Duas pessoas morreram por causa gripe A neste ano.

 


DOAÇÃO DE SANGUE
Permissão aos 16 anos

Uma portaria do Ministério da Saúde divulgada ontem autorizou que adolescentes entre 16 e 17 anos possam doar sangue, desde que tenham uma autorização dos pais.

Pelas regras anteriores, a doação só era possível para quem tinha mais de 18 anos. Dados do Ministério da Saúde indicam que 1,9% dos brasileiros doam sangue regularmente. A taxa está dentro do parâmetro de 1% a 3% definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas, de acordo com a pasta, ainda precisa melhorar.

Para doar sangue é preciso ter entre 16 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos e comparecer a um hemocentro com documentação válida em território nacional. O ministério orienta que o doador não esteja em jejum, tenha dormido pelo menos seis horas e não tenha ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação.

É necessário, também, evitar o cigarro por pelo menos duas horas e o consumo de alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação. Não podem doar pessoas que tiveram hepatite após os 10 anos de idade, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com Aids, hepatite, sífilis e doença de Chagas e usuários de drogas.

 

 

 

Servidores da saúde realizam assembleia nesta quarta-feira

 

O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde Privada e Público Estadual (SindSaúde/SC) realiza nesta quarta-feira, às 14 horas, no Clube Doze de Agosto, em Florianópolis, uma assembleia geral para decidir se a categoria vai entrar em greve. Os representantes do sindicato se reuniram, ontem, com o Secretário da Saúde do Estado, Dalmo Claro de Oliveira, mas nenhuma proposta concreta foi apresentada para ser levada para apreciação da categoria na assembleia.
 

Na reunião, o secretário mostrou o resultado das simulações prevendo a incorporação do abono (16,76%) e reposição salarial (8,33%) com os impactos na folha de pagamento. Só que sem prazo de implantação. Segundo informações do SindSaúde/SC, o secretário reconheceu a defasagem e disse ainda que o governador está sensibilizado com as reivindicações, mas pediu 120 dias para propor acordo concreto.


“Seguramos ao máximo a greve, especialmente em Joinville. Não teremos nada de proposta para apresentar, apenas a intenção do governo de negociar a concessão da reposição mais para frente. A greve será decidida na assembleia de hoje, pela votação da categoria. Diante do impasse o secretário se comprometeu a repassar a situação para o governador Raimundo Colombo, e tentar apresentar antes da realização da assembleia, uma proposta para ser colocada em votação ”, declarou a presidente do Sindsaúde/SC, Edileuza Garcia Fortuna.

De acordo com a assessoria de imprensa do secretário Dalmo Claro de Oliveira, depois da reunião com os representantes do SindSaúde/SC, o secretário seguiu em viagem para Brasília. A assessoria não soube informar se o secretário apresentou as propostas dos servidores da saúde para o governador e afirmou ainda que o secretário vai esperar a decisão da assembleia para depois se posicionar.

 

 

 

400 pacientes esperam por cirurgia


Ao menos 400 pessoas em toda Serra Catarinense estão numa fila de espera, aguardando avaliação pré-anestésica para fazer uma cirurgia. O problema se arrasta desde o ano passado sem solução. Pacientes chegaram a ser encaminhados para São Joaquim para fazer o procedimento, através do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amures.
 

Até pouco tempo, os pacientes não conseguiam fazer as pré-avaliações anéstesicas. Agora não conseguem nem agendar no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, o procedimento em caso de cirurgia eletiva. O pagamento do médico anestesista é feito com parte dos recursos da Autorização de Intermanento Hospitalar (AIH). A presidente do Consórcio de Saúde, prefeita Marta Regina Góss, disse ser lamentável e que os municípios estão de mãos atadas, porque os médicos anestesistas simplesmente se negam a atender.
 

“Em toda a região tem pacientes à espera de cirurgia e estão sendo barrados na avaliação pré-anestésica. Em Bocaina do Sul há dois casos graves. Em um deles, o paciente está implorando para voltar ao trabalho, mas antes precisa fazer a cirurgia”, observa a prefeita. Com a suspensão dos atendimento eletivos, uma das saídas do Consórcio de Saúde para não deixar a população sem atendimento, foi contratar um anestesista em São Joaquim.
 

Mas, os médicos anestesistas em Lages acabaram boicotando o coleta de profissão e não reconhecem a avaliação do joaquinense. “É um absurdo o que fazem. Existe um protocolo que determina a avaliação pré-anestésica e os anestesistas dentro do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres ignoram”, aponta Marta Góss.

 

Uma outra medida para pressionar os médicos a atender foi o encaminhamento, ao Ministério Público, da lista de cerca de 400 pacientes da região que estão aguardando o procedimento de avaliação de pré-anestesista. Houve uma cobrança e a direção do hospital que deve se manifestar sobre a questão.
 

A falta de avaliação pré-anestésica no Estado é tão grave, que será tema hoje, de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado. O deputado Antônio Aguiar sugeriu a discussão com vistas à criação de um Programa Estadual de Controle de Cirurgia Eletivas, a exemplo dos mutirões que desafogam, inclusive as demandas judiciais, por direitos que o cidadão tem assegurados pela Constituição Federal.

 


O impasse dos anestesistas em Lages se arrasta desde 2009 e chegou numa situação quase insustentável. Mas, que para a presidente do Consórcio de Saúde, tem de ter um basta. Numa parceira com o Hospital Tereza Ramos, até foram viabilizadas algumas avaliações pré-anestésicas.

 
Mas quando os colegas médicos descobrem, pressionam para não atender. O problema se concentra no Nossa Senhora dos Prazeres. Mas hoje, a direção do hospital tem de informar ao Ministério Público se as avaliações pré-anestésicas votam a atender os casos eletivos. Porque, a cada dia, a fila de espera aumenta em mais esse gargalo da saúde.

  

Cirurgias eletivas não estão sendo agendadas

 

Quem precisar agendar cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para os próximos dias, terá dificuldade. Isso porque os anestesistas que atendem nas unidades hospitalares de Lages, não estão atendendo. O motivo alegado por eles é a falta de condições. Os anestesistas não se pronunciam e nem criaram vínculos com sindicatos ou associações para intermediar qualquer tipo de negociação. O Hospital Nossa Senhora dos Prazeres negocia com os médicos, sob pena de sofrer multa diária, caso as cirurgias não sejam realizadas.

 

De acordo com o auditor da Gerência Regional da Saúde de Lages, Jorge Floriani, as cirurgias eletivas (aquelas que não são de emergência) não estão mais sendo agendadas por falta de profissional de anestesia. “Inclusive, recebemos ligações de alguns secretários de saúde de outros municípios da região, questionando a dificuldade em agendar os procedimentos”, afirma.

 Apesar da mobilização acontecer fora dos Sindicatos Regional e Estadual da Saúde, o presidente regional, Fernando Pagliosa, acredita que o principal motivo dessa paralisação sejam os valores da tabela do SUS repassado por cada cirurgia. O presidente do sindicato estadual dos médicos, Cyro Veiga Soncini, afirmou que não foi informado desta mobilização, porém adianta que Santa Catarina sofre carência de anestesistas. Mais um motivo para a mobilização.

 Atualmente, Lages conta com 12 anestesistas vinculados à Associação Médica da Serra, sendo que todos eles estão concentrados na Clínica Sanel Serviços de Anestesiologia, e atendem nos hospitais em Lages. A equipe do Correio Lageano procurou os anestesistas, porém nenhum se pronunciou. “Eles são um grupo fechado”, afirma o presidente da associação, Marcelo Malinverni Appel.

 Como o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres é o local onde são realizadas mais cirurgias no municípios, o impasse está diretamente ligado ao local. Apesar disso, o diretor administrativo do hospital, Canísio Winkelmann, diz que também não vai se pronunciar sobre o caso, mas confirma que há uma negociação com os médicos.
 
Em matéria publicada pelo Correio Lageano, no dia 23 de março, o Nossa Senhora dos Prazeres recebeu uma determinação do Ministério Público sobre o restabelecimento das cirurgias eletivas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. Porém, a falta de anestesistas virou uma barreira para o cumprimento dessa determinação, o que torna o Nossa Senhora dos Prazeres o principal interessado na volta do atendimento. O Conselho Regional de Medicina foi procurado, mas o presidente, Sílvio Frandaloso, não foi encontrado.

 
Atendimento será normal nos demais hospitais
 

O Hospital Infantil Seara do Bem informou que neste mês o atendimento dos anestesistas será normal, pois há um contrato. De acordo com diretor-presidente do hospital, médico Frederico Manoel Marques, não há menção dos anestesistas em parar com os serviços no hospital infantil, pelo menos no mês de junho.

 Já o diretor geral do Hospital Tereza Ramos, Ormas Guzatti, informou que todos os anestesistas estão trabalhando normalmente e continuarão, sem previsão de paralisação. “Todos os anestesistas são funcionários do Estado então não podem parar”, afirmou Guzatti.
 
Deficiente físico e mental espera avaliação anestésica há um ano

 

 

Ponte Alta

 

Morador de Ponte Alta, portador de necessidades especiais, Tarcizo Wollinger Freitas (36), chora de dores abdominais e tem até crise de vômitos devido a cálculos na vesícula. Ele passa o dia falando que precisa de médico. Mas, há um ano está na fila de espera por avaliação anestésica.
Sem poder ir à escola há dois meses devido às crises de dores, Tarcizo Freitas passa o dia no sofá assistindo televisão e tomando medicamentos para combater a dor. A irmã, Márcia Wollinger é quem cuida dele, desde que a mãe morreu em setembro do ano passado. Ela tem ainda, outros dois filhos menores.

 
Nervosismo, agressividade, sem se alimentar devido às fortes dores eram os sintomas de Tarcizo, ainda quando a mãe era viva. Foi ela quem iniciou o tratamento do filho para fazer cirurgia de extração de cálculos de vesícula. Mas, morreu antes de ver o filho curado. O desejo da mãe, ainda não foi realizado por falta de atendimento dos anestesistas.
 

“Fizemos todos os exames e foi encontrado o problema. Mas, ficou tudo parado. Mês passado chamaram ele para fazer avaliação no anestesista em São Joaquim. Fizemos mais exames e avisaram que dia 8 de junho seria operado. No dia 7 avisaram de novo que foi cancelada a cirurgia. Não sei o que aconteceu”, relata Márcia Wollinger.

 

De acordo com a secretária de Saúde de Ponte Alta, Cleusa Moraes de Oliveira, a cirurgia de Tarcizo foi desagendada por falta de anestesista. “Só atendem casos de emergência. Já tivemos de fazer a avaliação anestésica em São Joaquim, porque em Lages não atendem. Só se pagar R$ 200,00”, explicou.

 Exemplos como este não são únicos e já teve até o absurdo de um paciente ser retirado da mesa de cirurgia por falta de anestesista. É o caso de José Reni de Souza, morador do interior do município de Palmeira, que precisa fazer remover uma hérnia e estava pronto para o procedimento, quando o cirurgião informou não tinha anestesista e não poderia fazer a intervenção.
“Eu estou esperando.

 Fiz a avaliação anestésia em São Joaquim, pelo Consórcio de Saúde da Amures e continuo esperando por um anestesista”, lamenta o homem que é morador da localidade de São Sebastião do Canoas. Casos como este são vários na região.


Mulher morre por falta de anestesista

 
No dia 24 de maio, Salete Terezinha Rodrigues Waltrich (47), sofreu nove paradas cardíacas e morreu porque não havia atendimento anestésico. Salete foi uma das vítimas que sofria com a falta de atendimento médico na emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres.
 

Na época, a irmã de Salete, Vanessa dos Santos Rodrigues informou que a médica estava disposta a fazer a cirurgia. Em matéria publicada pelo Correio Lageano no dia 27 de maio, ela afirma que um dos anestesistas mencionou que não trabalharia nem se ganhasse R$ 5 mil.
 

O caso aconteceu depois que Salete deu entrada no Nossa Senhora dos Prazeres, no dia 18 de maio, depois de sofrer um aneurisma (dilatação vascular de uma artéria). Por falta de leito, permaneceu na emergência até a manhã de 20 de maio, quando foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu à espera de uma cirurgia que não aconteceu.
 

Vanessa conta que quando a irmã sofreu os ataques cardíacos a família só foi avisada às 10 horas e os ataques aconteceram durante a madrugada e o último às 6 horas. Um dos ataques necessitou de 40 minutos de reanimação.

 A família procurou um advogado e indgnada com a situação, abriu um processo contra o Estado, o município e o hospital, por negligência médica. Na matéria do dia 27 de maio a família demonstra sua frustação: “Sabemos que entrar na Justiça não vai trazer ela de volta, mas os culpados precisam ser responsabilizados para que isso não aconteça com outras pessoas. Nós vamos procurar um advogado e ir atrás dos nossos direitos, os culpados têm que ser punidos. Não queremos indenização, queremos justiça”.

 

MP aguarda acordo do hospital com os médicos

 
A Promotora Pública, Silvana Schmidt Vieira, não se manifestou oficialmente sobre os episódios da falta de médicos anestesistas para atendimento em Lages. Mas sua assessora, Adriana, explicou que o Ministério Público está acompanhando a questão e chegou a receber algumas reclamatórias. Ela observou que hoje, o diretor administrativo do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Canísio Winkelmann, dará uma posição oficial sobre o retorno dos atendimento eletivos, não urgentes ou emergentes.

 O hospital ofereceu duas vezes e meia o valor pago pelo Sistema Único de Saúde (Sus) para que os médicos anestesistas voltassem a atender os casos eletivos. Eles suspenderam até o agendamento de avaliação pré-anestésica. Caso o hospital e os medicos não cheguem a um entendimento, o Ministério Público deverá encaminhar às providências legais. A assessora da Promotoria informou, ainda, que as avaliações pré-anestésicas de urgência e emergência não sofreram paralisação.
 

Nesses procedimentos preliminares são realizadas avaliações cardiovasculares, respiratórias, neurológicas, metabólicas, digestórias, ortopédicas, alérgicas e outras. Sem a avaliação pré-anestésica, os cirurgiões não realizam a operação.

 

Algumas pessoas chegaram a procurar o Ministério Público em Lages, para denunciar os médicos e o hospital por falta de anestesista. Os casos estão sendo avaliados para saber se cabe ação judicial.

 

 


Empresa que fornece alimentos para hospital em São José deve ser contratada em três meses
A Secretaria de Estado da Saúde acatou medida do MPSC e deve lançar edital para contratar nova fornecedora de alimentos

 

Em até três meses uma nova empresa deve ser contratada através de processo licitatório pela Secretaria de Estado da Saúde para fornecer alimentos aos servidores e pacientes internados no Hospital Regional Homero de Miranda Gomes, em São José. A medida foi determinada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) depois de vistorias realizadas no hospital que apontaram irregularidades sanitárias.  

A recomendação, assinada em conjunto pela 33ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital e pela 11ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José, especifica diversos itens que devem constar no edital de licitação, a fim de garantir a qualidade da alimentação e a saúde das pessoas atendidas pela prestação do serviço.

Na recomendação do MPSC, o novo edital de licitação deverá conter instrumentos específicos de fiscalização da execução do contrato, tanto nos aspectos sanitários quanto contábeis. Também deverá exigir, por parte da empresa vencedora, diversos procedimentos a fim de garantir a qualidade da alimentação fornecida. O contrato deverá prever, ainda, a possibilidade de rescisão em caso de descumprimento, sem ressarcimento à empresa por parte do Estado. O prazo para a conclusão do processo licitatório é de três meses.

A atual fornecedora de alimentos ao Hospital Regional de São José é a J.F. Gastronomia Corporativa, razão social da Nutribem. A empresa já recebeu diversas autuações da Vigilância Sanitária Estadual por irregularidades encontradas pela fiscalização. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) também investiga problemas na execução do contrato.

 


Epiléticos sem atendimento
 Saúde. Serviço deixou de ser realizado em São Pedro e pacientes buscam respostas

São Pedro de Alcântara- Pacientes com epilepsia, que durante anos consultavam e retiravam medicamentos gratuitamente no Hospital Santa Tereza, São Pedro de Alcântara, está há mais de um mês sem atendimento. De acordo com a direção do hospital, o responsável pelas consultas solicitou afastamento e o serviço será encerrado, pois as prioridades são os atendimentos psiquiátricos, clínicos e de hanseníase .

Para a palhocense Elizete Branza, 41, a notícia caiu como uma bomba. Há 22 anos, ela faz tratamento para minimizar e controlar as manifestações motoras da doença. A diretora do Hospital Terezinha Serrano, confirma o afastamento do médico e diz que não será mais oferecido atendimento aos epiléticos. “Não temos estrutura para consultar ou internar pacientes epiléticos. Esse atendimento é de responsabilidade do Estado, em parceria com a Prefeitura de Florianópolis, como determinado pela comissão bipartite” alega.


Atendimento é no Celso Ramos

 A Secretaria de Estado da Saúde informou que pacientes com doenças de ordem neurológicas, como a epilepsia, devem procurar consultar com clínico geral nas unidades de saúde do seu município que por sua vez é o responsável pelo agendamento de consultas com especialista. Os atendimentos são realizados no Hospital Celso ramos, em Florianópolis, referência no Estado em neurologia. A diretora de alta complexidade e regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, Karen Geller, esclarece que através de convênio com o governo federal, os moradores da cidade podem também ser encaminhados ao HU (Hospital, Universitário)

 

 

 

Problemas

Nesta quarta-feira os servidores da saúde realizam uma assembléia em Florianópolis onde o sentimento é de greve. Argumentam que nas duas rodadas de negociação com o secretário Dalmo de Oliveira não receberam nenhuma proposta concreta, só intenções. O alerta foi feito ao governo de que a expectativa de negociação adiou greves em Lages e Joinville. Agora não vai dar para segurar não tem nada para apresentar, embora o secretário tenha destacado que antes da assembléia o governo deve apresentar uma proposta