BACTÉRIA
Sem pistas sobre fonte da epidemia
Causa das 18 mortes foi identificada, mas não se sabe origem da contaminação
A cepa (vários microorganismos agrupados) letal da bactéria E. coli, que matou 18 pessoas na Europa, 17 na Alemanha e uma na Suécia, é muito rara e nunca havia provocado nenhuma epidemia infecciosa antes, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A cepa isolada nos casos do foco infeccioso na Alemanha nunca havia sido vista em um surto antes. Foi vista em casos esporádicos, mas muito raros”, afirmou o porta-voz da OMS em Genebra, Gregory Hartl.
O Centro Europeu para a Prevenção de Doenças (ECDC) confirmou ontem a identificação da bactéria que está espalhando pânico na Europa. Ela se chama 0104:H4. Apesar desse avanço, ninguém conseguiu ainda determinar a causa da contaminação, depois que suspeita sobre os pepinos espanhóis foi descartada.
“O número de casos deve diminuir, mas não sei quando. Pode ser em semanas ou meses e não tenho certeza se vamos conseguir realmente localizar a fonte da contaminação”, disse Reinhard Burger, presidente do Robert Koch Institute (RKI), a agência de controle de doenças alemã.
Denis Coulombier, diretor de vigilância do ECDC, afirmou que há uma forte relação entre a doença e o consumo de vegetais e legumes frescos. “O grande número de casos graves mostra que houve uma grande contaminação em alguma circunstância. Isso pode ter ocorrido em qualquer etapa do processo entre a plantação e quando o produto é levado à mesa”, explicou Coulombier.
Enquanto o número de contaminações continua crescendo – já são dois mil infectados –, a Rússia ampliou sua proibição na importação de verduras da União Europeia, medida condenada por Bruxelas. Inicialmente, a proibição era só para verduras e legumes frescos da Alemanha e da Espanha.
CIGARRO
Argentina proíbe fumo em lugares públicos de todo o país
O fumo não será permitido em lugares públicos de toda a Argentina, e não apenas em Buenos Aires e algumas províncias, como ocorre hoje. A decisão foi tomada ontem pela Câmara dos Deputados, depois de já ter passado pelo Senado. A presidente Cristina Kirchner deverá sancioná-la nos próximos dias. Na Argentina, o tabaco causa 40 mil mortes anuais e 6 mil mortes por exposição passiva ao tabaco.
SAÚDE EM DEBATE
Ex-secretária da Saúde, a deputada federal Carmen Zanotto (PPS) participa hoje, na Capital, de reunião convocada pela associação dos hospitais do Estado, que buscam conter a defasagem da tabela do SUS. Em Brasília, Carmen (E) acompanhou Colombo e LHS (D).
AN Jaraguá
SAÚDE PÚBLICA
Longa espera da diarista Elenir
Com excesso de peso, paciente aguarda há seis anos por cirurgia para reduzir estômago
Casada, mãe de três filhas, a diarista Elenir Formigari Flores, 32 anos, vive um drama pessoal. Há seis anos, ela aguarda a chance de fazer a operação para redução de estômago (cirurgia bariátrica) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para superar problemas que vão além do estético. Na fila, estão 114 pacientes com obesidade mórbida das cinco cidades do Vale do Itapocu.
Antes de se casar, há 17 anos, Elenir pesava perto de 50 quilos. “Comecei a engordar sem parar depois da minha primeira gravidez. Segundo o médico que me atendeu, ocorreu algum distúrbio hormonal que causou o problema”, conta. O ganho de peso em pouco tempo trouxe complicações para a saúde da dirarista, como pressão alta, falta de ar.
No final de 2005, Elenir chegou perto de fazer o procedimento. Ela ficou internada dez dias no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis. Foi analisada por uma equipe médica multidisplinar, que inclui de nutricionista a psicóloga, fez exames e foi liberada para fazer o procedimento, mas a unidade foi descredenciada pelo Ministério da Saúde e a cirurgia foi cancelada.
Com a medida, pacientes que seriam operados no Celso Ramos foram transferidos para outras unidades no Estado, como os hospitais da Universidade Federal de Santa Catarina (o HU, também na Capital); Regional, de São José; Tereza Ramos, em Lages; e Regional, em Joinville.
Com essa redistribuição, os casos do Vale do Itapocu foram encaminhados para Joinville, mas na prática, não é isso que ocorre há seis anos. A fila parou
Hoje, a diarista não tem mais condições de trabalhar. “Não sei mais o que fazer, tenho três filhas para criar. Eu e meu marido tivemos de parar a reforma da nossa casa”, conta Elenir.
Com a orientação de um advogado, a família conseguiu um benefício provisório no valor de um salário mínimo do INSS. “Com o trabalho de diarista e o ganho do meu marido a gente se virava bem. Agora, está bem complicado”, lamenta.
emerson.goncalves@an.com.br
EMERSON
SAÚDE PÚBLICA
Schroeder está um passo à frente
Os 58 pacientes cadastrados em Jaraguá do Sul para fazer a cirurgia de redução de estômago ainda não fizeram a primeira consulta prevista no protocolo de atendimento. A situação se repete em outras cidades da região. A exceção é Schroeder. Dos 13 pacientes, cinco já receberam o primeiro atendimento.
“Hoje, tudo parou, porque falta o atendimento por parte do Regional de Joinville”, diz a secretária de Saúde de Schroeder, Eli Roweder. “Quando o procedimento era feito no Hospital Celso Ramos a gente encaminhava uma média de dois pacientes por ano para o tratamento. Agora, o futuro dessas pessoas está incerto”, ressalta a secretária da Saúde de Schroeder, Suzane Fröhlich.
O atendimento a pacientes com obesidade mórbida envolve uma equipe composta por um endocrinologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e assistente social. Só depois de passar pela avaliação dessa equipe, o paciente é liberado para o procedimento. “É necessário o acompanhamento também no pós-operatório”, diz a diretora de média e alta complexidade, Mônica Daniel Pasold Riboldi, da Secretaria de Saúde de Jaraguá do Sul.
SAÚDE PÚBLICA
Sem acordo, só Joinville é beneficiada
A diretoria do Hospital Regional, em Joinville, afirma que a falta de um acordo oficial com as cidades da região emperra o atendimento a pacientes de fora. O convênio pode estar perto de ser oficializado segunda-feira, em um encontro entre representantes da Secretaria de Estado da Saúde, da gerência de Saúde da 23º SDR, Prefeitura de Joinville.
“Acreditamos que, a partir deste encontro, surgirá uma estratégia para que a fila da cirurgia bariátrica volte a andar também para pacientes de outras regionais do Norte e não só em Joinville”, destacou o supervisor de Saúde da 24ª SDR, Sergio Luiz Pacheco.
Hoje, o hospital tem cerca de mil pacientes cadastrados para fazer a cirurgia, a maioria da região de Joinville. Pelo menos dez procedimentos desse tipo são feitas por ano.
Caco de vidro encontrado na comida servida aos funcionários e pacientes do Hospital Regional de SJ
O caso já foi encaminhado ao Ministério Público e o contrato com a empresa fornecedora dos alimentos está sendo revisto
Martha Ramos
São José
Com várias denúncias e inquérito no Ministério Público já ocorrendo com relação à qualidade dos serviços prestados, o contrato da empresa Nutribem para o fornecimento de alimenatação aos hospitais do Estado está sendo revisto. A informação foi do gerente administrativo do Hospital Regional de São José, Fernando Luz, depois que uma funcionário registrou boletim de ocorrência após ter encontrado pedaços de vidro na comida há uma semana.
Segundo Luz, o caso está sendo investigado pela Secretaria de Estado de Saúde, que também estaria analisando a suspensão do contrato com a Nutribem. O nome da funcionária não foi divulgado.
A empresa Nutribem é alvo de ações no Ministério Público Estadual por conta da qualidade da comida servida no Hospital Regional.