Um projeto feito para crianças de 2 até 11 anos, chamado Brinquedo Terapêutico Instrucional, tem se mostrado efetivo a ponto de evitar sedação para crianças prestes a realizar algum exame no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. O BTI, como é chamado, utiliza brinquedos para driblar a ansiedade e o medo ocasionados por procedimentos médicos e de enfermagem. Seu lema? Educar-brincar-cuidar.
São cerca de mil procedimentos mensais no setor de diagnóstico por imagem da unidade hospitalar da capital. Muitos desses exames já são executados sem auxílio de medicação, em razão do tratamento humanizado.
Na foto, técnica de enfermagem Cristiane Elias, técnica de radiologia Joice Oliveira, enfermeira Renata Machado e a coordenadora Juliana da Luz
Quem não passou por uma situação em que uma criança chorava ao ver uma agulha, precisava passar por um procedimento invasivo ou fazer um exame? Essa é uma realidade de muitos pais, que encontram uma diferença significativa no Joana de Gusmão, descreve a enfermeira Renata Celidônio Machado, coordenadora do setor de diagnóstico por imagem.
“Muitas dessas crianças observam um tomógrafo ou um raio-x pela primeira vez. Elas só vão ter a ideia na hora de realizar o exame. Tentamos criar uma atmosfera lúdica, desde os jalecos coloridos até a demonstração dos procedimentos. E isso dá resultado! Algumas crianças, na hora da tomografia, necessitavam de sedação, mas isso vem diminuindo significativamente com o Brinquedo Terapêutico. Também existe uma clara redução do stress e compreensão por parte da criança e família”, aponta Machado.
A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente, enfermeira Juliana Homem da Luz, lembra de inúmeros casos de pais curiosos após a criança não chorar ou ficar irritada durante o procedimento. "Cada um tem seu tempo. Algumas que repetiam algum exame já chegavam perguntando se a boneca ainda estava lá. O cuidado fundamentado no BTI é muito importante, principalmente para crianças que passam pelo processo de saúde-doença e hospitalização muitas vezes considerado ameaçador”, apontou.
O projeto acontece desde 2011 de forma individual, mas foi ganhando espaço e colaboradores, a partir de 2021, com o apoio da Direção, da Gerência de Enfermagem e da Chefia Médica do setor de diagnóstico por imagem, tornando-se referência de cuidado ao paciente pediátrico. O programa é constituído por multiprofissionais do setor de diagnóstico por imagem; enfermeiras das unidades de internação, o serviço de pedagogia hospitalar e psicologia; professoras e acadêmicas de graduação em enfermagem, disciplina de pediatria da Universidade Federal de Santa Catarina.
“A linguagem da criança é o brincar. Esse tipo de ação nos permite vencer barreiras, pois brincar não tem contraindicação”, conclui Juliana.
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