A matriz de risco potencial regionalizado divulgada no dia 19 de março aponta 15 regiões classificadas no nível Moderado (cor azul): Alto Uruguai Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Laguna, Médio Vale do Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense e Xanxerê, e apenas duas regiões no nível Alto (cor amarela): Nordeste e Vale do Itapocu (Figura 1).
Em um comparativo com o relatório divulgado na semana anterior, oito regiões permaneceram estáveis no nível Moderado (azul): Alto Uruguai Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Carbonífera, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Laguna e Xanxerê, e houve melhora nos indicadores de sete regiões que estavam classificadas no nível Alto (amarelo) e passaram a ser classificadas no nível Moderado (azul): Alto Vale do Rio do Peixe, Extremo Oeste, Médio Vale do Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Planalto Norte e Serra Catarinense. Em compensação, houve piora nos indicadores da região do Vale do Itapocu, que estava classificada no nível Moderado (azul) e passou a ser classificado no nível Alto (Amarelo), juntando-se à região Nordeste que se manteve estável no nível Alto de risco.
Figura 1: Matriz de Risco Potencial Regionalizado. 19/03/2022
A dimensão Gravidade (Figura 2) expressa os diferentes níveis de gravidade da pandemia no atual momento em cada uma das Regiões. É composta por dois indicadores: o número de óbitos de Covid-19 acumulados nos últimos 7 dias por 100 mil habitantes e a Tendência de curto prazo (3 semanas) para ocorrência de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Nesta dimensão, um total de 12 (doze) regiões foram classificadas no nível Alto (amarelo): Alto Uruguai Catarinense, Carbonífera, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Laguna, Médio Vale do Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Planalto Norte e Vale do Itapocu Outras 5 (cinco) regiões foram classificadas no nível Grave (laranja): Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Nordeste, Serra Catarinense e Xanxerê. (Figura 2).
Figura 2: Classificação das Regiões quanto à Gravidade. 19/03/2022
A dimensão Transmissibilidade (Figura 3) busca medir o nível de disseminação da Covid-19 população, de acordo com as Regiões de Saúde. É composta por dois indicadores, o número de casos ativos (infectantes) por 100 mil habitantes e o número de reprodução efetivo da infecção (Rt).
Nesta dimensão, 14 (quatorze) regiões foram classificadas como nível Moderado (azul): Alto Uruguai Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí, Nordeste, Planalto Norte, Serra Catarinense e Xanxerê. Outras 3 (cinco) regiões foram classificadas no nível de Alto (amarelo), Laguna, Oeste e Vale do Itapocu.
Figura 3: Classificação das Regiões quanto à Transmissibilidade. 19/03/2022
A dimensão Proteção Específica (Figura 4) busca expressar o impacto de ações voltadas para redução da ocorrência de formas graves da Covid-19 na população em geral e em grupos mais vulneráveis, substituindo a dimensão Monitoramento. Ela é composta pelos indicadores de cobertura vacinal do esquema primário de vacinação contra a Covid-19 na população geral (duas doses ou dose única) e da cobertura da dose de reforço na população com 60 anos ou mais de idade.
Nesta dimensão, 6 (seis) regiões foram classificadas como nível Moderado (azul): Alto Uruguai Catarinense, Extremo Oeste, Meio Oeste, Oeste, Serra Catarinense e Xanxerê. Outras 11 (onze) regiões foram classificadas no nível Alto (amarelo), Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Laguna, Médio Vale do Itajaí, Nordeste, Planalto Norte e Vale do Itapocu.
Figura 4: Classificação das Regiões quanto à Proteção Específica. 19/03/2022
Por fim, a dimensão Capacidade de Atenção (Figura 5) expressa o grau de comprometimento da rede de atenção de alta complexidade para prestar atendimento a pacientes com quadros graves de Covid-19. É composta pelo indicador de taxa de ocupação de leitos de UTI Adulto para tratamento de Covid-19 em relação ao total de leitos de UTI Adulto disponíveis no Estado.
Nesta dimensão, observou-se um total de 15 (quinze) regiões com a capacidade de atenção Moderada (azul), com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 adulto abaixo de 20%, Alto Uruguai Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Laguna, Médio Vale do Itajaí, Meio Oeste, Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense e Xanxerê. Outras 2 (duas) regiões estão com a capacidade de atenção Alta (amarelo), com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 adulto entre 20 e 40%, Nordeste e Vale do Itapocu. Destaca-se que o Estado apresenta um plano de contingência para pronta disponibilização de leitos de UTI para atendimento de pacientes com Covid-19, tanto adulto quanto pediátrico, caso seja necessário, assim como mantém os leitos disponíveis para tratamento de demais patologias.
Figura 5: Classificação das Regiões quanto à Capacidade de Atenção. 19/03/2022
Após recorde de infecções provocadas pela variante Ômicron, Santa Catarina contabiliza redução de 92% no número de casos ativos por sete semanas.
Com o avanço da variante Ômicron do vírus SARS-CoV-2, cuja transmissão comunitária foi estabelecida em Santa Catarina na segunda quinzena de dezembro de 2021, o número de casos ativos passou de 4.508 no dia 31 de dezembro para 80.251 no dia 29 de janeiro, representando um aumento de 1.680% em um único mês. A partir de então, o número de casos ativos vem reduzindo de forma sustentada por 7 semanas consecutivas, chegando a 6.311 em 18 de março de 2022, representando uma redução de 92% em relação ao pico de casos ativos registrados no dia 29 de janeiro (Figura 6).
Figura 6: Evolução de Casos Ativos de Covid-19, 2020/2022. (Atualizado em 18/03/2022)
Os números também expressam uma queda significativa na média de óbitos nos últimos 7 dias, primeiro de março até o dia 17. Após alcançarem a média de 32 óbitos semanais em 04 de fevereiro, o número vem reduzindo por 6 semanas consecutivas, com pouco mais de seis mortes por Covid-19 ocorridas nos últimos 7 dias (Figura 7).
Figura 7: Óbitos por Covid-19 segundo data de ocorrência. Janeiro a Março de 2022. (Atualizado em 17/03/2022)
O número de reprodução (Rt) mensura o potencial de propagação de um vírus dentro de determinadas condições. Quando o número efetivo de reprodução R(t) é superior a 1, cada paciente transmite a doença a pelo menos mais uma pessoa, e o vírus se dissemina. Se é menor do que 1, cada vez menos indivíduos se infectam e o número dos contágios retrocede. Portanto, para coibir o alastramento de um patógeno, o número de reprodução deve estar abaixo de 1 (ou R < 1, em termos matemáticos).
No dia 18 de março de 2022, o R(t) para o Estado de Santa Catarina se encontra abaixo de 1 (0,81), o que demonstra que, no atual momento, as transmissões seguem reduzindo em todo o Estado (Figura 8).
Figura 8: Número de Reprodução R(t) para Santa Catarina(atualizado em 18/03/2022)
COVID-19: Saúde divulga alerta sobre a importância da aplicação da dose de reforço contra a Covid-19 para o controle da pandemia
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 teve início em 18 de janeiro de 2021. Desde então, já foram aplicadas mais de 14 milhões de doses nos 295 municípios Catarinenses.
Se for considerada apenas a população com 18 anos e mais, a cobertura do esquema primário de vacinação, composto por duas doses ou dose única, para essa população é de 94,5%, muito superior à meta preconizada de 85%, e coloca o Estado de Santa Catarina em segundo lugar entre os Estados com as maiores coberturas vacinais, atrás apenas de São Paulo (Tabela 1).
Tabela 1: Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19: População alvo, população vacinada e cobertura vacinal do esquema primário (segunda dose + dose única) na população adulta (18 anos ou mais) por UF de Residência (atualizado em 16/03/2022)
Apesar do sucesso no alcance da cobertura do esquema primário para a população adulta, para obtermos o necessário controle da pandemia, é necessário ampliar a cobertura da dose de reforço para todas as pessoas com 18 anos e mais. Atualmente, a cobertura vacinal da dose de reforço é de apenas 38,5% para a população a partir dos 18 anos. Se forem considerados apenas os idosos, com 60 anos ou mais de idade, que possuem maior vulnerabilidade, a cobertura ainda é baixa, de apenas 73,5%.
O surgimento de variantes de preocupação do coronavírus, como a Delta e a Ômicron, trouxe muita preocupação sobre a possibilidade de surgimento de variantes ainda mais infecciosas e letais, que escapem da proteção fornecida pelas vacinas. E os dados internacionais apontam evidências de que as vacinas contra a COVID-19 de primeira geração que estão sendo usadas atualmente têm uma menor eficácia na prevenção da infecção leve, bem como uma ação limitada no bloqueio da disseminação da infecção por pessoas vacinadas.
Apesar de alguns grupos interpretarem essa informação como sendo prova de que as vacinas não funcionam, esse comportamento não é totalmente inesperado.
No caso da variante Ômicron, ocorreram mais de 30 mutações na proteína Spike, que tem o papel de levar o vírus para dentro do organismo, tornando-o assim altamente transmissível. E vários estudos apontam que duas doses das vacinas Pfizer, AstraZeneca ou Coronavac, ou a dose única da vacina da Janssen oferecem proteção limitada contra a infecção leve, que possibilita a transmissão, especialmente para as pessoas mais vulneráveis como idosos, doentes crónicos e imunodeprimidos, nos quais há elevado risco de apresentarem a forma grave da COVID-19. Felizmente, a proteção da vacina é rapidamente restabelecida com a aplicação da dose de reforço. Portanto, há urgência em vacinar com a dose de reforço toda a população com mais de 18 anos de idade para se obter ampla proteção frente a formas graves da variante Ômicron.
É sempre bom lembrar que a principal função das vacinas contra a COVID-19 é a de fornecer proteção contra formas graves da doença, uma vez que elas ajudam a retardar a propagação da infecção. Essa proteção é importante porque evita que a maioria das pessoas infectadas sejam hospitalizadas e morram em decorrência da doença.
A nota de alerta n° 05/2022 emitida pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica na ultima quinta, dia 17 de março, chama atenção sobre a importância da dose de reforço para proteção contra formas graves da Covid-19 ao apontar que a mortalidade por COVID-19 entre não vacinados ou que receberam apenas uma dose é 33 vezes maior nos idosos e 19 vezes maior nos adultos em comparação com as pessoas do mesmo grupo com a vacinação completa (esquema primário + dose de reforço). E o risco de hospitalização por COVID-19 é 25 vezes maior em idosos e 9 vezes maior em adultos não imunizados do que entre aqueles que receberam a dose de reforço.
Considera-se esquema primário aquele composto por duas doses das vacinas Sinovac/Butantan, AstraZeneca/Fiocruz e Pfizer com seus respectivos intervalos entre as doses ou a dose única da Janssen. Já a vacinação completa é considerada aquela composta pelo esquema primário (duas doses ou dose única) mais a dose de reforço (para a população com mais de 18 anos de idade) que deve ser realizada a partir dos quatro meses para quem tomou as duas doses do esquema primário ou dos dois meses para quem tomou a dose única do esquema primário.
Já em relação às crianças e adolescentes, já foram aplicadas 253.818 doses em crianças de 5 a 11 anos, sendo 231.741 primeiras doses (cobertura de 36,0%) e 22.077 segundas doses (cobertura de 3,4%), e 848.038 doses em adolescentes de 12 a 17 anos, sendo 496.743 primeiras doses (cobertura de 90,3%) e 351.295 segundas doses (cobertura de 63,9%). Para estes grupos, é fundamental ampliar a cobertura tanto de primeira dose para as crianças de 5 a 11 anos, quanto completar o esquema primário de duas doses para ambos os grupos, alcançando a meta de 85% de cobertura do esquema primário de vacinação.
O principal objetivo da matriz de risco é ser uma ferramenta de tomada de decisão. A nota final do mapa de risco considera um intervalo de variação mais adaptado para cada nível, sendo de 1 a 1,9 como moderado, 2 a 2,9 como alto, 3 a 3,9 como grave e igual a 4 como gravíssimo.