O Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 31,9 milhões para incentivar ações de alimentação e nutrição nos serviços de Atenção Primária em todo o país. Os recursos são destinados às ações de promoção da alimentação saudável em unidades de saúde e prevenção de doenças como sobrepeso, obesidade, desnutrição e anemia, além de promover cursos e qualificação técnica das equipes de profissionais que atuam na área.
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No total, são R$ 24,6 milhões para custeio dos serviços em 1.259 municípios, alcançando cerca de 158 milhões de pessoas, além de R$ 7,3 milhões para compra de equipamentos. As portarias que autorizam a liberação desses recursos foram publicadas neste mês no Diário Oficial da União.
Os valores repassados para custeio dos serviços às secretarias estaduais e municipais de saúde são definidos pelo porte populacional. De acordo com o Programa de Financiamento das Ações de Alimentação e Nutrição (FAN), cidades entre 30 e 49,9 mil habitantes recebem R$ 12 mil; entre 50 e 99,9 mil recebem o total de R$ 13 mil; já cidades entre 100 mil e 149,9 mil habitantes recebem R$ 16 mil. Os municípios com população acima de 150 mil habitantes recebem valores proporcionais, com variação de R$ 20 mil a R$ 100 mil .
Para a compra de equipamentos voltados à Vigilância Alimentar e Nutricional, o Ministério da Saúde liberou R$ 7,3 milhões. O recurso permite que Unidades de Saúde da Família de 123 municípios adquiram equipamentos para avaliação das medidas físicas dos pacientes, desde balança pediátrica até pinça para medir com precisão absoluta (paquímetro). A iniciativa permite que os municípios adquiram esses equipamentos antropométricos para a estruturação da Vigilância Alimentar e Nutricional local.
Em Santa Catarina, foram contemplados com compras de equipamentos os municípios de Florianópolis, Blumenau, Capinzal, Formosa do Sul, Itajaí, Jaraguá do Sul, Pomerode, Salto Veloso, São Carlos e São Francisco do Sul. O total de investimentos chega a R$ 585 mil. Outros 50 munícípios catarinenses receberão os recursos para ações de promoção de alimentação saudável.
A Atenção Primária vem sendo um dos principais eixos da atual gestão do MS e também da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.“Entendemos que as ações de atenção primária devem ser potencializadas”, destaca o secretário Helton de Souza Zeferino. “Isso que faz que a população perceba que a saúde está sendo entregue e suas necessidades atendidas”, complementa.
Mudando os hábitos alimentares
Manter uma alimentação saudável, acompanhada da prática regular de atividades físicas, evita doenças que muitas vezes podem até levar ao óbito. O consumo excessivo de sal, por exemplo, pode provocar hipertensão arterial que contribui como fator de risco para mais de 40% das doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. Também está associado ao câncer gástrico, pedras nos rins e osteoporose. Além disso, o consumo exagerado de açúcar apresenta malefícios, como o risco aumentado para o desenvolvimento de doenças como o diabetes.
Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, apontam o aumento da obesidade em 67,8% nos últimos treze anos no Brasil, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018.
O mesmo estudo aponta ainda mudança significativa nos hábitos alimentares dos brasileiros. Em 2018, aumentou em 15,5% o consumo recomendado de frutas e hortaliças pela Organização Mundial da Saúde (cinco porções diárias pelo menos cinco vezes na semana) na comparação com 2008. O Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde, é o principal orientador de escolhas alimentares mais adequadas e saudáveis pela população, baseado principalmente no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. As informações também são úteis para a prevenção e controle de doenças específicas, como a obesidade, a hipertensão e o diabetes.