A intensificação de ações de desinfecção com a utilização de um novo produto e o monitoramento constante do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Governador Celso Ramos permitiu a eliminação da superbactéria KPC da unidade que integra a rede de hospitais públicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A situação no Celso Ramos era considerada crítica devido à presença de superbactérias detectadas entre os anos 2011 e 2012. Em junho de 2017, o (Foto: Paulo Goeth )
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontou para uma situação de emergência com dificuldades de controle da situação. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 700 mil pessoas morrem devido à complicações causadas por superbactérias (não só a KPC).
Um rigoroso monitoramento passou a ser realizado pelos funcionários por meio de ações de vigilância e agilidade na coleta das amostras de casos suspeitos em pacientes. Isso proporcionou que os técnicos acompanhassem a evolução do quadro semanalmente. Relatório do SCIH produzido este mês comprovou que a curva epidêmica das colonizações e infecções apresentou acentuada queda no segundo semestre de 2018, com a eliminação da bactéria.
De acordo com as informações do diretor do Hospital Celso Ramos, Fernando Oto dos Santos, foram intensificadas as ações de higienização e realizados treinamentos para combater a superbactéria. “A efetiva participação dos servidores da unidade contribuiu em muito para o controle da situação”, destacou. “O final do surto é muito importante, pois há muitos anos tínhamos uma situação crítica com a presença da KPC”.
A resistência bacteriana é considerada uma das principais ameaças à saúde global. Entre os milhares de microorgansmos existentes, a KPC (Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase) ganhou destaque e foi chamada de superbactéria. Ela possui resistência a cerca de 95% dos antibióticos, o que dificulta e muito o tratamento. Em ambiente hospitalar, acaba causando uma série de infecções e mortes devido a essa ultraresistência.