Florianópolis, 6 de abril de 2016
No período de 1º de janeiro a 2 de abril de 2016 foram notificados 7.467 casos suspeitos de dengue em Santa Catarina. Desses, 2.540 (34%) foram confirmados (1.980 pelo critério laboratorial e 560 pelo critério clínico epidemiológico), 3.314 (44%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 1.613 (22%) casos estão em investigação pelos municípios. Os números constam do boletim 12 de dengue, zika e chikungunya, com dados referentes até a Semana Epidemiológica n° 13 (1º de janeiro a 2 de abril de 2016), divulgado nesta terça-feira (5) pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde.
Do total de casos confirmados (2.540) até o momento, 2.307 (91%) são autóctones, com transmissão dentro de Santa Catarina, 180 (7%) são importados (transmissão fora do Estado) e 53 (2%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI).
Casos notificados de dengue, segundo classificação. Santa Catarina, 2016.
Classificação |
Casos |
% |
Confirmados |
2.540 |
34 |
Autóctones |
2.307 |
91 |
Importados |
180 |
7 |
Em investigação de LPI |
53 |
2 |
Descartados |
3.314 |
44 |
Suspeitos |
1.613 |
22 |
Total Notificados |
7.467 |
100 |
Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 2/4/2016).
Até o momento, conforme informações sobre o Local Provável de Infecção (LPI), existe confirmação de transmissão autóctone de dengue em 20 municípios de Santa Catarina: Balneário Camboriú, Bom Jesus, Caibi, Chapecó, Coronel Freitas, Descanso, Florianópolis, Itajaí, Itapema, Itapoá, Maravilha, Modelo, Palmitos, Pinhalzinho, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Saudades, Serra Alta e Xanxerê.
O município de Pinhalzinho apresenta, até o momento, o maior número de casos autóctones (1.697) no Estado, apresentando uma taxa de incidência de 9.076,8 casos por 100 mil habitantes. Além de Pinhalzinho, Serra Alta possui uma taxa de incidência de 2.536,2 casos por 100 mil habitantes; Bom Jesus, 992,6 por 100 mil/hab; Coronel Freitas, 911,7 por 100 mil/hab; e Descanso, 846,6 por 100 mil/hab. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como nível de transmissão epidêmico taxas de incidência acima de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.
Casos autóctones de dengue segundo Local Provável de Infecção (LPI). Santa Catarina, 2016.
Municípios |
Casos |
% |
Pinhalzinho |
1697 |
73,6 |
Chapecó |
224 |
9,7 |
Descanso |
72 |
3,1 |
Coronel Freitas |
93 |
4,0 |
Serra Alta |
84 |
3,6 |
Bom Jesus |
28 |
1,2 |
São Miguel do Oeste |
21 |
0,9 |
Itajaí |
19 |
0,8 |
Balneário Camboriú |
11 |
0,5 |
Itapema |
6 |
0,3 |
Modelo |
6 |
0,3 |
Caibi |
4 |
0,2 |
Saudades |
6 |
0,3 |
Xanxerê |
4 |
0,2 |
São José do Cedro |
2 |
0,1 |
Itapoá |
1 |
0,3 |
São Lourenço do Oeste |
2 |
0,2 |
Maravilha |
4 |
0,2 |
Palmitos |
2 |
0,1 |
Florianópolis |
1 |
0,0 |
Indeterminado |
20 |
0,9 |
Total |
2307 |
100 |
Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 2/4/2016).
O acompanhamento dos casos por semana epidemiológica mostra que, até o momento, o maior número de casos autóctones confirmados (472) ocorreu na Semana Epidemiológica 9 (28 de fevereiro e 5 de março) (Figura 1).
No último dia 23 de março foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz/SP o diagnóstico laboratorial de dengue para o óbito de um paciente de 37 anos, residente em Chapecó, ocorrido no último dia 13 de março.
Como se tratava de um óbito suspeito de dengue foi realizada uma investigação conjunta entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó, utilizando o Protocolo de Investigação de Óbitos por Dengue, do Ministério da Saúde.
Os resultados da investigação epidemiológica, aliada à confirmação laboratorial do caso, confirmam o primeiro óbito por dengue grave registrado no Estado.
>> Comparação de casos notificados e autóctones em 2015 e 2016:
Em Santa Catarina, no ano de 2016, até Semana Epidemiológica 13 (2 de abril) o número de casos notificados de dengue (7.467 casos) está acima do registrado no mesmo período em 2015 (5.500 casos), representando um aumento de 26% no registro de um ano para outro. Já em relação aos casos autóctones, em 2016, também considerando até a SE 13, foram confirmados 2.307 casos, enquanto que no mesmo período em 2015 haviam sido confirmados 1.875 casos, representando um aumento de 19% no número de casos autóctones confirmados de um ano para outro.
Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, em 2016, até a SE 13, foram identificados 3.865 focos, em 120 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 3.420 focos em 87 municípios (Figura 4).
Atualmente, há 35 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Bom Jesus, Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Descanso, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Modelo, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, Quilombo, São Bernardino, São José, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Santo Amaro da Imperatriz, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. Em comparação com o último boletim, houve a inclusão do município de Mondaí.
A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos. Os municípios de Bom Jesus e Descanso, embora não tenham detectado até o momento disseminação e manutenção dos focos de Aedes aegypti, foram considerados infestados em função da elevada taxa de incidência de dengue em seus territórios (autoctonia).
>> Febre de chikungunya
No período de 1º de janeiro a 2 de abril de 2016, foram notificados 334 casos suspeitos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Desses, 35 (10%) foram confirmados (34 pelo critério laboratorial e 1 pelo critério clínico-epidemiológico), 173 (52%) foram descartados e 126 (38%) permanecem em investigação.
Do total de casos confirmados (35) até o momento, 32 (91%) são importados (transmissão fora do Estado) e 3 (9%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI).
Casos de febre de chikungunya segundo classificação. Santa Catarina, 2016.
Classificação |
Casos |
% |
Confirmados |
35 |
10 |
Autóctones |
0 |
0 |
Importados |
32 |
91 |
Em investigação de LPI |
3 |
9 |
Descartados |
173 |
52 |
Suspeitos |
126 |
38 |
Total Notificados |
334 |
100 |
Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 2/4/2016).
Casos confirmados de febre de chikungunya segundo classificação, município de residência e local provável de infecção (LPI). Santa Catarina, 2016.
Municípios de Residência SC |
Nº de casos em Investigação de LPI |
Nº de casos importados |
Nº de casos autóctones |
Local Provável de Infecção (LPI) |
|
Araranguá |
1 |
0 |
0 |
||
Biguaçu |
0 |
1 |
0 |
Pernambuco |
|
Blumenau |
0 |
3 |
0 |
Bahia, Paraíba |
|
Braço do Norte |
0 |
1 |
0 |
Pernambuco |
|
Brusque |
0 |
1 |
0 |
Bahia |
|
Caibi |
0 |
1 |
0 |
Mato Grosso do Sul |
|
Chapecó |
0 |
1 |
0 |
Pernambuco |
|
Descanso |
0 |
1 |
0 |
Maranhão |
|
Florianópolis |
1 |
0 |
0 |
||
Itajaí |
0 |
3 |
0 |
Pernambuco |
|
Jaraguá do Sul |
0 |
3 |
0 |
Pernambuco, Alagoas, Sergipe |
|
Joinville |
0 |
4 |
0 |
Ceará, Pernambuco, Sergipe |
|
Laguna |
0 |
1 |
0 |
Pernambuco |
|
Mafra |
0 |
3 |
0 |
Rio Grande do Norte |
|
Orleans |
0 |
1 |
0 |
Pernambuco |
|
Penha |
0 |
1 |
0 |
Rio de Janeiro |
|
Porto União |
0 |
1 |
0 |
Rio de Janeiro |
|
Salto Veloso |
0 |
4 |
0 |
Pernambuco |
|
Schroeder |
0 |
1 |
0 |
Pernambuco |
|
Vargeão |
1 |
0 |
0 |
||
Xanxerê |
0 |
1 |
0 |
Rio de Janeiro |
|
Total |
3 |
32 |
0 |
Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 2/4/2016).
Em 2015 foram notificados 134 casos suspeitos de chikungunya, dos quais 8 (6%) foram confirmados, 98 (73%) foram descartados e 28 (21%) permanecem inconclusivos. Do total de oito casos confirmados, um foi autóctone do município de Itajaí e outros sete foram importados de outros estados. Esses casos foram identificados em Blumenau, Cunha Porã, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville e São José.
>> Zika Vírus
No período de 1º de janeiro a 2 de abril de 2016 foram notificados 234 casos suspeitos de febre do zika vírus em Santa Catarina. Desses, 25 (11%) foram confirmados (20 pelo critério clínico-epidemiológico e 5 pelo critério laboratorial), 132 (56%) foram descartados e 77 (33%) permanecem em investigação.
Do total de casos confirmados (25) até o momento, 24 (96%) são importados (transmissão fora do Estado) e 1 (4%) está aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI).
Casos de febre do zika vírus, segundo classificação. Santa Catarina, 2016.
Classificação |
Casos |
% |
Confirmados |
25 |
11 |
Autóctones |
0 |
0 |
Importados |
24 |
96 |
Em investigação de LPI |
1 |
4 |
Descartados |
132 |
56 |
Suspeitos |
77 |
33 |
Total Notificados |
234 |
100 |
Fonte: LACEN/SINAN NET (com informações até o dia 2/4/2016).
Casos confirmados de febre do zika vírus segundo classificação, município de residência e local provável de infecção (LPI). Santa Catarina, 2016.
Municípios de Residência SC |
Nº de casos em Investigação de LPI |
Nº de casos importados |
Nº de casos autóctones |
Local Provável de Infecção (LPI) |
|
Balneário Camboriú |
1 |
Mato Grosso |
|||
Belmonte |
1 |
Mato Grosso |
|||
Braço Do Norte |
1 |
Sergipe |
|||
Brusque |
1 |
Mato Grosso |
|||
Camboriú |
1 |
Mato Grosso |
|||
Cunha Porã |
1 |
Mato Grosso |
|||
Florianópolis |
3 |
Rio de Janeiro |
|||
Itajaí |
1 |
Rondônia |
|||
Ipuaçu |
2 |
Mato Grosso |
|||
Jaguaruna |
1 |
||||
Luiz Alves |
1 |
São Paulo |
|||
Maravilha |
1 |
Mato Grosso do Sul |
|||
Morro Da Fumaça |
2 |
Rio de Janeiro, Mato Grosso |
|||
Paraíso |
1 |
Mato Grosso |
|||
São Francisco Do Sul |
1 |
Pernambuco |
|||
São João Do Sul |
1 |
Rondônia |
|||
Tigrinhos |
1 |
Mato Grosso |
|||
Tubarão |
1 |
Rio Grande do Norte |
|||
Urussanga |
1 |
Indeterminado importado |
|||
Videira |
1 |
Mato Grosso do Sul |
|||
Xanxerê |
1 |
Mato Grosso |
|||
TOTAL |
1 |
24 |
0 |
Fonte: LACEN (com informações até o dia 2/4/2016).
No ano de 2015 foram notificados 80 casos de febre do zika vírus, dos quais 10 foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico, sendo todos importados de outros estados (residentes em Itapema, Laguna, Florianópolis, Bombinhas, Gaspar e Pomerode), e 70 foram descartados.