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Florianópolis,16 de março de 2016 

        A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) divulga o boletim n° 9 de Dengue, Zika e Chikungunya, com dados referentes até a Semana Epidemiológica n° 10 (01 de janeiro a 12 de março de 2016).

  Dengue

No período de 01 de janeiro a 12 de março de 2016 foram notificados 5.120 casos suspeitos de dengue em Santa Catarina. Desses, 1.506 (29%) foram confirmados (1.252 pelo critério laboratorial e 254 pelo critério clínico epidemiológico), 2.127 (42%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 1.487 (29%) casos estão em investigação pelos municípios.

Do total de casos confirmados (1.506) até o momento, 1.333 (89%) são autóctones, com transmissão dentro de Santa Catarina, 123 (8%) são importados (transmissão fora do Estado) e 50 (3%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI) (Tabela 1).  

Tabela 1: Casos notificados de dengue, segundo classificação. Santa Catarina, 2016.

Classificação

2016

Casos

%

Confirmados

1.506

29

Autóctones

1.333

89

Importados

123

8

Em investigação de LPI

50

3

Descartados

2.127

42

Suspeitos

1.487

29

Total Notificados

5.120

100

              Fonte: SINAN Online (com informações até o dia 12/03/2016).

Até o momento, conforme informações sobre o Local Provável de Infecção (LPI), existe confirmação de transmissão autóctone de dengue em 17 municípios de Santa Catarina: Balneário Camboriú, Bom Jesus, Caibi, Chapecó, Coronel Freitas, Descanso, Itajaí, Itapema, Itapoá, Modelo, Pinhalzinho, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Saudades, Serra Alta e Xanxerê (Tabela 2).

O município de Pinhalzinho apresenta, até o momento, o maior número de casos autóctones (1.091) no Estado, apresentando uma taxa de incidência de 5.835,5 casos por 100 mil habitantes. Além de Pinhalzinho, Serra Alta possui uma taxa de incidência de 483,1 casos por 100 mil habitantes, Descanso 376,2 por 100 mil/hab e Coronel Freitas 313,7 por 100 mil/hab e Bom Jesus 283,6 por 100 mil/hab. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico taxas de incidência acima de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.

Tabela 2: Casos autóctones de dengue segundo Local Provável de Infecção (LPI). Santa Catarina, 2016.

Municípios

Casos

%

Balneário Camboriú

7

0,5

Bom Jesus

8

0,6

Caibi

1

0,1

Chapecó

86

6,5

Coronel Freitas

32

2,4

Descanso

32

2,4

Itajaí

11

0,8

Itapema

6

0,5

Itapoá

1

0,1

Modelo

3

0,2

Pinhalzinho

1091

81,8

São José do Cedro

2

0,2

São Lourenço do Oeste

1

0,1

São Miguel do Oeste

16

1,2

Saudades

3

0,2

Serra Alta

16

1,2

Xanxerê

3

1,2

Indeterminado

14

0,2

Total

1333

100

Fonte: SINAN Online (com informações até o dia 12/03/2016).

O acompanhamento dos casos por semana epidemiológica (SE) mostra que, até o momento, o maior número de casos autóctones confirmados (277) ocorreu na SE 09 (28 de fevereiro e 05 de março) (Figura 1). 

Comparação de casos notificados e autóctones em 2015 e 2016: 

Em 2015, foram notificados 11.333 casos de dengue, dos quais 3.619 casos foram confirmados (32%), 6.875 (61%) foram descartados e 839 (7%) permanecem como inconclusivos. Do total de casos confirmados, 3.281 (91%) eram autóctones, 275 (7%) importados e 63 (2%) estão em investigação para identificação do local provável de infecção.

Em Santa Catarina, no ano de 2016, até SE 10 (12/03) o número de casos notificados de dengue (5.120 casos) está acima do registrado no mesmo período em 2015 (3.493 casos), representando um aumento de 32% no registro de um ano para outro. Já em relação aos casos autóctones, em 2016, também considerando até a SE 10 (12/03), foram confirmados 1.333 casos, enquanto que no mesmo período em 2015 haviam sido confirmados 1.014 casos, representando um aumento de 24% no número de casos autóctones confirmados de um ano para outro (Figura 2 e 3).

Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, em 2016, até a SE 10 (12/03), foram identificados 2.994 focos, em 112 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 2.619 focos em 80 municípios (Figura 4).

Atualmente, há 32 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Bom Jesus, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Descanso, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, Quilombo, São Bernardino, São José, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.  Os municípios de Bom Jesus e Descanso, embora não tenham informado até o momento disseminação e manutenção dos focos de Aedes aegypti, foram considerados infestados em função da elevada taxa de incidência de dengue em seus territórios (autoctonia).

 No dia 13 de março de 2016 a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (DIVE/SC) foi notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó acerca da ocorrência de um caso suspeito de dengue que evoluiu para óbito.

Informações preliminares relatam que o paciente deu entrada no Hospital Regional do Oeste no dia 11 de março, sendo transferido no dia seguinte (12/03) para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Unimed, aonde veio a óbito no dia 13 de março.

O Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Santa Catarina (LACEN/SC) recebeu no dia 14/03, quatro amostras de sangue para realização de diagnóstico laboratorial para dengue. Os resultados, até o momento, não apontam para a conclusão definitiva do diagnóstico, sendo necessário encaminhamento das amostras para o Instituto Adolpho Lutz de São Paulo (IAL/SP) – laboratório de referência em Saúde Pública para Santa Catarina, para realização de exames complementares. A previsão é de que os resultados sejam divulgados na próxima semana.

Na segunda-feira (14/03), uma equipe de epidemiologistas da DIVE/SC, acompanhada pelo superintendente de vigilância em saúde, o médico infectologista Fábio Gaudenzi, se deslocou para Chapecó para auxiliar município na investigação do caso. O objetivo da investigação é confirmar a etiologia do caso e avaliar os possíveis fatores associados ao óbito, seguindo protocolo definido pelo Ministério da Saúde (MS) para óbitos suspeitos de dengue. 

Febre de Chikungunya 

No período de 01 de janeiro a 12 de março de 2016, foram notificados 244 casos suspeitos de Febre de Chikungunya em Santa Catarina. Desses, 13 (5%) foram confirmados, 60 (25%) foram descartados e 171 (70%) permanecem em investigação. Dos casos confirmados (13), 12 são importados e 01 está em investigação para definir o local provável de infecção (Tabela 3 e 4).

Tabela 3: Casos de Febre de Chikungunya, segundo classificação. Santa Catarina, 2016.

Classificação

Casos

%

Confirmados

13

5

   Autóctones

0

0

   Importados

12

92

   Em investigação de LPI

1

8

Descartados

60

25

Suspeitos

171

70

Total Notificados

244

100

                   Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 12/03/2016).

Tabela 4: Casos de Febre de Chikungunya, segundo classificação e município de residência. SC, 2016.

Municípios de Residência SC

Nº de casos em Investigação de LPI

Nº de casos importados

Nº de casos autóctones

Local Provável de Infecção (LPI)

 
 

Blumenau

0

2

0

2 Bahia

 

Brusque

0

1

0

1 Bahia

 

Descanso

0

1

0

1 Maranhão

 

Itajaí

0

3

0

3 Pernambuco

 

Jaborá

1

0

0

   

Jaraguá do Sul

0

1

0

1 Pernambuco

 

Joinville

0

2

0

1 Pernambuco, 1 Sergipe

 

Penha

0

1

0

1 Rio de Janeiro

 

Porto União

0

1

0

1 Rio de Janeiro

 

Total

1

12

0

   

         Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 12/03/2016).

Em 2015 foram notificados 134 casos suspeitos de Chikungunya, dos quais 08 (6%) foram confirmados, 98 (73%) foram descartados e 28 (21%) permanecem inconclusivos. Do total de oito casos confirmados, um foi autóctone do município de Itajaí e outros sete foram importados de outros estados. Esses casos foram identificados em Blumenau, Cunha Porã, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville e São José.

Zika Vírus 

No período de 01 de janeiro a 12 de março de 2016 foram notificados 178 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus em Santa Catarina. Desses, 13 (7%) foram confirmados (12 pelo critério clínico-epidemiológico e 01 pelo critério laboratorial), 73 (41%) foram descartados e 92 (52%) permanecem em investigação.

Todos os casos confirmados são importados. Esses casos foram identificados em Belmonte, Braço do Norte, Brusque, Camboriú, Florianópolis, Ipuaçu, Luiz Alves, Paraíso, São João do Sul, Videira e Xanxerê. Os prováveis locais de infecção foram os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Sergipe (Tabelas 5 e 6).

Tabela 5: Casos de Febre do Zika Vírus, segundo classificação. Santa Catarina, 2015-2016.

Classificação

Casos

%

Confirmados

13

7

        Autóctones

0

0

        Importados

13

100

        Em investigação de LPI

0

0

Descartados

73

41

Suspeitos

92

52

Total Notificados

178

100

                   Fonte: LACEN (com informações até o dia 12/03/2016).

Tabela 6: Casos de Febre do Zika Vírus, segundo classificação e município de residência. Santa Catarina, 2016.

Municípios de Residência SC

Casos Confirmados

Laboratorial

Clínico-epidemiológico

LPI

Belmonte

 

1

Mato Grosso

Braço do Norte

 

1

Sergipe

Brusque

1

 

Mato Grosso

Camboriú

 

1

Mato Grosso

Florianópolis

 

2

Rio de Janeiro

Ipuaçu

 

2

Mato Grosso

Luiz Alves

 

1

São Paulo

Paraíso

 

1

Mato Grosso

São João do Sul

 

1

Rondônia

Videira

 

1

Mato Grosso do Sul

Xanxerê

 

1

Mato Grosso

TOTAL

1

12

 

Fonte: LACEN (com informações até o dia 12/03/2016).

No ano de 2015 foram notificados 80 casos de febre do Zika Vírus, dos quais 9 foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico, sendo todos importados de outros estados, (residentes em Itapema, Laguna, Florianópolis, Bombinhas, Gaspar e Pomerode), 70 foram descartados e 1 permanece inconclusivo.