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Florianópolis, 11 de fevereiro de 2016.

 

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Dive/SC) divulga na terça-feira à noite o boletim 5 de dengue, zika e chikungunya. No período foram notificados 1.260 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 155 (12%) foram confirmados pelo critério laboratorial, 422 (33%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 683 (54%) casos estão em investigação, aguardando resultado laboratorial.

Do total de casos confirmados (155) até o momento, 20 (13%) são autóctones, com transmissão dentro de SC, 27 (17%) são importados (transmissão fora do Estado) e 108 (70%) estão em investigação para definição do provável local de infecção.  

Os 20 casos autóctones estão distribuídos pelos municípios de Bom Jesus (3), Caibí (1), Chapecó (1), Itajaí (4), Pinhalzinho (4), São José do Cedro (1), São Miguel do Oeste (3), Schroeder (1) e Videira (2). Dos 108 casos confirmados que estão em investigação de local de infecção, Pinhalzinho investiga a origem de 93 casos, Coronel Freitas, Descanso e Bom Jesus investigam 02 casos cada, e Brusque, Chapecó, Itajaí, Lages, Navegantes, Palhoça, Rio do Sul, São José do Cedro e São Miguel do Oeste investigam 1 caso cada.

          Na segunda-feira passada (dia 1°), o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC) recebeu kits para diagnóstico de dengue adquiridos com recursos do Estado com capacidade para processar 10 mil amostras. Num esforço concentrado, foram processadas mais de 500 amostras de casos notificados, cujos resultados estão contemplados neste boletim.

Casos de dengue, segundo classificação. Santa Catarina, 2015 - 2016.

Classificação

2015

2016

Casos

%

Casos

%

Confirmados

3.619

32

155

12

Autóctones

3.279

91

20

13

Importados

275

7

27

17

Em investigação de LPI

65

2

108

70

Descartados

6.858

60

422

33

Suspeitos

871

8

683

54

Total Notificados

11.348

100

1260

100

       Fonte: SINAN Online (com informações até o dia 6/2/2016).

Casos confirmados de dengue segundo município de residência e classificação de Local Provável de Infecção (LPI). Santa Catarina, 2016.

 

Municípios de Residência SC

Nº de casos em Investigação de LPI

Nº de casos importados

Nº de casos autóctones

Autóctones

LPI

Bom Jesus

2

0

3

2 Bom Jesus, 1 Indeterminado

Brusque

1

2

0

 

Caibi

0

1

1

1 Caibi

Camboriú

0

1

0

 

Canoinhas

0

2

0

 

Chapecó

1

3

1

1 Pinhalzinho

Coronel Freitas

2

0

0

 

Descanso

2

0

0

 

Florianópolis

0

2

0

 

Itajaí

1

2

4

4 Itajaí

Jaraguá do Sul

0

1

0

 

Joaçaba

0

1

0

 

Joinville

0

4

0

 

Lages

1

0

0

 

Navegantes

1

0

0

 

Palhoça

1

0

0

 

Palmitos

0

1

0

 

Pinhalzinho

93

0

4

4 Pinhalzinho

Pomerode

0

1

0

 

Rio do Sul

1

1

0

 

São José do Cedro

1

0

1

1 São José do Cedro

São Miguel d'Oeste

1

1

3

3 São Miguel do Oeste

Saudades

0

1

0

 

Schroeder

0

0

1

1 Indeterminado

Videira

0

0

2

2 Videira

Xanxerê

0

1

0

 

Xaxim

0

2

0

 

Total

108

27

20

 

Fonte: SINAN Online (com informações até o dia 06/02/2016).

A situação de Pinhalzinho está sendo acompanhada pela Dive desde o final de 2015, quando foi detectado um aumento no número de notificações de casos suspeitos de dengue. No período de 19 a 21 de janeiro, dentro do período no qual a maioria dos casos foi notificada, foi realizado um bloqueio com intensificação das visitas domiciliares para educação em saúde e eliminação e tratamento de depósitos e recipientes e, de forma complementar, aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UVB) por meio de equipamento acoplado a veículo, na área que concentrava a totalidade dos casos suspeitos. O município vem dando continuidade a esta ação e, no próximo final de semana, um novo ciclo de borrifação com UBV será realizado, de forma complementar, se as condições climáticas forem favoráveis.

                Os demais municípios com casos confirmados foram orientados pela Dive a realizarem ações de bloqueio de transmissão, que consiste nas visitas aos imóveis onde residem os casos, e nos demais num raio de 50 metros. Neste momento é realizada ação de educação em saúde, eliminação e tratamento de recipientes e, caso seja município considerado infestado, é orientado aplicação de inseticida UBV costal motorizado, na confirmação.

Em 2015 foram notificados 11.348 casos de dengue, dos quais 3.619 casos foram confirmados (32%), 6.858 (60%) foram descartados e 871 (8%) estão em investigação. Do total de casos confirmados, 3.279 (91%) eram autóctones, 275 (7%) importados e 65 (2%) estão em investigação para identificação do local provável de infecção (Tabelas 1 e 2).

                Comparando os anos de 2015 e 2016, até a Semana Epidemiológica 5 de 2015 (07/02/2015), tinham sido notificados 870 casos de dengue, sendo 203 confirmados como autóctones. Já em 2016, considerando o mesmo período, foram notificados 1260 casos, sendo que 20 confirmados como autóctone, até o momento.

Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, em Santa Catarina, ate a Semana Epidemiológica 05/2016 (de 1 de janeiro a 6 de fevereiro de 2016), foram identificados 1.224 focos, em 84 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 1345 focos em 55 municípios.

Atualmente existem 28 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.

 Figura 1: Casos notificados de dengue, segundo Semana Epidemiológica de início dos sintomas. Santa Catarina, 2015-2016.

Total 2015: 11.348

Total 2016: 1.260

(Atualizado em 06/02/2016)

 

 Figura 2: Casos confirmados de dengue autóctones, segundo Semana Epidemiológica de início dos sintomas. Santa Catarina, 2015-2016.

Total 2015: 3.279

Total 2016: 20

(Atualizado em 06/02/2016)

 

 Figura 3: Focos identificados de Aedes aegypti, segundo Semana Epidemiológica. Santa Catarina, 2015-2016.

(Atualizado em 06/02/2016.)


Febre de Chikungunya

 

          No período de 1 de janeiro a 6 de fevereiro de 2016, foram notificados 49 casos suspeitos de febre de chikungunya em Santa Catarina, todos permanecendo em investigação.

No ano de 2015 foram notificados 127 casos suspeitos de chikungunya, dos quais quatro (3%) foram confirmados, 80 (63%) foram descartados e 43 (34%) permanecem em investigação. Do total de quatro casos confirmados, um foi autóctone do município de Itajaí e outros três foram importados de outros estados (Tabela 3).

 

 

Tabela 3: Casos de febre de chikungunya, segundo classificação. Santa Catarina, 2015-2016.

Classificação

2015

2016

Casos

%

Casos

%

Confirmados

4

3

0

0

Autóctones

1

25

0

0

Importados

3

75

0

0

Descartados

80

63

0

0

Suspeitos

43

34

49

100

Total Notificados

127

100

49

100

             Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 06/02/2016).

Febre do zika vírus

 

          No período de 1 de janeiro a 6 de fevereiro de 2016 foram notificados 58 casos suspeitos de febre do zika vírus em Santa Catarina. Destes, 5 (9%) foram confirmados (4 pelo critério clínico-epidemiológico e 1 pelo critério laboratorial), 23 (40%) foram descartados e 30 (52%) permanecem em investigação.

Todos os casos confirmados são importados. Estes casos foram identificados em Braço do Norte, Brusque, Florianópolis e Ipuaçu, e os prováveis locais de infecção foram os estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Sergipe. 

No ano de 2015 foram notificados 79 casos de febre do zika virus, dos quais 9 foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico, sendo todos importados de outros estados, (residentes em Itapema, Laguna, Florianópolis, Bombinhas, Gaspar e Pomerode), 63 foram descartados e 7 permanecem em investigação (Tabelas 4 e 5).

Tabela 4: Casos de febre do zika vírus, segundo classificação. Santa Catarina, 2015-2016.

Classificação

2015

2016

Casos

%

Casos

%

Confirmados

9

11

5

9

Autóctones

0

0

0

0

Importados

9

100

5

100

Descartados

63

80

23

40

Suspeitos

7

9

30

52

Total Notificados

79

100

58

100

                           Fonte: LACEN (com informações até o dia 06/02/2016).

Tabela 5: Casos de febre do zika vírus, segundo classificação e município de residência. Santa Catarina, 2016.

Municípios de Residência SC

Casos Confirmados

Casos Descartados

Casos Em Investigação

Laboratorial

Clínico-epidemiológico

LPI

ABELARDO LUZ

 

0

   

2

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

     

2

 

BLUMENAU

       

3

BRAÇO DO NORTE

 

1

Sergipe

   

BRUSQUE

1

 

Mato Grosso

3

4

CAIBI

     

1

 

CAMBORIÚ

       

1

CHAPECÓ

     

3

1

FLORIANÓPOLIS

 

1

Rio de Janeiro

7

7

GAROPABA

       

1

ITAJAÍ

     

2

2

ITAPOÁ

       

1

IPUAÇU

 

2

Mato Grosso

   

NOVA ERECHIM

     

1

 

PALHOÇA

       

1

SÃO JOSÉ

     

3

 

SÃO MIGUEL DO OESTE

       

3

TIMBÓ

     

1

 

TUBARÃO

       

1

URUSSANGA

       

1

VIDEIRA

       

1

XAXIM

       

1

TOTAL

1

4

 

23

30

     Fonte: LACEN (com informações até o dia 06/02/2016).

Situação das Salas Municipais para o combate ao Aedes aegypti/SC

 

A Sala Estadual para o combate ao Aedes aegypti/SC informa que todos os 28 municípios infestados pelo Aedes aegypti implantaram a sala de situação municipal. O município de Princesa ainda não informou a composição da sua sala.

Informações sobre as visitas aos imóveis continuam sendo repassadas diariamente para a Sala Estadual, por todos os 28 municípios infestados.

Dos 333.124 imóveis em área infestada, que devem receber visita até o dia 12 de fevereiro, já foram realizadas visitas em 188.177 imóveis, representando 56,5% do total. Os imóveis fechados ou que a visita foi recusada totalizam 44.382 (13,3% do total de imóveis existentes).

Os municípios de Anchieta, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Maravilha, Nova Itaberaba, Palmitos, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, Serra Alta e Xaxim já realizaram a visita em todos os imóveis das suas áreas infestadas.

Formalizaram a Sala Estadual solicitação de apoio das Forças Armadas os municípios de Balneário Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Itajaí, Pinhalzinho e Xanxerê.

Além da intensificação nas visitas aos imóveis das áreas infestadas desses 28 municípios, a Coordenação da Atenção Básica da SES/SC emitiu a Nota Técnica nº 001/2016 e a Sala Estadual realizou uma webconferência no dia 22 de janeiro com os agentes comunitários de saúde de todos os municípios catarinenses. A orientação repassada foi que, na rotina das visitas aos imóveis, devem ser priorizadas as ações de orientação para população sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, bem como formas de evitar e eliminar seus potenciais criadouros.

A Sala de Situação Estadual para o Combate ao Aedes aegypti, atendendo à convocação do Governo Federal, solicitou que todos os municípios catarinenses mobilizem-se no dia 13 de Fevereiro de 2016 para realizar um dia ?D? de mobilização para o combate ao Aedes aegypti.

Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

  • Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
  • Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
  • Mantenha lixeiras tampadas;
  • Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d?água;
  • Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
  • Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
  • Mantenha ralos fechados e desentupidos;
  • Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
  • Retire a água acumulada em lajes;
  • Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
  • Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
  • Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
  • Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
  • Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya o Zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.

O que é dengue?

É uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor retro-orbital (atrás dos olhos), e manchas vermelhas na pele.

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

O que é febre de chikungunya?

                É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva".

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

O que é febre do zika vírus?

É uma doença causada pelo vírus Zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.