Florianópolis, 03 de fevereiro de 2016
Do início do ano até a primeira semana de Fevereiro, a Vigilância Epidemiológica de Florianópolis identificou, por meio do Monitoramento das Doenças Diarreicas Agudas, um aumento acima do esperado para o atual período do número de atendimentos por casos de diarreia no município. Na última segunda-feira foram divulgados os primeiros resultados das análises para vírus, com identificação positiva para Norovírus, confirmando a suspeita de virose.
Também foi realizada uma investigação epidemiológica nas Unidades de Pronto Atendimento Norte e Sul, com o apoio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde. Foram coletadas amostras clínicas para pesquisa de bactérias e vírus. As amostras de bactérias tiveram resultados negativos.
“O Norovírus é a maior causa de gastroenterite humana aguda não bacteriana relacionada à transmissão por água e alimentos e às aglomerações humanas. Apresenta predominância nos meses quentes e úmidos do Verão, ao contrário do Rotavírus, que tem maior frequência nos meses secos e com temperaturas amenas”, explica a bióloga Fernanda Rosene Melo, chefe da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica Alimentar da DIVE.
O Norovírus pode ser transmitido diretamente de pessoa para pessoa via fecal-oral, e também por via aérea, como nos casos de vômitos violentos que ocorrem durante a doença. Pode ocorrer, também, por meio de contaminação de águas subterrâneas ou por água de recreação ou consumo contaminada por fossa séptica ou sistema de cloração deficiente.
A norovirose atinge adultos e crianças, e é altamente contagiosa. Por esse motivo, a transmissão de pessoa para pessoa pode contribuir para a disseminação do surto. É caracterizada por náuseas, vômitos, diarreias, dores epigástrica e abdominal, com duração de um até quatro dias. Normalmente os sintomas têm início de 24 a 48 horas após a ingestão de alimento ou água contaminada.
Não existe tratamento específico para o Norovírus. Ao menor sinal de mal-estar, a pessoa deve procurar um médico, hidratar-se bastante (com água e água de coco) e manter repouso, evitando ambientes lotados e, também, o sol forte. Caso haja casos na família, os cuidados devem ser intensificados.
“Pedimos à população que redobre os cuidados de higiene e com o consumo de água e de alimentos. O Serviço de Vigilância do município está intensificando o trabalho de inspeção para evitar surtos e garantir a prevenção e medidas necessárias para manter e controlar a saúde da população no que se refere às situações já mencionadas”, complementa Fernanda. Rosene Melo.
Medidas de prevenção
- Lave as mãos com água limpa e sabão. Também vale ter uma garrafinha de álcool em gel para as situações de emergência;
- Lave bem as mãos e os alimentos antes de manipulá-los;
- Utilize água filtrada ou fervida para preparar alimentos;
- Só consuma alimentos em lugares onde a procedência é segura;
- Lembre-se de higienizar latinhas de cerveja ou de refrigerante, afastando os riscos de contaminação pelo armazenamento inadequado;
- Limpe todas as superfícies com hipoclorito a 2%, pois o Norovírus persiste em superfícies inanimadas secas por até 7 dias;
- Esterilize mamadeiras e chupetas.
Fonte: DIVE/SES/SC