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Xanxerê, 22 de janeiro de 2016

“Nossa decisão foi rápida. Esse era o desejo do meu esposo e acreditamos que mesmo depois de sua morte, ele poderá ajudar outras pessoas a viverem melhor e até salvar vidas”. Essa foi a resposta de Teresinha Luiza Girardini quando ela e sua família foram abordados pela equipe de captação de órgãos e tecidos para transplantes do Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê.

“Meu esposo faleceu no dia 25 de outubro do ano passado, aos 65 anos. Foi um momento de muita dor e desespero para mim e nossos quatro filhos”, relatou Teresinha. Em vida, Agostinho José Giradini conversava com a família sobre a doação de órgãos e sua vontade de ser um doador. “Já tínhamos falado em casa em outras oportunidades, e isso facilitou muito na hora da decisão. Não é nada fácil, pois o momento é muito dolorido. Tivemos apoio dos familiares e os amigos sempre falam que a nossa atitude foi muito bonita, isso é gratificante para nós. Saber que um pedacinho dele vive e faz bem para outra pessoa, é confortante”.

Teresinha e os filhos também são doadores, e compreendem, especialmente agora, que esse é um momento delicado. “Temos que pensar que outras pessoas sofrem, mas a doação pode salvar vidas”, finaliza.

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Teresinha e o esposo, Agostinho (arquivo de família)

Em 2008, após treinamentos teóricos e práticos da equipe, o Hospital Regional São Paulo implantou a CIHDOTT – Comissão Intra Hospitalar de Doação de órgãos e Tecidos. Desde então, a equipe passou a realizar as abordagens às famílias, sobre o desejo da doação de órgãos e tecidos.  A Gerente de Enfermagem e membro da CIHDOTT, Fabiana Floriani, destaca que a abordagem, apesar de ser um momento difícil, é muito importante, pois leva esperança a outras pessoas. “É um momento de dor, desespero, angustia e revolta, mas a nossa principal missão é oferece a oportunidade de doação às famílias, que mesmo sofrendo, buscam forças para agir com amor”, observa.

Fabiana ressalta ainda que as abordagens são mais bem aceitas quando a família já conversou sobre o assunto e quando o familiar manifestou em vida o desejo da doação. “No momento da notícia da morte, a família é pega de surpresa, não está preparada para essa situação, e a dúvida quanto ao desejo do familiar fica evidente, dificultando a decisão. Negar a doação é difícil, pois não sabem se estão fazendo o que é certo, se era isso que o seu ente querido desejava. Porém, falar sim sem saber o desejo do familiar em vida é ainda mais complicado, e muitos deixam de doar mesmo acreditando que era o mais louvável a ser feito. Por isso, ressaltamos sempre às pessoas, que manifestem o desejo de ser doador para sua família”, destaca.

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Membros do CIHDOTT do HRSP e dona Teresinha

A CIHDOTT

A Comissão Intra Hospitalar de Doação de órgãos e Tecidos do Hospital Regional foi implantada no ano de 2008 – após período de treinamento, e desde então, conta com duas profissionais, que atuam na abordagem aos familiares e na captação das córneas. No ano de 2015, a comissão realizou a captação de 12 córneas, por meio da resposta positiva das famílias, que optaram pela doação.