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“É um presente pra nós acompanhar a chegada ao mundo e a forma com que essas crianças são trazidas também. A gente entende que vai refletir por toda a vida da mulher, desse bebê, dessa família”. É assim que a enfermeira Larissa Rocha, descreve a sensação do trabalho que realiza na Maternidade do Hospital Regional Homero de Gomes, em São José.

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O espaço, que conta com 10 leitos para receber as gestantes, vem se destacando pela humanização. O trabalho é feito desde o pré-natal, quando é realizada a visita à Maternidade para conhecer o ambiente e a equipe. Outra ação que ocorre ainda neste período é o curso para as gestantes, que orienta não apenas a mãe, mas também familiares no cuidado com o bebê. 

Já na hora do parto a Maternidade oferece um espaço diferenciado. Quatro leitos no modelo PPP (pré-parto, parto e pós-parto). Nesses quartos a gestante permanece desde a preparação para o nascimento, em que pode utilizar de bola para alívio da dor, banheiro individualizado, aromaterapia e cromoterapia, até as primeiras horas de vida do bebê, sempre com acompanhante. 

Esse foi o caso da Kauane Pascoalini, que chegou ao Hospital Regional já com contrações. Foram quatro horas de trabalho de parto até a chegada do pequeno Hariel. Entre banhos, caminhadas e contrações, o parto foi de forma natural, de cócoras e com o companheiro junto. “Eu não esperava que fosse ser assim. Senti dor, mas fui muito bem acolhida pela equipe e o Hariel veio do jeitinho que tinha que ser”, emociona-se Kauane.

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Assim como Hariel, outros 1172 bebês nasceram na Maternidade do Hospital somente em 2024. Foram 657 partos e 515 cesarianas. “Tem muitos relatos de famílias que são reconstruídas aqui dentro, que estavam passando por momentos difíceis e quando a gente proporciona um parto que é bonito, fisiológico, respeitando o tempo da mulher, independente da via de parto, isso não é sobre via de nascimento, é sobre qualidade na assistência. E por mais que essa mulher já tenha mais filhos, a gente entende que a cada nascimento, nasce também uma nova mãe”, complementa a enfermeira Larissa. 

O cuidado no pós-parto

No pós-parto, além do cuidado com o bebê, o acolhimento a essa nova mãe também possui um olhar diferenciado. Para algumas, aquele tempo no Hospital é rápido, já para outras, a permanência acaba sendo prolongada. É o caso das mães que seus bebês precisam ficar internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

O Hospital possui um alojamento conjunto, para que mães que moram em outros municípios possam permanecer próximas de seus bebês. Outro diferencial é o Banco de Leite Humano. Com uma equipe multidisciplinar, elas acolhem e ensinam as técnicas da amamentação e da extração do leite materno, mas o trabalho vai mais além. 

“Enquanto o bebê está ali na UTI neonatal, a gente tem a chance de estar com essa mãe, de poder acolhê-la e olhar ela como um todo. Uma mãe que acabou de nascer, e que está longe do seu filho. Pensamos sempre no que podemos fazer para minimizar essa dor, para auxiliá-la nesse processo que é tão doloroso e que pode ser uma semana ou podem ser três meses”, explica a coordenadora do Banco de Leite, Camila Rodrigues Furtado. 

Aquelas que permanecem no alojamento recebem diariamente a visita da equipe do Banco de Leite, além de utilizar o espaço da sala de ordenha. Esse acolhimento segue mesmo após a alta e retorno para a casa; em alguns casos, é feito o atendimento domiciliar.

O trabalho é realizado não apenas para as mães da UTI, mas para toda gestante que passa pelo serviço. Como resultado, a unidade foi credenciada em Hospital Amigo da Criança, um reconhecimento oferecido pelo Ministério da Saúde (MS) para unidades que implementam os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, uma estratégia recomendada para a redução da mortalidade infantil.