Florianópolis, 11 de janeiro de 2017
Em 2015, Santa Catarina diagnosticou 170 casos novos de hanseníase. Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrado no último domingo do mês de janeiro (29), a Secretaria de Estado da Saúde faz um alerta à sociedade para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da hanseníase, uma doença infecciosa, crônica e contagiosa, que acomete principalmente a pele e os nervos periféricos, incluindo as orelhas, nariz, braços, mãos, perna e pés, e que também pode atingir outros órgãos. A hanseníase tem cura; mas, se não for diagnosticada e tratada precocemente, pode causar deformidades físicas.
Santa Catarina é um Estado considerado como de baixa endemicidade pelo Ministério da Saúde (MS), apresentando taxa de detecção de 2,5 por 100 mil habitantes. Em 2015, o percentual de cura dos novos casos foi de 92%. E 83,1% dos contatos domiciliares dessas pessoas foram examinados. Dos 170 novos casos notificados, 10,9 % eram do grau 2 de incapacidade física - percentual considerado alto e que sugere diagnóstico tardio da doença e com sérias incapacidades físicas.
“No ano passado, as ações desenvolvidas para controlar a hanseníase no Estado foram a busca ativa de portadores e dos contatos domiciliares dessas pessoas, tratamento oportuno e adequado, monitoramento, capacitação e a divulgação de informações sobre a doença à sociedade. Ressaltamos, também, a importância da intersetorialidade e a integração das ações da Vigilância Epidemiológica e da Atenção Básica”, afirma Nadmari Céli Grimes, técnica responsável pela Divisão de Doenças Crônicas Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, na qual está inserido o setor de hanseníase.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu, em 1991, que a hanseníase deixaria de ser um problema de saúde pública naqueles países onde o coeficiente de prevalência fosse menor ou igual a um caso para cada 10 mil habitantes. Em 1997 e 2002, Santa Catarina recebeu a certificação pelo Ministério da Saúde por atingir a meta de eliminação da hanseníase proposta pela OMS, em 1991. O Estado apresenta uma das menores taxas de detecção do Brasil, tanto na população geral quanto na de menores de 15 anos.
Sobre a hanseníase
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium Leprae e é transmitida pelas vias aéreas superiores, por meio de contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. A doença se desenvolve dependendo das condições do sistema imunológico do indivíduo ao qual foi transmitido o bacilo. Entre os principais sintomas, que podem demorar de dois a sete anos para se manifestar, estão manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade (a pessoa pode se queimar ou cortar sem sentir dor), dormência, queda de pelos e o comprometimento de nervos periféricos, levando à perda da força dos músculos inervados por tais nervos.
O diagnóstico e o tratamento da hanseníase são gratuitos, oferecidos pelo SUS. O tratamento da hanseníase é feito por via oral, com a administração de um coquetel de antibióticos, cujas doses e tempo variam conforme a classificação da doença (Paucibacilar-PB ou Multibacilar-MB). O paciente deve tomar uma dose mensal na Unidade de Saúde (dose supervisionada) e as demais serão autoadministradas (pelo paciente em sua moradia), adotando, ao mesmo tempo, cuidados com olhos, mãos e pés para prevenção de incapacidades. A pessoa que convive com o doente também dever ser examinada. A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória.