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OPINIÃO DE A NOTÍCIA


Alerta de dengue
O registro de um caso autóctone (quando a doença é contraída na própria cidade) de dengue em Chapecó, divulgado na sexta, é mais um alerta para Joinville reforçar a prevenção. A contaminação na cidade do Oeste é a primeira no ano em SC ocorrida em solo catarinense. Nos demais casos de pacientes catarinenses, eles contraíram a doença em outros Estados. Como o número de focos de larvas é recorde em Joinville, a atenção precisa ser redobrada. Ainda que a cidade do Norte tenha registrado um caso autóctone em 2011, até agora a luta contra tem sido vitoriosa. O esforço de tantos anos não pode ser desperdiçado.

No vizinho Paraná, são mais de 20 mil casos de dengue desde agosto do ano passado, com pelo menos dez mortes. No Rio Grande do Sul, não foram registradas mortes por causa da enfermidade, mas já são mais de 200 casos. A dengue não está longe. É incrível que após tanto tempo de exibição do tema na mídia e do corpo a corpo do pessoal de saúde pública, ainda proliferem situações de “incentivo” à dengue, em especial o indevido acúmulo de água. É uma ação de enfrentamento da dengue, mas também uma questão básica de higiene. Esse descaso exige constante vigilância das órgãos de saúde, um esforço que, dada a ocorrência elevada dos focos, precisa ser intensificado.

Joinville não pode baixar a guarda.

 

 

 

CAMPANHA CONTRA GRIPE
Vacinação começa hoje

A campanha nacional de combate à gripe A começa hoje e deve imunizar 110 mil pessoas em Joinville até o próximo dia 26. Em todo o Estado, o objetivo é vacinar 1,5 milhão de pessoas dentro dos grupos de risco, mais vulneráveis ao vírus H1N1: gestantes, pessoas acima dos 60 anos, profissionais de saúde, mulheres até 45 dias após o parto, além de doentes crônicos que neste ano terão acesso ampliado aos postos de saúde.

Quem não faz parte dos grupos de risco pode encontrar a vacina à venda em clínicas particulares por cerca de R$ 70. Em Joinville, a dose contra a gripe A é aplicada nas clínicas Curumim, Salutare, Clinigem e Bambini.

Segundo a gerente de imunização da Secretaria de Saúde de Joinville, Maria Goreti Cardoso, neste ano, o Ministério da Saúde optou pela antecipação da vacinação para garantir uma imunização ainda mais eficiente. “O organismo precisa de um tempo, de dez a 15 dias após a vacina, para criar anticorpos contra o vírus da gripe”, explica. O Dia D será no próximo sábado, 20 de abril.

 

 

MEDICAMENTOS
Alternativas perigosas

O desejo de perder peso em pouco tempo e, de preferência, com o mínimo de esforço, pode custar sérios danos à saúde e até levar à morte. Há quem ignore os riscos, mas também quem assuma conscientemente todos os perigos em nome do emagrecimento rápido.

Na internet, não faltam ofertas de dietas milagrosas e até remédios proibidos que podem ser facilmente encomendados. Gotas de HCG, sigla para gonadotrofina coriônica humana, hormônio produzido por mulheres grávidas, por exemplo, são oferecidas por preços entre R$ 87 e R$ 225, prometendo eliminar até dois quilos por dia. No rótulo do produto, em inglês, uma mensagem alerta que o medicamento ainda não foi avaliado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que controla remédios e alimentos, equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Apesar das restrições científicas e legais, o HCG é usado com objetivo idêntico em consultórios médicos na forma injetável. É aí que a discussão passa da obsessão pela perda de peso a qualquer custo para a ética médica. “Indicar remédio não aprovado para esse fim é uma infração ética e técnica de quem prescreve. É um uso ilegal, uma irresponsabilidade”, diz o médico Cláudio Mottin, diretor do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Não existe “milagre”

Na avaliação do médico, o uso de remédios para emagrecer tem restrições mesmo se for regulamentado. Primeiramente, porque é preciso diferenciar a necessidade clínica do medicamento, no caso de obesidade em nível grave e quando já se esgotaram as alternativas convencionais, da mera insatisfação com os “quilinhos a mais”. Mottin enfatiza: “O remédio representa apenas 20% do resultado. Para perder peso, é preciso manter o tripé reeducação alimentar, atividade física adequada e mudança de estilo de vida. Não existe milagre.”

Nos EUA, há registros de embolia pulmonar em mulheres que usaram HCG para emagrecer. Na semana passada, a Polícia Civil gaúcha passou a investigar a possibilidade de que a mesma substância possa ter contribuído para a morte da secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Márcia Santana, 35 anos, encontrada morta no banheiro de sua casa no dia 13.

Inclusive no tratamento de fertilidade há restrições ao uso de HCG em pessoas com doenças cardíacas, renais, hepáticas, epilepsia, asma e antecedentes de câncer. O ginecologista Marcos Höher, especialista em medicina reprodutiva, reitera que, diferentemente da dieta, em que são feitas três aplicações diárias durante 26 dias, na fertilização o HCG é aplicado em dose única e em quantidade comprovadamente segura. Quanto à suposta perda de peso, há o alerta: “Em geral, os hormônios retêm líquidos e, por isso, podem gerar um discreto aumento de peso”, explica Höher.

Faltam evidências científicas

Além do HCG, também o Victoza, aprovado para diabetes, vem sendo utilizado para perda de peso, embora este uso esteja em fase de estudos clínicos. É o chamado off-label, quando um medicamento é administrado de maneira diferente do que consta na bula, tanto em dosagem quanto em intervalo ou tratamento.

Os riscos desta utilização são o surgimento de reações adversas não previstas, diz a farmacêutica Clarissa Ruaro Xavier. “Se não é aprovado, é porque não existem ensaios clínicos que comprovem a sua eficácia e segurança para tal utilização”, observa Clarissa.

É o caso do HCG para emagrecer. A endocrinologista Jacqueline Rizzolli comenta que estudos feitos com o hormônio e dietas com menor restrição calórica não comprovaram nenhuma eficácia. Ou seja: o que emagrece é a dieta e não o medicamento. Porém, uma dieta limitada a 500 calorias por si só já é risco sério, diz Jacqueline: “É preciso desconfiar de promessas de redução de peso superior a 500 gramas por semana. Dieta com menos de 800 calorias só deve ser feita em casos muito indicados e com rigoroso acompanhamento médico”.

Outra ressalva, feita pelo endocrinologista Rogério Friedman, é quanto ao HCG na forma de cápsulas. “Nas indicações formais para fertilidade, o uso é injetável. Muitos hormônios, ao serem ingeridos, são degradados e se tornam inócuos”, diz.

Médicos costumam ser reticentes tanto com emagrecedores quanto com hormônios por conta dos possíveis efeitos adversos ao sistema cardiovascular. “Ao contrário do estrogênio, usado para reposição hormonal, o HCG não tem risco cardiovascular comprovadamente associado, mas parece não funcionar para emagrecer”, diz o cardiologista Daniel Silveira.

 

 

 

DENGUE
Estado registra o primeiro caso
Mulher de Chapecó contraiu o vírus dentro de SC

Santa Catarina tem confirmado o primeiro caso de dengue em 2013 transmitido dentro do Estado. A vítima, uma mulher de 42 anos, é de Chapecó e não teria feito nenhuma viagem nos últimos meses. Esta é a terceira vez que a doença é contraída em Santa Catarina.

Nos demais casos, o vírus havia sido importado de outros Estados. Até sexta-feira, havia 157 casos catarinenses de dengue importada de outro estados brasileiros.

A situação de Chapecó preocupa. Nas duas primeiras vezes em que a transmissão aconteceu dentro das divisas catarinenses – em São João do Oeste, 2011, e em Joinville, em 2012, as duas cidades possuíam raros focos do mosquito Aedes aegypti.

Em Chapecó, no entanto, o quadro é diferente. Há cinco anos, a cidade lidera a quantidade de focos do mosquito em seu território. Em 2013, já são 759 focos espalhados pela cidade.

– Esta não é uma doença que acomete uma ou duas pessoas isoladamente. A circulação viral é instantânea. Esperamos que esse caso não seja apenas a ponta de um iceberg – afirma a gerente de vigilância de zoonoses da Secretaria do Estado da Saúde, Suzana Zeccer.

A vítima está em casa e passa bem. Ela é moradora do bairro Santo Antônio, que não estava entre as localidades mais preocupantes de Chapecó: era 11ª na lista de prioridades da prefeitura. A mulher teria procurado atendimento no Hospital Regional há cerca de quatro dias, queixando-se de febre, dor no corpo e uma forte gripe.

Outro morador da cidade também é suspeito de estar infectado. O laudo sairá nos próximos dias.

– Essa confirmação é um alerta para a importância de se combater as larvas do mosquito – adverte Suzana.

samia.frantz@diario.com.br

SÂMIA FRANTZ

 

 


COMBATE À GRIPE
Vacinação começa hoje

A campanha nacional de vacinação começa hoje. SC receberá 1,649 milhão de doses, 400 mil a mais do que 2012, quando foram registradas 76 mortes em virtude do vírus H1N1 no Estado. A vacina será distribuída gratuitamente a adultos acima de 60 anos, crianças com até dois anos, gestantes, profissionais da saúde, indígenas, detentos, mulheres até 40 dias após o parto e pacientes crônicos.

Opinião DC

O inverno bate à porta, criando condições favoráveis para a contaminação pelos diferentes tipos de vírus Influenza. A vacina reduz em até 45% os casos de internação hospitalar por pneumonia e até 75% das mortes. Pessoas com 60 ou mais anos e crianças entre seis meses e dois anos integram o grupo prioritário para a vacinação. Imunização e informação são as armas para evitar uma epidemia e muitos sofrimentos. Ambas também são atitudes de cidadania consciente.