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SAÚDE
Cai mortalidade infantil
Levantamento do ano passado mostra que foram 7,35 óbitos para cada mil nascidos vivos, a menor taxa da série histórica do estudo

A história da pequena Maria Antônia, de dois anos e nove meses, é de deixar qualquer família de coração apertado, mas também feliz por tudo ter dado certo. A menina é o bebê mais prematuro que já nasceu na Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, segundo a direção da unidade. Ela veio ao mundo aos cinco meses, após uma gravidez de risco da mãe, com apenas 29 centímetros e 540 gramas. Tão pequena que cabia na palma da mão.

Médicos que trabalham com casos assim sabem que os riscos de bebês como Maria não resistirem são grandes. Mas os cuidados atuais com a gravidez, o trabalho de conscientização para que as mães façam o Pré-Natal, o preparo dos profissionais e técnicas cada vez mais inovadoras têm aumentado consideravelmente as chances de prematuros superarem as dificuldades de terem nascido tão cedo e crescerem saudáveis como a maioria das crianças.

Casos como este refletem em um dado cada vez mais positivo em Joinville: a queda da mortalidade infantil, principalmente na gravidez e no primeiro ano de vida, que é quando elas mais ocorrem. No ano passado, esse indicador de saúde bateu um recorde na cidade: 7,35 mortes para cada mil nascimentos. A taxa mais baixa, até então, havia sido de 8,3 há três anos (veja gráfico na página ao lado).

A informação é um dos dados mais positivos e comemorados que serão divulgados nesta segunda-feira, na apresentação do Relatório de Gestão da Saúde 2012 ao Conselho Municipal de Saúde, no plenarinho da Câmara de Vereadores. O documento, publicado todos os anos, traz um balanço das metas pactuadas pela saúde municipal no ano anterior, como manda o SUS.

A mortalidade infantil em Joinville já segue padrões de países desenvolvidos desde 2009, quando ficou abaixo de dez mortes para cada mil nascimentos, taxa considerada ideal pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tanto que em idade acima de um ano, a taxa é insignificante de tão baixa.

Avanços

A queda considerável no ano passado para 7,35 é importante, segundo quem lida com esses dados, porque reflete não apenas avanços nos serviços de saúde, mas principalmente na qualidade de vida da população, ou seja, mais educação, mais acesso à renda e moradia, por exemplo, o que levantamentos como o Censo 2010 já têm demonstrado.

A meta agora, conforme a Secretaria de Saúde irá destacar aos conselheiros municipais nesta segunda-feira, é aprimorar ainda mais o trabalho da comissão que identifica cada morte de bebê em Joinville e aprimorar a vigilância sobre as mortes perinatais, aquelas em que o feto está com 28 semanas ou mais de formação, as quais ainda representam a maioria das perdas de bebês.

rogerio.kreidlow@an.com.br

ROGÉRIO KREIDLOW

 

 

 

SAÚDE
Ela venceu as 540 gramas

A pequena Maria Antônia, de dois anos e sete meses, venceu o desafio de ter nascido com 540 gramas. Ficou seis meses internada na UTI neonatal e mais três meses ligada a aparelhos em casa. Hoje, depois de passar por uma cirurgia corretiva no coração e fazer acompanhamento de visão e audição, que correm risco de ficar prejudicadas em prematuros, a menina é tão brincalhona e agitada como qualquer outra criança, contam os pais. A felicidade da menina durante as fotos não deixa mentir.

A mãe, a dona de casa Ilaneide Lacerda, de 40 anos, conta que já teve outra gravidez complicada, em que perdeu o bebê ainda na gestação, antes de ter tido o primeiro filho, um menino que hoje está com 13 anos. Mesmo fazendo trabalho preventivo, ela sabia dos riscos de ter um segundo filho. Na gravidez, teve pressão alta, o que a obrigou a ficar internada e ter o bebê antes do tempo.

 

 

 

 

GERAIS
Governo vai oferecer teste de tuberculose

Até o fim do ano, deve passar a ser oferecido pelo SUS o teste rápido que detecta a tuberculose em duas horas e verifica se o doente tem resistência ao tratamento. Com ele, o Ministério da Saúde pretende expandir o diagnóstico precoce, focando-se em ambientes como favelas e cortiços, e entre populações mais sujeitas à doença, como usuários de drogas e presidiários. A ideia é que o teste seja oferecido em cidades estratégicas ou com maior ocorrência da doença.