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SAÚDE
Sem acordo, greve continua
Sindicato rejeita proposta do governo de premiação por produtividade

Natal, Réveillon e a temporada de verão serão de transtornos nos atendimentos hospitalares públicos em Santa Catarina. O motivo é a greve dos servidores, que deverá continuar nos próximos feriadões e em janeiro. O sindicato da categoria e o Estado estão longe de acordo. A contratação de mil funcionários temporários surge como reação para amenizar a situação, principalmente na Grande Florianópolis e no Norte.

O impasse entre as partes dura 57 dias. Ontem à tarde, havia expectativa de acordo com a proposta de premiação por produtividade depois de quatro meses de resultados, mas foi rejeitada pelo Sindsaúde, o que aumentou a preocupação da Secretaria de Estado da Saúde.

O atendimento preocupa justamente na época da chegada de turistas. “A proposta teria um impacto de R$ 3 milhões ao mês. Mas eles insistem na gratificação de 50%, que chegaria ao impacto de R$ 10 milhões, o que é inviável”, ressaltou o secretário adjunto da Saúde, Acélio Casagrande.

Ontem, a Saúde estimava que a paralisação atingia 20% dos 10,2 mil funcionários, em oito hospitais, que contabilizavam entre 35% e 40% dos leitos fechados por falta de profissionais para os atendimentos. Em Joinville, os funcionários do Hospital Regional e a Maternidade Darcy Vargas estão paralisados.

 

 

 

Maternidade ficará aberta
A Maternidade Darcy Vargas continuará seu atendimento em Joinville. Liminar da Justiça Federal determinou a continuidade dos serviços. A unidade corria o risco de ser fechada devido à falta de profissionais por causa da greve da Saúde. Caso mulheres grávidas procurem a maternidade, o Estado deverá atender.


Aluguel de leitos
Caso não seja possível atender às grávidas, será preciso contratar leitos particulares em Joinville, sob pena de multa de R$ 50 mil ao Estado, Prefeitura e União. São feitos em média 15 partos por dia no local.


Faltam funcionários
Documento elaborado por enfermeiros e médicos mostra que o quadro ideal na maternidade é de 443 funcionários. Mas, atualmente, são 266. A ação na Justiça surgiu depois que foi informado, na sexta passada, que não havia profissionais para manter a unidade em funcionamento.


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SC Transplantes é referência para todo o país na doação de órgãos


  O dia 19 de março de 2013 deve ficar marcado de vez na vida do aposentado Carlos Alberto Viana: nesta data, ele vai completar o período mais crítico do tratamento pós-operatório do transplante de rim realizado pela equipe do SC Transplantes. Neste dia, Carlos Alberto também vai completar 50 anos de idade e deve comemorar a chegada do segundo neto. “Dizem que a vida começa aos cinquenta! E a minha está começando muito bem”, comemora o paciente transplantado, que entra para as estatísticas que colocam Santa Catarina entre os estados líderes em número de transplantes e doações de órgãos e tecidos no Brasil.

Carlos ficou pouco mais de um ano na fila do transplante. Este é o tempo médio de espera apontado pelo coordenador do SC Transplantes, o médico Joel de Andrade, no cargo há sete anos. “Para cada paciente é preciso analisar as condições clínicas e a compatibilidade com o doador. Mas hoje, conseguimos estimar o tempo médio de espera na fila em um ano. À medida que realizamos os transplantes, novos pacientes entram na espera”, explica Andrade. Há 1.364 pessoas aguardando na fila no estado. Até outubro de 2012, foram realizados 886 transplantes de órgãos e tecidos no estado.

O sucesso dos transplantes em Santa Catarina é creditado pelo especialista à gestão implantada no estado com base no modelo espanhol, considerado o melhor do mundo, que foca na procura de doadores e dá condições para que os procedimentos sejam realizados com sucesso. “Tão importante quanto da decisão de cada indivíduo, de cada família (de doar órgãos) é ter na rede de profissionais de saúde pessoas com grande capacidade de tirar qualquer dúvida dos familiares: está realmente morto? O que é morte encefálica? O doador fica mutilado? Quando estas dúvidas são dirimidas por pessoas com alta capacidade técnica, a família fica livre para tomar a decisão que ache mais conveniente”, explica.

Atuação em todo estado
Esses profissionais preparados atuam em 100% dos hospitais catarinenses e são identificados como “coordenadores de transplante”. A captação de órgãos ocorre em 45 hospitais. Desses, seis realizam o transplante em Florianópolis, Tubarão, Chapecó e Joinville. Em 2013, Criciúma deve entrar na lista. Os transplantes mais comuns são de rim, fígado e córneas. Mas também são realizados em Santa Catarina os de coração, válvula cardíaca, pâncreas, esclera, válvula cardíaca, medula óssea e tecido ósteo-condro-fáscio-ligamentoso.

O resultado comemorado é o aumento de quatro vezes mais no número de doadores nos últimos oito anos. “Nós temos progressivamente crescido. Em 2004 tínhamos por volta de sete doadores por milhão na população do estado. Esse número foi dobrado em menos de um ano. E hoje já temos cerca de quatro vezes mais do que este número. Santa Catarina, nos últimos seis anos, esteve por cinco vezes no topo da lista dos doadores no país”, aponta Andrade.

A central de captação de órgão deve fechar 2012 perto dos 25 doadores por milhão, índice semelhante aos da Espanha, Croácia e Portugal. O que representa mais do que o dobro da média nacional. O trabalho realizado aqui é indicado pelo Ministério da Saúde como modelo a ser seguido por outros estados. E Já serviu de base para a implantação do sistema de doação e captação de órgãos em vários estados, como Amazonas, Pará e Acre. Os últimos a conhecerem o sistema catarinense, no mês de dezembro, foram técnicos de Minas Gerais.

Vida Nova
Mesmo após o transplante, Carlos Alberto ainda frequenta o setor de hemodiálise junto ao Hospital de Caridade em Florianópolis. Mas agora com outros objetivos. “Sempre que vou consultar, faço questão de passar por lá, cumprimentar os pacientes e dizer para eles que eu consegui o transplante e estou muito bem”. Assim como Carlos Alberto, o aposentado Nilson Roberto dos Santos, de 48 anos, comemora a recuperação do transplante de fígado, realizado há pouco mais de um ano. “Pelo acompanhamento que tive com os médicos, nutricionistas, psicólogos e enfermeiros nem senti o tempo que fiquei na fila. Parecia que não estava doente. E quando vi, eles me ligaram para fazer o transplante. E hoje, minha vida mudou, estou muito bem”, relata Nilson.

SC Transplantes
A SC Transplantes – Central de Captação, Notificação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de Santa Catarina foi criada pelo Decreto Estadual nº 553/1999 de 21 de setembro de 1999 e Credenciada pelo Ministério da Saúde em 27 de outubro de 1999 através da Portaria SAS nº 604, sendo inaugurada em 16 de dezembro de 1999.

Atualmente é uma gerência da Superintendência de Serviços Especiais e Regulação da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina que funcionando como agência executiva do Sistema Nacional de Transplantes tendo a função de coordenar as atividades de transplante em âmbito estadual, centralizando e coordenando todas as ações que envolvam captação e transplante no estado, e atuando no gerenciamento das listas únicas  de receptores de órgãos e tecidos, nos processos de captação e distribuição de órgãos e tecidos, além de formular políticas de transplantes para o estado.(Rony Ramos)

 

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