OPINIÃO DA RBS
SAÚDE: 45 DIAS DE GREVE
A greve dos servidores do sistema de saúde pública estadual completa 45 dias nesta quinta-feira. Não houve qualquer avanço nas negociações. As posições estão marcadas pelo radicalismo rançoso. E a população que se dane. Dentro de mais alguns dias, começará a chamada alta temporada de verão, que atrairá alentado número de visitantes para o litoral e demais sítios turísticos do Estado, aumentando, na proporção, a demanda por esses serviços essenciais. E nada. O sufocante calor que tem se registrado, não raro alcançando temperatura de até 40ºC, empurra mais e mais pacientes, principalmente portadores de males respiratórios, para os ambulatórios e emergências dos hospitais públicos. E nada.
Independente dos motivos que levaram os servidores à paralisação, não é justo nem lícito que a saúde e, por consequência, a vida da cidadania sejam assim ameaçadas. O corporativismo dá as cartas, e arroga-se ao direito de desafiar até mesmo determinações do Ministério Público e da Justiça. É imperativo manter um mínimo percentual de atendimento para a cidadania, que paga caro por serviços que lhes são subtraídos. Vidas estão em jogo e não é correto colocar interesses corporativos acima delas.
Mês e meio esbarrando nas portas fechadas dos estabelecimentos públicos de atendimento à saúde. O limite tolerável foi há muito superado. Em nome do povo catarinense, basta! E o que faz o governo estadual? E a prometida nomeação dos funcionários concursados para, ao menos, amenizar a situação? A única iniciativa até agora tomada foi determinar o corte do ponto dos grevistas, medida que serviu apenas para “atirar gasolina na fogueira”.
O fato é que, nesses tempos recentes, as greves nos serviços públicos das três esferas do poder – federal, estadual e municipal – têm ultrapassado o limite do suportável. Isso sugere urgência para a regulamentação do direito de greve referente a tais serviços. Se democrático e assegurado pela Constituição, o direito à greve, quando todos os meios de negociação tiverem fracassado – e no caso da intempestiva greve da saúde não houve qualquer esforço para tanto –, não deve ser exercido na contramão do bem social.
No começo da paralisação que hoje completa 45 dias, a senhora Zenilda Castanho, com a filha de dois anos no colo, teve que voltar da porta do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, onde a menina tinha uma consulta, agendada há mais de mês, com um otorrinolaringologista. Sua exclamação de desalento ainda ecoa: “Não entendo por que fazem isso com a gente!”
Governador Colombo novo convênio para Hospital São Francisco
Em audiência realizada nesta quarta-feira (5), o governador Raimundo Colombo confirmou que irá autorizar, no início de 2013, novo convênio com o Hospital São Francisco de Concórdia, no valor de R$ 1,9 milhão. O convênio atenderá projeto para aquisição de equipamentos especializados da central de hemodinâmica e para realização de exames endoscópicos do trato digestivo e eletroencefálicos. A meta é melhorar diagnósticos e atendimentos no hospital que é referência regional, ampliando sua atuação para evitar a necessidade de deslocamentos de pacientes para outros centros.
Este ano, o governo já firmou outro convênio, no valor de R$ R$ 2,5 milhões, para aquisição de um tomógrafo e mais equipamentos. O governador Colombo pretende estar em Concórdia até o final de janeiro para a entrega oficial do tomógrafo e para a inauguração das instalações adaptadas do hospital. O primeiro convênio também viabilizou a compra de aparelhagem para estabilização de pacientes na UTI cardíaca, duas incubadoras, ventiladores mecânicos para respiração artificial, raios X portáteis, equipamentos de ultrassonografia, de mamografia, arco cirúrgico, além de uma nova central telefônica.