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HEMOSC
Polícia aponta carro de onde partiu pedra
Veículo teria sido alugado em nome de um sindicato, mas servidores negam participação


O carro usado para transportar as pessoas que atiraram pedras no ônibus do Hemosc, na terça-feira, foi alugado pelo Sindicato dos Empregados de Empresas de Processamentos de Dados de SC. A informação é do diretor de Polícia Civil da Grande Florianópolis, Ilson Silva. O sindicato nega.

Na ocasião, logo no começo da greve dos servidores da saúde, uma equipe de oito pessoas viajaria a Itajaí quando o veículo foi atacado em frente ao Hospital Celso Ramos e na BR-101. O delegado contou que o carro foi identificado, descobriu-se que era alugado e, na quinta-feira, uma locadora do Bairro Estreito entregou documentos mostrando que o veículo estava com membros do SindpdSC. O diretor de Polícia Civil afirma que os responsáveis serão chamados para dar explicações e podem ser indiciados.

A greve também passa por uma disputa na Justiça. A Procuradoria Geral do Estado encaminhou à Justiça a reclamação que não está sendo atendida a liminar que obriga a manutenção de 70% dos serviços em todas as áreas. O procurador Geral, João dos Passos Martins Neto, declarou que foi pedida a fixação de uma distância mínima dos servidores parados e as unidades de saúde. O governo do Estado pediu que seja de 200 metros. Ele justificou que ocorre a intimidação de pacientes e profissionais que desejam trabalhar.

O SindiSaúde também recorreu à Justiça. A diretora financeira argumentou que as alegação da procuradoria não fazem sentido. Afirmou que foram protocolados documentos comprovando o atendimento a pacientes, que de acordo com a Secretaria de Saúde, não haviam obtido cuidados. Simone acusa o governo de tentar resolver a greve na Justiça ao invés de negociar.

Contraponto: A presidente do SinpdSC, Jeanine Silva, garantiu que não há possiblidade de envolvimento. Contou que não sabe de carro alugado e acrescentou que este tipo de decisão dificilmente seria tomada sem conhecimento dela. A diretora financeira do sindicato dos trabalhadores da saúde (SindiSaúde), Simone Hagemann, voltou a negar o envolvimento dos servidores.

felipe.pereira@diario.com.br


FELIPE PEREIRA

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ARTIGOS
A greve que nos deixa muito indignados, por Fernanda de Souza Sacavém*

M oro em Balneário Camboriú, sou doadora de sangue e participo do banco de medula óssea. Fui informada pelo Hemosc que o ônibus de coleta externa estaria em Itajaí nesta semana, então me programei para novamente doar. Observei também campanhas sendo veiculadas, falando dos estoques de sangue, que ficam prejudicados durante as festas de outubro.

Pois bem, me senti uma completa idiota. Sabem por quê? Porque logo em seguida recebi um e-mail informando que “em virtude da greve não haveria coleta externa”. Não, não me sinto idiota pela luta dos servidores, mas pelo fato de isto ter de acontecer.

O mais difícil, que é achar doadores, está acontecendo, mas se os governantes não fornecerem o mínimo de condições para os servidores trabalharem fica impossível. Sem levar em conta o fato de uma região como a de Itajaí não ter um hemocentro.

Não faço parte de nenhum partido político, não trabalho em nenhum órgão público. Só queria exercer o meu papel de cidadã. Apenas isso. No dia 30 de outubro, estava programada outra coleta em Itajaí.

Geralmente o ônibus chega por volta das 7h45min, ou seja, as pessoas que ali trabalham muitas vezes acordam às 4h, 5h da manhã.

Às 8h10min o ônibus estacionou na frente do hospital e, para nossa surpresa, havia sido apedrejado! Na saída de Florianópolis, um carro os perseguiu, colocando em risco não só os que estavam dentro do veículo, mas poderia ter causado um grande acidente.

Os funcionários comentaram que o governador havia solicitado 15 dias para apresentar propostas. Passaram-se os 15 dias e nada foi feito. O que mais me indigna é que isto não deveria acontecer. A saúde deve funcionar! Acorda, Brasil; acorda, Santa Catarina. Pedimos o mínimo, que é atenção à saúde, mas pedir isso hoje em dia é praticamente esperar por milagre!

Bem, este foi um desabafo. Infelizmente, me sinto de mãos atadas.

*Designer gráfica, pós-graduada em Design Gráfico e Estratégia Corporativa, graduanda em Ciências Contábeis

 

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