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OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Verba para tratamento

O seminário sobre álcool e drogas a ser realizado hoje na Mitra Diocesana de Joinville vai tratar, entre outros temas, da capacitação de organizações não governamentais (ONGs) para receberem recursos públicos a serem usados no tratamento de dependentes químicos. É um tema de grande importância. Joinville conta com uma rede relativamente grande de clínicas, muitas delas ligadas às diferentes denominações religiosas. No entanto, apesar da grande demanda, em especial pelo consumo de álcool e crack, a capacidade de atendimento está ociosa porque as entidades não têm recursos para bancar o preenchimento de todas as vagas. E mesmo que existam recursos públicos disponíveis, as ONGs não conseguem se habilitar devido às dificuldades burocráticas ou mesmo desconhecimento.

O encontro de hoje, organizado pelo Conselho Gestor Integrado para Assuntos da Saúde e Segurança Pública – formado por representantes do Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar – tem um painel sobre a captação de recursos. O Executivo, seja da esfera municipal, estadual ou federal, também precisa se integrar nesse esforço de ampliar as parcerias para aumentar a capacidade de atendimento dos dependentes. A demanda está grande demais para desperdiçar a participação de quem quer que seja, ainda mais em se tratando de ONGs com experiência nessa tarefa.

 

Geral

 

SAÚDE
Quando a burocracia vence a saúde


Adolescente que sofre de esquizofrenia teve uma crise e foi levado para o Hospital Regional na sexta-feira à tarde. Por causa da demora no atendimento, acabou entrando em surto e agredindo a avóUma operadora de máquina de Joinville tem trabalhado com o coração na mão nos últimos dias. Na sexta-feira, o seu filho de 17 anos, que tem esquizofrenia, entrou em crise enquanto estava na companhia da avó, que o levou até a emergência do Hospital Regional. “Eles chegaram no hospital eram 13h30 e ele só foi atendido às 18 horas”, conta a mãe, indignada.

Na unidade, segundo a operária, o jovem não foi medicado durante a espera e foi ficando cada vez mais nervoso. A crise dele se agravou a tal ponto que acabou agredindo a avó de 63 anos com socos e puxões de cabelo. Por causa dos ferimentos que sofreu na cabeça, a mulher teve que ser medicada e passar a noite na unidade, em observação. A operária conta que quando o filho finalmente foi atendido pelo psiquiatra do Regional, foi encaminhado para o Hospital Infantil, mas ao chegar lá não conseguiu que o jovem fosse atendido.

“Na recepção, chamaram uma enfermeira e ligaram para o psiquiatra do hospital para perguntar se ele tinha o encaminhamento do paciente, mas ele não tinha. Então, disseram que não poderiam me atender porque o médico do Regional não fez essa ligação prévia para ele”, lembra. Além disso, a mulher conta que a equipe do Infantil disse que não poderia internar o filho diretamente porque ele tem 17 anos. As internações direto pelo pronto-socorro do Infantil são para crianças de zero a 14 anos. Quem tem entre 14 e 17 anos deve buscar o atendimento inicial no Regional e, se houver necessidade de internação, o paciente é encaminhado para o Infantil.

Depois do que ocorreu no fim de semana, ela está o tempo todo preocupada, porque tem medo que o filho tenha outras crises. Mas precisa trabalhar, porque, além do rapaz de 17 anos, tem outras duas filhas adolescentes para sustentar. Todos os dias, a operadora sai de casa para trabalhar às 12h30 e só volta às 23 horas. Precisa que o jovem fique na casa da avó, que ainda está debilitada pela agressão. “A minha família depende de mim”, afirma. Apesar de ter plano de saúde, nenhum dos hospitais particulares de Joinville conta com ala psiquiátrica. “Eu sei que agora ele vai precisar de acompanhamento médico pelo resto da vida”, diz, angustiada por querer um atendimento adequado para o filho.

Diagnóstico

O filho da operadora de máquina foi diagnosticado com esquizofrenia em fevereiro deste ano. “Ele era um menino normal, que gostava de jogar bola e videogame”, conta. Agora, segundo a operadora de máquina, o filho está cada vez mais fechado e não quer mais frequentar a escola. Segundo ela, porque ele sofria bullying dos colegas de turma.

 


SAÚDE PÚBLICA
OS do Regional terá de esperar
Licitação sairá apenas se o Estado reverter disputa judicial pelo Samu

O impasse jurídico que hoje anula a concorrência pela qual o governo estadual entregou a gerência do Samu a uma organização social (OS) tem reflexos sobre um hospital de Joinville: o Regional Hans Dieter Schmidt, antes prestes a passar pela mesma mudança. O secretário da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, reconheceu ontem que o edital de concorrência para o Regional será lançado apenas se o Estado conseguir reverter a situação judicial do Samu.

Em 21 de maio, quando Dalmo conversou com funcionários do Regional sobre a mudança, a previsão de lançamento do edital era fim de julho ou início de agosto. Acabou adiada para a última segunda-feira e está sem data.

“O edital está pronto, mas com essa discussão, o mais prudente é aguardarmos. Não faria sentido lançar agora para ele [o edital] ser alvo de ação parecida. É o mesmo modelo, o mesmo processo. O risco é grande”, afirmou. A Procuradoria-geral do Estado deve recorrer da decisão do Tribunal de Justiça de SC, que manteve no dia 20 a liminar da Justiça de Florianópolis sobre o Samu.

Diretor do Regional, Renato de Almeida Castro diz que a decisão compete ao governo e não será contestada. “É uma política de governo, não me cabe analisá-la”, disse. Ele afirma que continua a falta de pessoal que prejudica o funcionamento do hospital.

A contratação emergencial de médicos permitiu a reabertura de dez dos 20 leitos de UTI, mas faltam cinco para fechar a escala do pronto-socorro. Significa que, em turnos no fim de semana, a unidade continuará sem atendimento. Em 17 de maio, servidores organizaram protesto para se dizerem contrários à gestão por OS.

Dalmo preferiu não adiantar pré-requisitos que serão pedidos aos candidatos a gerir o Regional. Hoje, há pelo menos dez entidades “qualificadas” para atuar na rede que poderiam concorrer.

Entre elas, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, vencedora da licitação para o Samu em abril; e o Hospital Nossa Senhora das Graças, que administra o Hospital Infantil Jeser Amarante Faria desde a inauguração, em 2009.

Em meio aos motivos que levaram o juiz Luiz Antonio Fornerolli, da Capital, a suspender a concorrência do Samu no dia 13 por liminar, a pedido do Ministério Público, estava um alegado mecanismo usado na intenção de “ludibriar” a fiscalização de instituições públicas (veja quadro). Em Joinville, o MP nunca ingressou com ação similar sobre o Infantil.

 


Joinville sedia seminário sobre álcool e drogas

A Secretaria de Saúde de Joinville vai promover, na próxima quarta-feira, um seminário regional sobre álcool e drogas. O tema central do encontro será: “A Política de Álcool e Drogas nas três esferas de governo: em busca de soluções”. O evento será realizado no auditório da Mitra Diocesana, o dia todo.

Programação

• 9 horas - Debate com o juiz Alexandre Karazawa Takashima, o psicólogo Décio Castro Alves, o psiquiatra Allan Índio Serrano e a psicóloga Sandra Lúcia Vitorino.

• 13h30 - Palestra sobre a rede de atenção em Joinville.

• 15h30 - Palestra sobre a captação de recursos e a política de enfrentamento ao crack e outras drogas.

 

 


 

 

 


Participação
De toda a movimentação no pronto-socorro do Hospital São José, os motociclistas respondem por 4,5%. Só que há uma diferença: esse tipo de vítima de acidentes de trânsito geralmente demanda internação, cirurgias e fica mais tempo internado devido à necessidade de mais tempo de recuperação.

Os acidentes de trânsito envolvendo todo tipo de veículo representam 7% da movimentação no PS do São José. Dentro desse total, mais da metade tem motociclistas envolvidos.


Fila da dermatologia
Alegando que há outros setores mais “problemáticos”, a Justiça negou liminar ao Ministério Público em pedido para zerar a fila de consultas em dermatologia em Joinville. O MP alegou que o tempo médio de espera é de cinco meses. Mas casos mais urgentes são atendidos em até 30 dias.

 

 

Visor

 

NAVALHA NA CARNE
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (Cremesc) puniu três profissionais que exerceram a cirurgia plástica de forma inadequada, sem especialização. Um teve o diploma cassado, outro suspenso por 30 dias e o terceiro foi submetido a uma censura pública. Eles atuavam, respectivamente, em São José, Florianópolis e Balneário Camboriú. Acesse
www.diario.com.br/visor e saiba mais detalhes

 

 

Diário do Leitor

 

Saúde às avessas
Solicitei uma ambulância ao Samu e fiquei mais de 11 minutos explicando a gravidade do caso e o atendente me disse: não posso mandar uma ambulância, pois a paciente não corre risco de morte.

O Corpo de Bombeiros, em menos de três minutos, estava se locomovendo para o endereço solicitado e sabendo tudo o que acontecia, chegando ao local em cerca de 10 minutos.

 

Alexandre C. Bion
Florianópolis

 

 

 

Colunista Cacau Menezes

 

TOQUES
- MÉDICOS – Será no dia 24 de agosto (sexta-feira), no Hotel Maria do Mar, em Florianópolis, a posse da nova diretoria do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) gestão 2012-2015. A eleição, ocorrida em junho, reconduziu o médico anestesiologista Cyro Veiga Soncini à presidência da entidade.

 

 

 


Impasses na abertura do Hospital de Biguaçu
Audiência. Assunto foi discutido na tarde desta terça-feira na Câmara de Vereadores

Os mais de R$ 16 milhões gastos até agora no Hospital de Biguaçu poderão ser insuficientes para que a unidade comece a funcionar ainda este ano, conforme programado pela administração municipal. O assunto foi debatido na tarde desta terça-feira, 21, durante audiência pública na Câmara de Vereadores do município.

Conforme a diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt, o projeto, após passar por duas reformulações, foi aprovado em março deste ano. Apesar disso, ela salientou que a obra foi executada de acordo com o aprovado. “Para que o hospital comece a funcionar ele teria que passar por diversas adequações. A maneira como ele foi construído, não está em conformidade com o que foi aprovado, é preciso que seja feito uma reforma”, afirmou a diretora, lembrando que  a intenção da vigilância que o hospital seja colocado no chão, queremos que ele passe por reformas”.

Para a presidente da WFO (Organização Mundial de Saúde), Daisi Weber Kusztra, a situação do hospital é muito mais difícil. Além dos problemas de comunicação com a administração, a presidente alega não ter conhecimento do novo projeto que foi apresentado e aprovado pela Vigilância Sanitária. “Se existe outro projeto, não sabemos. Mas temos direitos autorais sobre o nosso projeto e o prefeito sabe disso”, afirmou ela, dizendo sentir-se traída, pois trabalhou ativamente para que o projeto fosse aprovado pela organização.

Prefeitura diz estar aberta ao diálogo

O secretário de Saúde de Biguaçu, Leandro Adriano de Barros, diz entender que o melhor caminho para que os impasses sejam solucionados seja o diálogo. “A prefeitura sempre esteve aberta para negociações. Agora que a representante da WFO está disposta a conversar sentaremos e resolveremos todas as pendências sempre resguardando o interesse público”, afirmou o secretário.

Ainda de acordo com o secretário, o Governo Estadual, através da SDR (Secretaria de Desenvolvimento Regional) da Grande Florianópolis, liberou R$ 2,5 milhões para as obras externas e finalização da parte interna do hospital. “Faremos as obras do lado de fora e finalizaremos o que ainda está pendente no hospital, como o centro cirúrgico, por exemplo”, concluiu.