OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Ativação de leitos
A ativação de leitos nos hospitais São José e Regional, embora motivo de comemoração, mostram as dificuldades do poder público em ampliar a capacidade de atendimento hospitalar na saúde pública. Um estabelecimento é administrado pelo município, outro pelo Estado e os problemas se arrastavam desde os respectivos governos anteriores. Em resumo, os dois episódios mostram que não dá para responsabilizar uma só administração, ao contrário do que seguidas campanhas eleitorais tentam demonstrar – quem está no poder, costuma esquecer o quanto foi crítico no passado; quem hoje está na oposição, adota um discurso terra arrasada do qual já foi vítima.
O quarto andar do São José chegou a ter promessa de inauguração em 2008. Depois, em 2010. Só agora o setor está sendo integralmente ativado. Parte dos leitos da unidade de tratamento intensivo do Regional fecha de forma recorrente, geralmente por falta de pessoal. Hoje, os dez leitos desativados voltam a receber pacientes, dobrando a capacidade da UTI do hospital estadual. Antes de pensar em expansão, fazem melhor as autoridades em manter as estruturas já existentes e concluir as obras já iniciadas. Ainda que muitas vezes o debate eleitoral cobre soluções grandiosas, fica difícil acreditar em grandes promessas em um cenário de dificuldades para manter o que já existe.
RANKING DE MÉDICOS
Joinville não vai bem em ranking de médicos cadastrados para atendimento pelo SUS. Entre as 19 cidades brasileiras com população entre 400 mil e 700 mil habitantes, Joinville fica apenas em 14º. A comparação foi feita pela coluna por meio das tabelas de recursos humanos do Datasus, disponíveis na internet. Entre as cinco cidades com menor número, três delas (Belford Roxo, São João de Meriti e Mauá) fazem parte de regiões metropolitanas. As outras duas são Vila Velha (ES) e Contagem (MG). Conforme o Datasus, Joinville tem 661 médicos atendendo pelo SUS. E no passado, antes do reajuste concedido pela Prefeitura, dezenas de profissionais pediram demissão. Com o aumento, houve recomposição do quadro, embora ainda existam vagas em aberto na rede municipal – e também na estadual.