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SAÚDE
SC lidera ranking de doadores
Estado tem a melhor média do País, com 26,9 por milhão de habitantes

Os mitos que Nilson Roberto dos Santos, 48 anos, tinha sobre transplante de órgãos desapareceram quando ele se viu na fila de espera por um fígado, há dois anos. “Tinha conhecimento sobre transplante, mas pensava muito diferente. Todo o processo é feito de forma clara e transparente. Toda a minha família ficou mais consciente e agora todos são doadores”, conta.

Sensibilizada pela experiência e feliz com a cirurgia bem-sucedida, a família do catarinense agora engrossa o número de possíveis doadores. Este tipo de solidariedade faz com que o Estado se mantenha no topo do ranking de doadores no País. Nos primeiros quatro meses do ano, Santa Catarina teve 26,9 doadores por milhão de habitantes, quase o dobro do índice nacional.

Depois de uma leve queda em 2010, a saúde catarinense avançou no ranking no total de transplantes de órgãos, fechando 2011 com 25 doadores por milhão de habitantes. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, SC aumentou em 29% este tipo de cirurgia no sistema público. Em números, apenas pelo SUS, foram 277 transplantes nos quatro primeiros meses de 2012, ou seja, são 63 procedimentos a mais do que no mesmo período no ano passado.

Para o coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, os números refletem os investimentos na preparação dos profissionais que trabalham diretamente na abordagem da família e no acompanhamento do potencial doador.

Segundo ele, o número de negativas no Estado é baixo exatamente pela preparação em todo o processo. São 46 equipes que trabalham com transplante, uma central e três organizações de procura de órgãos. “Muitas famílias sentem-se sensibilizadas a fazer parte de uma sociedade solidária.”

 

 

 

 

PORTAL | Jefferson Saavedra

QUANTOS SÃO OS LEITOS?
A Justiça pediu informações à Prefeitura e ao governo do Estado sobre o número de leitos de Joinville. Também é para dizer quantos são de UTI. A solicitação faz parte de processo envolvendo ação do Ministério Público de Santa Catarina que cobra mais estrutura na rede hospitalar da cidade, em especial no Regional Hans Dieter Schmidt. A solicitação foi feita no início da semana. No final do ano passado, em mesma ação, não foi concedida liminar ao MP, que cobrava a reabertura de leitos então fechados no hospital estadual. Naquele momento, foi entendido como interferência na administração estadual determinar mais leitos em Joinville. Agora, está sendo analisado o mérito da ação, e os dados sobre os leitos deverão ser usados na sentença

 

 

 


SAÚDE SOLIDÁRIA
Santa Catarina avança na realização de transplantes
Estado tem a melhor média de cirurgias do país, com quase 27 doadores para cada milhão de habitantes, segundo o SUS

Os mitos que Nilson Roberto dos Santos tinha sobre transplante de órgãos desapareceram quando ele se viu na fila de espera por um fígado, há dois anos. Sua família, sensibilizada pela experiência e feliz com a cirurgia bem-sucedida, agora engrossa a lista de possíveis doadores. Este tipo de solidariedade faz com que Santa Catarina se mantenha no topo do ranking de doadores no país.

Nos primeiros quatro meses de 2012, o Estado teve 26,9 doadores por milhão de habitantes, quase o dobro do índice nacional (13,6). É a melhor média entre os estados do Brasil.

Depois de uma leve queda em 2010, a saúde catarinense avançou no ranking no total de transplantes de órgãos, fechando 2011 com 25 doadores por um milhão de habitantes. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, Santa Catarina aumentou em 29% este tipo de cirurgia no sistema público. Em números, apenas pelo SUS foram 277 transplantes no quadrimestre.

Segundo o coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, os números refletem o trabalho dos profissionais que lidam com a família e o potencial doador.

– Muitas famílias sentem-se sensibilizadas a fazer parte de uma sociedade solidária. Isso contribui para o número de transplantes – explica.

Nilson, 48 anos, é um dos catarinenses salvos pelo sistema da solidariedade. Vítima de complicações de uma hepatite C, ele foi o primeiro paciente transplantado de fígado do Estado, e hoje só tem elogios ao atendimento do Hospital Universitário.

– Tinha conhecimento sobre transplante, mas pensava muito diferente. Todo o processo é feito de forma clara e transparente. Toda minha família ficou mais consciente e agora todos são doadores – conta Nilson.

caroline.passos@diario.com.br

CAROLINE PASSOS

 

 

 

SAÚDE SOLIDÁRIA
Trabalho é resultado de longo prazo
Joel de Andrade Coordenador da SC Transplantes

Segundo o médico Joel de Andrade, a posição do Estado no cenário nacional de transplantes é fruto da política iniciada em 2005

Diário Catarinense – Qual é o segredo para manter o Estado na liderança em transplantes?

Joel de Andrade – Nos inspiramos no modelo espanhol, que é líder no número de transplantes há 20 anos. Desde 2005, montamos uma boa estrutura de busca de doadores, focada no atendimento à família do doador. Nos principais hospitais do Estado há um grupo de profissionais que acompanha desde o diagnóstico de morte encefálica até o momento delicado da entrevista com a família. Para aprimorar o atendimento, estes profissionais fizeram um curso para conversar com as famílias com muita empatia, para ajudá-las neste momento. A qualificação deste grupo e de outros profissionais dos hospitais é muito importante.

DC – Há projetos para difundir a experiência em outros estados?

Joel – Estamos acompanhando o trabalho em outras regiões do Brasil, como o Amazonas, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraná, além do Acre e do Pará. Outros estados também nos chamaram para ouvir sobre a nossa experiência.

DC – O que falta para melhorar?

Joel – Podemos melhorar, há outros lugares do mundo com bons resultados. Ainda podemos avançar na manutenção do potencial doador. Em 2011, implantamos um manual operacional de diretrizes do potencial doador para ser usado nos hospital de Santa Catarina. Este ano, estamos percorrendo o Estado para melhorar o uso dessas diretrizes e consolidá-las.