HOSPITAL DO CÂNCER
Novas alas e mais atendimentos
A partir de segunda-feira, o Cepon passa a atender o público 24 horas por dia, dobrando a capacidade de consultasA partir de segunda-feira, o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), conhecido como o Hospital do Câncer de SC, passará a funcionar 24 horas por dia com a abertura de um pronto-atendimento, de um centro cirúrgico de pequeno porte e uma unidade de internação com 36 leitos.
As obras já eram esperadas há três anos e o investimento é de R$ 10 milhões. A capacidade de atendimento passa de três para seis mil mensais. A inauguração oficial, com a presença do governador Raimundo Colombo, acontece hoje, às 10h, no Bairro Itacorubi, sede do hospital (Rod. Admar Gonzaga, s/nº, (48) 3331-1432.
Com uma área construída de 13 mil metros quadrados – equivalente a duas praças XV de Novembro – o Cepon é o único centro para tratamento de câncer público do Estado. Apesar de a estrutura ter sido entregue pelo Estado em 2001, o hospital ainda está em construção e não tem data definida para a entrega total. A diretora geral, Maria Teresa Schoeller, explica que os investimentos foram distribuídos em três etapas. Hoje, se entrega a segunda:
– Em 2005 passou a funcionar o ambulatório e a radioterapia. A partir de segunda-feira passa a funcionar o centro cirúrgico ambulatorial (para pequenos procedimentos, como colocação de catéter e biópsias), os 36 leitos e um pronto-atendimento. Para a terceira e última etapa ainda não temos prazo para entrega e envolve o centro cirúrgico de grande porte e a UTI.
Com a inauguração desta segunda etapa, o tempo de espera para tratamento continua o mesmo, 21 dias. A diferença é que ele passa a atender 24 horas por dia e os pacientes não precisarão mais sair do Cepon para fazer pequenas cirurgias.
– Lembro que ambos os serviços que serão inaugurados são direcionados aos pacientes já cadastrados e que estão em tratamento – ressalta.
aline.rebequi@diario.com.br
ALINE REBEQUI
ANÚNCIO
Hepatite C será tratada pelo SUS
Dois remédios para tratamento da doença estarão disponíveis no sistema público de saúde em 2013
Duas medicações contra a hepatite C estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2013, conforme anunciou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
De acordo com o ministério, os medicamentos Telaprevir e Boceprevir têm 80% de eficácia e irão beneficiar 5,5 mil pacientes, portadores de cirrose e fibrose avançada. No total, 26,6 mil pessoas estão em tratamento contra hepatite B e C pelo SUS no país.
– Estamos dando um passo decisivo no combate às hepatites virais, com a introdução desses medicamentos no SUS – disse Padilha.
O ministro destacou, ainda, a importância de ampliar o diagnóstico. Nesse sentido, o governo pretende aumentar o acesso a testes rápidos para diagnosticar hepatites. No ano passado, foram realizados 30 mil testes. Até julho deste ano, já foram feitos mais de 400 mil testes.
Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa realizada em Brasília na tarde de ontem, marcando o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho, e o lançamento da campanha de combate às hepatites virais, com ações de diagnóstico e prevenção, além de metas para o enfrentamento dessas enfermidades. Foram apresentados também os números mais recentes de hepatites virais no Brasil.
BRASÍLIA
Alguns números da doença
- Houve queda de casos de hepatite A, à medida que melhoram as condições sanitárias no país.
- Há um predomínio da hepatite B na faixa etária dos 20 aos 24 anos. A principal forma de transmissão da doença é via sexual.
- São registrados 14 mil casos por ano de hepatite B e 500 mortes. A Região Sul tem a maior incidência da doença.
- A vacina contra a hepatite B, recomendada a pessoas com até 29 anos, é a melhor forma de prevenir a doença. Desde 1998, mais de 70 milhões de brasileiros foram vacinados, o que representa 75% de cobertura vacinal.
- A hepatite C é responsável por 80% das hepatites crônicas. Pessoas com mais de 40 anos são as mais atingidas.
GRIPE A
Ministro descarta epidemia
“Não há epidemia nem risco de epidemia de H1N1 no Brasil ou nos Estados do Sul”, voltou a afirmar o ministro Alexandre Padilha (Saúde) na tarde de ontem.
Ele já havia negado uma epidemia na semana passada. O ministro disse que a situação epidemiológica deste ano é “absolutamente diferente” da que existiu durante a epidemia mundial em 2009. E destacou que o Brasil atingiu a meta de vacinação contra a gripe este ano, o que, segundo ele, não ocorreu em outros países.
Padilha afirmou, ainda, que o ministério vai enviar vacinas aos estados que demandarem reforços, mas apenas para a vacinação dos grupos de risco definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e seguidos pelo Brasil.
Ele destacou que a principal tarefa, no momento, é oferecer o medicamento oseltamivir (conhecido como Tamiflu, antiviral usado no tratamento da doença), o mais rápido possível para os grupos de risco e para pessoas que estejam fora do grupo de risco, mas em cidades onde há comprovação de circulação do vírus H1N1.
BRASÍLIA
GERAIS
Combinação pode aumentar sobrevivência
A primeira pesquisa clínica em oncologia, realizada de forma independente da indústria farmacêutica no Brasil, constatou que o uso combinado de duas drogas eleva em três meses e meio o tempo médio de sobrevivência de pessoas com casos graves de câncer de pulmão. Segundo o pesquisador Carlos Gil Ferreira, do Inca (Instituto Nacional de Câncer), isso deve levar a uma mudança nas diretrizes de tratamento da doença
MOACIR PEREIRA
Câncer: enfim, o novo hospital
Inaugurado em 2005, o novo prédio do Centro de Pesquisas Oncológicas vai contar, finalmente, com um hospital para tratamento de câncer. Nos últimos sete anos, por falta de recursos e de vontade política, o amplo prédio situado na rodovia Admar Gonzaga, em Florianópolis, permaneceu com imensas áreas vazias e equipamentos encaixotados à espera de providências.
Nomeada há quatro meses para a Diretoria Geral do Centro, a médica Maria Tereza Evangelista Schlosser, uma das primeiras pesquisadoras em pesquisas oncológicas, assumiu o cargo com a determinação de abrir o hospital, sonho dos profissionais da medicina e da saúde. Com o aval da nova direção da Fundação de Apoio ao Hemosc e Cepon (Fahece) e com a liberação de R$ 10 milhões pelo governador Raimundo Colombo, reuniu a equipe, motivou os funcionários e fez acontecer. Tirou das caixas, camas e equipamentos importados, completou as obras e contratou 142 novos funcionários (médicos, enfermeiros, assistentes).
O Hospital Vilson Kleinubing começa a operar agora com 38 leitos de internação em oncologia, mais oito leitos de internação, raio X e dois aparelhos de ultrassonografia. Já conta com mamografia e tomografia computadorizada de última geração.
Para o pleno funcionamento do hospital, com 78 leitos, contudo, o Cepon precisa de mais R$ 14 milhões. Instalará mais 34 leitos, um centro cirúrgico e 4 salas de UTI, tudo no primeiro andar, área com 6 mil m², há sete anos totalmente ociosa à espera de obras.
O Cepon é uma unanimidade entre os milhares de pacientes que por ali passaram. Pelo nível do tratamento e pelo atendimento humano de seus servidores. Ali, todos vestem a camisa da causa.
DADOS
O Centro tem dados animadores e preocupantes. Positivos são os índices de recuperação. Mais de 70% das pacientes com câncer de mama tiveram sobrevida. De igual, homens com câncer de próstata. As taxas de resolução são semelhantes às do Canadá e da Austrália, onde a incidência da doença é tardia, entre 50 e 65 anos.
Estatística preocupante: mais de 2,5 mil casos novos de câncer dão entrada no Cepon todos os meses. O atendimento é de 4 mil pacientes mensais, sendo 60% da Grande Florianópolis e 40% do interior do Estado. Além dos serviços de quimioterapia o Cepon contabiliza 7 mil procedimentos radioterápicos, com equipamentos iguais ao do Sírio Libanês de São Paulo. As prescrições médicas são precisas e informatizadas. Os medicamentos aplicados, transportados por correias.
Sonho do extraordinário e saudoso médico Alfredo Daura Jorge, pioneiro no Brasil em pesquisa oncológica, o Cepon mantém-se como referência nacional desde 1974.Para concretizar o sonho do criador, dos diretores e servidores e dos pacientes, agora só falta o governo concluir o novo hospital.