OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Ativação do 4º andar
A ativação dos leitos do quarto andar do Hospital Municipal São José é motivo de comemoração pelo reforço à saúde pública de Joinville. Ganha mais importância ainda porque se trata de ampliação da capacidade de atendimento na rede hospitalar, um dos mais expressivos gargalos da rede. Apesar do momento festivo, não se pode ignorar a demora para a entrega do espaço para 30 leitos, a serem ativados de forma gradativa: é inconcebível que a obra tenha se arrastado por tanto tempo, com as primeiras promessas de inauguração surgidas ainda em 2008. Agora, com a conclusão do quarto andar, serão concentrados esforços na conclusão do Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, outro importante investimento para ajudar a desafogar a demanda no hospital municipal. É outro exemplo de atraso.
Com a campanha eleitoral perto de começar e as pesquisas apontando a saúde como a grande preocupação dos eleitores de Joinville, é natural que o setor receba espaços generosos, com promessas arrebatadoras. É aconselhável se debruçar sobre como evitar que as obras não se arrastem por tanto tempo, mesmo com a garantia de repasses financeiros. É uma forma de evitar atrasos e decepções, agora felizmente no passado, como as causadas pela ampliação do São José. Que o quarto andar ajude o hospital a enfrentar a demanda com fôlego.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Alívio para a superlotação
Hospital São José reabre o 4º andar e promete etapa do Complexo Ulysses Guimarães até dezembro. Isso representa mais leitos e menos filas de macas nos corredores do pronto-socorro da unidade
Depois de seis anos de espera, os corredores do quarto andar do Hospital Municipal São José, em Joinville, voltaram à ativa ontem. A primeira paciente, Solange Goedert, chegou ao quarto por volta das 21h30. É o fim de uma novela para desafogar o pronto-socorro, já que agora os pacientes que passam pelo local poderão ser encaminhados para o quarto andar e não ficarão mais em macas no corredor.
A previsão era de que o setor entraria em operação pela manhã, mas foi à noite que a direção encaminhou uma paciente.
Durante a abertura, o diretor-geral do hospital, Armando Lorga, prometeu outra medida para amenizar a superlotação no pronto-socorro: agilizar as obras do Complexo Ulysses Guimarães. “Até o fim do ano, será entregue a etapa do pronto-socorro, que vai representar a abertura de 25 leitos de internação e 24 leitos do setor de estabilização”, destacou Lorga.
O assunto foi lembrado pela promotora Simone Cristina Schultz, que esteve na unidade para se certificar de que o espaço está em condições de entrar em funcionamento. “Pelo que pudemos verificar, o espaço está de acordo com as especificações, falta apenas a climatização, mas a direção diz que está providenciando a licitação para a instalação do ar-condicionado”, disse a promotora.
Lorga ressaltou que a Vigilância Sanitária acompanha as obras e aprovou as instalações. Ainda assim, o Ministério Público vai solicitar que esta aprovação seja formalizada, para evitar que possíveis irregularidades interfiram no atendimento.
Neste primeiro momento, sete leitos foram liberados. Hoje, mais oito devem estar disponíveis. E até o fim de julho, a expectativa é de que todos os 30 leitos do quarto andar estejam prontos para receber os pacientes.
O quarto andar é destinado a pacientes que estejam em período pré e pós-operatório. Por enquanto, os 15 leitos iniciais funcionarão com camas cedidas pelo Hospital Dona Helena e profissionais de outros setores.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Ainda faltam camas e novos funcionários
Os 30 leitos previstos para o quarto andar não foram liberados em sua totalidade porque a direção ainda depende da entrega de novas camas e da contratação de mais profissionais. Eles já foram aprovados no último concurso, mas o resultado deve ser homologado apenas nos próximos dias. A novela do quarto andar começou em 2006, quando o espaço ficou vazio depois que a ala de pediatria foi transferida.
Para reformar o local, entre 2007 e 2008, obras no valor de R$ 500 mil foram feitas, mas irregularidades apontadas pela Vigilância Sanitária impediram a inauguração. Mais R$ 496,5 mil foram investidos em 2010 e um aditivo de R$ 20 mil foi feito a pedido da empreiteira. Houve paralisação nas obras em 2010 porque a empresa pediu mais R$ 135 mil para adequar os trabalhos aos pedidos da Vigilância Sanitária.
Pela última previsão feita pela direção, a obra deveria ter sido inaugurada em dezembro de 2011, mas discussões sobre o valor e a necessidade de aprovação de aditivos acabaram atrasando a execução, que só foi concluída agora. “Foi gasto em torno de R$ 1 milhão com estrutura física, compra de camas e equipamentos”, afirma o diretor executivo do hospital, Fabrício Machado.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
MP de olho nos postos de saúde
A priorização das obras de reforma para reabertura do quarto andar do São José era uma das reivindicações do Ministério Público para melhorar o atendimento de saúde do município. Agora que o espaço foi reaberto, o Ministério Público está de olho na regularização dos pronto-atendimentos, que enfrentam problemas estruturais e de falta de pessoal.
De acordo com a promotora Simone Schulz, o Ministério Público de Santa Catarina e o Ministério Público Federal propuseram ao município um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que estabeleceria prazos para a regularização dos cinco PAs da cidade – Norte, Sul, Leste, Pirabeiraba (PS do Hospital Bethesta) e o PA do próprio Hospital São José. Mas, de acordo com a promotora, até o momento o documento não foi assinado pela Prefeitura.
“Se até o início da semana que vem o município não assinar o documento, se comprometendo a solucionar estas questões, vamos ingressar com uma ação civil pública na Justiça Federal”, antecipa a promotora Simone.
Segundo o procurador-geral do município, Naim Tannus, a Prefeitura só recebeu a minuta do TAC na terça-feira. Ela será analisada e encaminhada à Secretaria de Saúde. Mas Naim antecipa que o município está disposto a fazer o possível para cumprir as exigências propostas.
GRIPE A
Lacen confirma terceiro caso em Joinville
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) confirmou ontem o terceiro caso de gripe A em Joinville. É de uma gestante de 40 semanas. Ela estava internada no Hospital São José e já está sendo tratada há quatro dias – não há mais risco de contágio. Ontem, a mulher foi transferida para a Maternidade Darcy Vargas, onde passou por avaliação. O estado de saúde dela é considerado bom.
Mais prazo
Em recurso do Estado, o TJ esticou de 30 para 60 dias o prazo para a Prefeitura de Joinville e o governo do Estado apresentarem plano para acabar em até um ano a fila por exames de ultrassom na cidade. O recurso queria a suspensão da medida. É a primeira ação da leva recente de ações do MP analisada pelo TJ.