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GRIPE A
Confirmado 1º caso em Joinville
Vigilância registrou 8 exames positivos em Santa Catarina só neste ano

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) confirmou ontem mais três casos de contaminação pelo vírus H1N1 (gripe A). Os novos registros ocorreram em Joinville, Brusque e Florianópolis. Com estes, chega a oito o número de casos confirmados no Estado em 2012.

Entre os catarinenses que contraíram o vírus este ano, há de bebês a adultos com mais de 50 anos. A média de idade, segundo a Vigilância Epidemiológica, é de 30 anos.

O resultado que gera alerta para a necessidade de grupos de risco aderirem à campanha de vacinação contra influenzas, em andamento até o dia 25 no País, foi entregue ontem pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-SC) à Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a secretaria, o joinvilense que contraiu gripe A tem 43 anos e mora na zona Leste. Ele apresentou sintomas de síndrome respiratória aguda grave no dia 9. Chegou a ficar internado por um dia, em observação, em um hospital particular da cidade, mas já recebeu alta e está trabalhando normalmente. Desde janeiro, foram seis casos suspeitos na cidade e apenas este confirmado.

Dois fatores no caso chamam a atenção: o homem contou à Saúde não ter tido contato com pessoas doentes e nem viajado. Ele também recebeu a vacina contra as gripes A, B e sazonal, oferecida pela empresa em que trabalha. Mas apresentou os sintomas uma semana após receber a dose. Isso porque a vacina leva duas semanas para fazer efeito, lembra a gerente da Vigilância em Saúde de Joinville, Rosilei Baade Weiss.

Campanha de imunização

Até sexta-feira, a Saúde calculou ter imunizado 32% das mais de 63 mil pessoas da meta em Joinville – idosos com mais de 60 anos, crianças de seis meses a dois anos e grávidas. O grupo mais reticente à vacinação continua o das gestantes, as mais vulneráveis às gripes, segundo Rosilei.

Os oito casos já somam mais ocorrências do que em todo o ano passado, quando a Vigilância Epidemiológica registrou cinco exames positivos. Este ano também já foi registrada uma morte por gripe A. Uma menina de dois anos morreu, em Itajaí. A causa da morte foi confirmada pela Vigilância na terça-feira. No ano passado não houve nenhuma morte decorrente da doença.

  


JUSTIÇA
Paciente com plano não pode ocupar leito do SUS

O TJ de São Paulo negou recurso do governo contra liminar que suspendeu os efeitos da lei que permite ao governo destinar até 25% dos leitos públicos ao atendimento de pacientes de planos de saúde. A aplicação da lei continua inválida até que seja julgado o mérito da ação.

 

 

 


GRIPE A
Mais três casos são confirmados
Chega a oito o número de doentes em SC este ano, ultrapassando os registros de 2011

Três novos casos de gripe A foram confirmados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado ontem à tarde. Os registros ocorreram em Brusque, Joinville e Florianópolis. Com estes, chega a oito o número de confirmações de contaminação pelo vírus H1N1 em Santa Catarina este ano. O Estado também já registrou um óbito, no dia 5 de maio, em Itajaí.

O número de casos já ultrapassa o total de registros de 2011, quando houve cinco notificações de gripe A, e nenhuma morte. Ao que tudo indica, o vírus H1N1, que causou uma pandemia em 2009 (com 559 casos e 69 mortes), voltou a circular.

Uma conjunção de fatores teria colaborado para isto, segundo a pesquisadora Regina Célia Santos Valim, da Univali, que estuda doenças infecciosas e parasitárias. Entre eles, a demora para o início da campanha nacional de vacinação.

– Provavelmente, uma diminuição da temperatura mais cedo do que em outros anos facilitou a circulação do vírus. O ideal era que se iniciasse a vacinação mais precocemente, entre o fim do verão e o início do outono – defende.

Ao contrário de outros anos, quando a vacinação contra a gripe iniciava entre os meses de março e abril, desta vez as vacinas começaram a ser aplicadas em 5 de maio. O atraso do laboratório responsável pela entrega das vacinas ao Ministério da Saúde teria sido a causa da demora, segundo Luciana Amorim, gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado.

Embora acredite que o ideal seria começar a vacinar mais cedo, Luciana não acredita que seja esta a explicação para o aumento no número de casos em relação ao ano passado. A maioria das pessoas que contraíram o vírus H1N1, até agora, não faz parte dos grupos que são alvo da imunização. Os pacientes de gripe A em SC têm de sete meses a 53 anos, e a média de idade é de 30 anos.

– O importante é que as pessoas que estão incluídas na campanha de vacinação não deixem para a última hora. Há muitos municípios onde a procura ainda está baixa – alerta Luciana.

Enquanto cidades como Tubarão e Nova Itaberaba estão perto de 100% de imunização, muitos municípios ainda estão abaixo da média estadual, que é de 47,65%. Em Blumenau, até ontem 42% da população-alvo da campanha havia sido vacinada. Muito próximo de Itajaí, que atingiu 42,3% da meta até agora.

Além da vacinação, Luciana lembra que é importante evitar locais fechados e reforçar as medidas de higiene para prevenir a contaminação. E, caso apresente sintomas como febre e tosse, deve-se procurar uma unidade de saúde.

Além do vigor físico e do bom humor, Alice Noronha e Mário Conceição têm algo em comum. Os dois têm mais de 60 anos – ele 64 e ela 83 – e, como outras pessoas da mesma faixa etária, precisam renovar todo ano a vacina contra o vírus Influenza, o causador da gripe. Ontem pela manhã, os dois foram a um ambulatório em Blumenau tomar mais uma dose da vacina.

dagmar.spautz@santa.com.br

DAGMARA SPAUTZ | Itajaí
14 dúvidas mais frequentes
Quem deve se vacinar?

Pessoas com 60 anos ou mais, crianças de seis meses até completar dois anos, gestantes, indígenas, profissionais da área da saúde e pacientes com doenças crônicas, como respiratórias, cardíacas, HIV, câncer e diabetes.

Protege da gripe A?
Sim. A vacina é trivalente e estimula a produção de anticorpos contra os vírus Influenza H3N2 (gripe comum), H1N1 (gripe A) e Influenza B.
O que define a gripe comum? Qual a diferença da gripe A e do resfriado?
Tanto a gripe quanto o resfriado têm coriza, irritação na garganta, picos de febre e espirros. Na gripe, o paciente sente mal-estar e dor no corpo. No caso da gripe A, os sintomas são os mesmos, mas os efeitos são mais intensos e aparecem mais rapidamente. Também provoca falta de ar e afeta o estômago.

Quanto tempo dura a vacina?
Em adultos saudáveis, os anticorpos aparecem de duas a três semanas após a vacinação. O pico máximo ocorre de quatro a seis semanas e o efeito dura de seis a 12 meses. Em idosos, a taxa de anticorpos pode ser menor.

Quanto custa?
Em média, a vacina custa de R$ 50 a R$ 60 nos laboratórios e clínicas privadas da região.

Até quando vai a vacinação nos postos?
Até o próximo dia 25 de maio. Em Santa Catarina, a previsão é imunizar 915.644 pessoas nos 293 municípios. Na Capital, são 64 mil pessoas do grupo foco da campanha do Ministério da Saúde.

Pode ser aplicada com outras vacinas?
Sim. Desde que seja em locais diferentes.

Onde é aplicada?
Nos adultos, na região do quadril ou no músculo do braço. Nas crianças, na coxa.

Do que é feita a vacina e como ela age?
É composta de vírus mortos da gripe. Ao chegar ao organismo, a vacina estimula o corpo a reconhecer o vírus e a produzir anticorpos, que no futuro criarão uma barreira contra a gripe.

Pode se vacinar se estiver gripado?
Se estiver com febre, é melhor esperar, por precaução.

A vacina tem efeito colateral?
Normalmente, não apresenta qualquer reação. Pode gerar efeitos no local da aplicação, como coceira, calor e mal-estar. Em alguns casos, dor local que dure de dois a três dias.

Tem contraindicação?
Quem tem reação anafilática – alergia severa – relacionada a ovo de galinha, derivados e a Merthiolate (líquido pra passar em machucados) não deve tomar a vacina. Se tiver com febre causada por qualquer outra doença também deve aguardar até que a saúde melhore.

Quem não está no grupo de risco deve vacinar?
A vacina é indicada a todas as pessoas, especialmente quem tem doenças crônicas. Quem estiver fora do grupo de risco abrangido pela campanha pode procurar um laboratório privado. Outra alternativa é pedir para que o médico emita uma requisição para a Gerência Regional de Saúde, permitindo ao paciente tomar uma dose gratuita da vacina nos postos de saúde.

Se eu completar 60 anos depois do dia 25 de maio, posso tomar?
Pela recomendação do Ministério da Saúde, não. Mas se no final da campanha houver vacinas disponíveis, outras faixas etárias podem ser imunizadas.
Fonte: Manual de vacinação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, pneumologista Mauro Sérgio Kreibich e Eliana Curi, responsável pelo Setor de Vacinas da Vigilância Epidemiológica de Blumenau.

 

 


ENTREVISTA
Trânsito e medicina em debate
André Andújar, Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

Os acidentes de trânsito deixam feridos que lotam os hospitais de SC. Somente nas estradas estaduais e federais, 325 pessoas morreram e 6.166 se machucaram neste ano. São vítimas encaminhadas às emergências para receberem atendimento, na maior parte, fraturadas. O presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional SC (Sbot/SC), André Andújar, aponta os desafios da saúde da região com a crescente elevação dos acidentes e a falta de estrutura hospitalar. O assunto será o principal tema do I Fórum de Medicina e Mobilidade Urbana da Grande Florianópolis, marcado para hoje na Associação Catarinense de Medicina (ACM), na Capital. O evento antecede o 18° Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico, no CentroSul, entre amanhã e sábado.

DC – Os traumas de acidentes estão entre as maiores demandas nos hospitais de SC?

Andújar – Temos volume de trauma muito grande nas ortopedias dos hospitais. Existem dois tipos que lotam as emergências: as pequenas torções, como as de tornozelo, e os resultantes de acidentes de trânsito. Cerca de 80% dos atendimentos nas ortopedias do Celso Ramos e do Hospital Regional de São José são de traumas. Desse total, metade é de pessoas que se acidentaram.

DC – Como está o atendimento no Celso Ramos – referência em ortopedia – e no Hospital Regional de São José, perto da BR-101 ?

Andújar – As unidades de terapia intensiva (UTIs) nos dois hospitais estão sempre lotadas de vítimas de batidas nas estradas. Faltam funcionários, o que gera falta de leitos. Um exemplo: de 2003 para cá a população na Grande Florianópolis cresceu quase 30% e o número de ortopedistas se manteve em 20. É preciso duplicar o plantão.

DC – Os hospitais têm estrutura para tratar os acidentados?

Andújar – Em acidentes, quem chega com uma fratura exposta é atendido na hora porque é urgente e o risco de infecção é alto, mas se o paciente de uma batida chegar com uma fratura na tíbia – osso da canela –, tenderá a esperar vários dias.

DC – Quais são soluções para melhorar o atendimento nas ortopedias dos hospitais, sobretudo no caso dos acidentados?

Andújar – Nesta semana, temos dois eventos, estadual e nacional, em Florianópolis, que vão tratar sobre os problemas de trânsito e a saúde da população. Os hospitais precisam de melhores infraestruturas e mais médicos. Além disso, temos que trabalhar com prevenção, e isso depende de toda a sociedade. Se as pessoas tivessem um pouco mais de consciência e cuidado nas estradas, houvesse fiscalização, uma legislação para motos e, inclusive, investimento em transporte público, o número de feridos em batidas seria bem menor. Enquanto for mantido o caos no trânsito, a “bomba” continuará a estourar nos hospitais.

ROBERTA KREMER
Raio X
Números de pacientes apenas com fratura na canela, no hospital Celso Ramos, ajudam a exemplificar o problema
- 250 pacientes foram atendidos entre 2009 e 2011
- 32 anos é a idade média deles
- 85% são homens
- 85% acidentes de trânsito
- 65% somente acidentes de moto
- 54% fraturas expostas
- Tempo médio de internação: 10 dias (média dos pacientes com fraturas expostas: 8 dias/ Fraturas fechadas – aguardando no corredor: 12 dias)

AGENDE-SE
Fórum de Medicina e Mobilidade Urbana
- Quando: Hoje, das 13h às 19h
- Onde: Associação Catarinense de medicina (ACM)
- Realização: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional de Santa Catarina (Sbot-SC)
- 8° Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico
- Quando: entre amanhã e sábado
- Onde: CentroSul, em Florianópolis
- Realização: Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (Sbto)
Fonte: Sbot/SC

 

 


BANCO DE LEITE
Alunos arrecadam recursos para HU

Os 40 alunos da oitava fase do curso de Administração Empresarial da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) estão realizando uma campanha para arrecadar recursos. O dinheiro servirá para a abertura de um banco de leite materno no Hospital Universitário (HU), em Florianópolis.

A meta é conseguir R$ 60 mil até junho. Para isso, eles estão realizando uma série de atividades.

– Fizemos duas festas, e este mês haverá uma pedágios para vender produtos com a marca da nossa campanha, que é “deLeite a Vida”– conta a estudante Débora Puel.

A mobilização dos estudantes é fruto de uma das disciplinas do curso, chamada programação e projetos, em que os alunos devem desenvolver, divulgar e executar ações que beneficiem entidades públicas.

– A iniciativa veio em boa hora. Desde a inauguração do HU, há 17 anos, ainda não se conseguiu implantar um banco de leite. – afirma a nutricionista do HU Ana Berenhauser.

A criação do banco de leite vai permitir que bebês nascidos no HU, especialmente os prematuros, tenham acesso ao alimento, já que algumas mães não produzem leite suficiente ou não podem permanecer no hospital durante o período em que os prematuros precisam ficar na incubadora. Quando falta leite, os bebês precisam se alimentar de bebidas lácteas industrializadas, que custam caro e não têm os mesmos benefícios.

Com a verba da campanha, serão adquiridos refrigeradores, bancadas, autoclaves, pasteurizador, entre outros equipamentos que possibilitam a utilização do leite até seis meses após a coleta. Além do apoio da população, os alunos esperam que os empresários possam colaborar.

 


SEM ATENDIMENTO
Médicos da Capital ainda protestam

Desde cedo na fila do posto de Canasvieiras, o corretor de imóveis Zeri Pereira Junior, 46 anos, voltou para casa de mãos vazias, ontem. Ele precisava pegar com o médico uma renovação de receita dos medicamentos controlados tomados pela esposa, mas teve que deixar os documentos porque os médicos que atuam no local e nas outras 49 unidades de saúde da Capital estavam sem trabalhar.

Esta já é a quarta paralisação dos profissionais só este ano, na Capital. A suspensão do atendimento segue hoje. Os médicos voltam ao trabalho amanhã, mas o atendimento de enfermagem permanece funcionando. Teresinha Leite, 55 anos, também perdeu a viagem ontem (havia marcado consulta há um mês), mas conseguiu uma nova vaga já para a próxima quarta-feira.

De acordo com o Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc), cerca de 80% dos profissionais do município não trabalharam ontem. Ao longo de todo o dia, eles se mobilizaram em frente aos postos de saúde para fazer ações educativas e conversar com os pacientes sobre os motivos do movimento.

A paralisação dos médicos é uma forma de pressionar o prefeito Dário Berger a assinar o decreto que suspende o desconto na gratificação do Programa de Saúde da Família (PSF). Este decreto, segundo os médicos, está pronto há 40 dias e foi elaborado em parceria a própria prefeitura.

Segundo o Simesc, os profissionais recebem o salário de R$ 2 mil e mais a gratificação de R$ 7 mil. Mas, do montante, são descontados R$ 2 mil, valor que corresponderia ao salário. Para o órgão, é este o motivo que levou cerca de 120 médicos a pedirem demissão em um ano e meio. O secretário de Saúde, Clécio Espezim, não se pronunciou a sobre a reivindicação dos médicos.

samia.frantz@horasc.com.br