VACINAÇÃO
Sábado movimentado nos postos
O funcionário público Luiz Alves Martins, 66 anos, não se importou com o mau tempo no sábado de manhã e foi até a nova policlínica do bairro Aventureiro para se vacinar contra a gripe. Luiz é um dos 63 mil moradores de Joinville que devem ser imunizados durante a Campanha de Vacinaçao que vai até o dia 25.
Neste ano, recebem a dose contra a doença gestantes, crianças de seis meses a um ano e 11 meses e idosos. No sábado, mais de 500 profissionais da Saúde trabalharam no Dia D. O número de atendimentos será divulgado hoje.
SAÚDE
Para prevenir a gripe
Campanha nacional de vacinação já começou, com foco em crianças, idosos e gestantes
Pessoas acima dos 60 anos, gestantes em qualquer período da gravidez, crianças entre seis meses e dois anos, indígenas e trabalhadores da área da saúde podem fazer a vacina contra a gripe a partir de hoje na rede pública de saúde. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe vai até 25 de maio e pretende imunizar 24 milhões de pessoas em todo o País.
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir de 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e em 39% a 75% a mortalidade global. Entre os residentes em lares de idosos, a imunização diminui o risco de pneumonia em aproximadamente 60% e o risco global de hospitalização e morte em 50% a 68%, respectivamente. As pesquisas indicam ainda redução de mais de 50% em doenças relacionadas por influenza.
Além da vacina, uma forma simples de prevenir o contágio pelo vírus da gripe é a higienização das mãos. O vírus é expelido por meio de gotículas liberadas através da tosse, do espirro ou mesmo da fala, e se deposita em superfícies. Levar as mãos aos olhos ou à boca após tocar em uma superfície infectada pode levar ao contágio. Para quem está gripado, o cuidado recomendado é usar lenços ao tossir ou espirrar e evitar aglomerações em ambientes fechados.
Saiba mais
O quê: Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe
Quando: até dia 25.
Onde: postos de saúde
Público: pessoas acima dos 60 anos, gestantes em qualquer período da gravidez, crianças entre seis meses e dois anos, indígenas e trabalhadores da área da saúde têm direito a se vacinar pelo Sistema Público de Saúde. Portadores de doenças crônicas com indicação de fator de risco para complicações também têm direito à vacina pelo SUS.
SAÚDE
Prevenção às alergias
Doenças alérgicas têm crescido gradualmente nos últimos anos
Segundo a Organização Mundial de Alergia (WAO, em inglês), aproximadamente 30 a 40% da população mundial sofre de doenças alérgicas, estimando-se que 300 milhões de indivíduos têm asma e 400 milhões são afetados anualmente por rinite alérgica, um fator de risco para asma.
As doenças alérgicas apresentam um crescimento alarmante nos últimos anos observando-se também uma associação com maior gravidade e complexidade nas manifestações clínicas. É preciso ter atenção, pois o retardo na identificação das doenças alérgicas pode resultar em mais complicações, e necessidade de internação. Por exemplo, uma crise de falta de ar isolada, associada a inchaço nos olhos e obstrução nasal, pode estar relacionada a uma crise de anafilaxia, considerada uma urgência médica, obrigando a se levantar um histórico clínico mais criteriosa, pois poderá estar relacionada a causas frequentes de reações alérgicas graves por exemplo, provocadas por alimentos, medicamentos ou insetos.
Para alertar para essas doenças, a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai) lançou a campanha Campanha de Prevenção das Doenças Alérgicas e Apoio ao Dia Mundial de Combate a Asma. “A localização geográfica do Sul, com estações climáticas bem definidas, facilita a proliferação dos ácaros da poeira domiciliar e dos fungos que são responsáveis pela maior frequência das crises alérgicas respiratórias no outono e inverno além de possibilitar maior contato com os pólens na primavera”, afirma Regina Watanabe Di Gesu, especialista em alergia e imunologia.
Além disso, a poluição ambiental, a fumaça do cigarro e as infecções virais atuam como fatores agravantes nos indivíduos portadores de asma e rinite. A rinite é considerada a doença de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas, acometendo cerca de 29,6% entre adolescentes e 25,7% entre escolares brasileiros segundo o Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância (Isaac, na sigla em inglês). Na maioria das vezes se apresenta por sintomas pouco identificados como doença e a busca ao tratamento de maneira geral ocorrem somente quando surgem as complicações (sinusites, asma).
VACINA CONTRA A GRIPE
Primeiro dia com grande movimento
O primeiro dia da Campanha Nacional de Vacinação levou muitos idosos aos postos de saúde de Florianópolis no sábado.
Até as 17h, pessoas com mais de 60 anos, crianças de seis meses até dois anos, grávidas em qualquer período de gestão, indígenas e profissionais de saúde podem procurar um dos centros para serem vacinados.
A meta é imunizar em Santa Catarina pelo menos 744 mil pessoas nos 293 municípios. Na Capital, são 64 mil moradores. A dose é aplicada com injeção e protege contra os vírus da gripe comum, também chamada de sazonal e da gripe A, ou, H1N1. Em 2009, auge da contaminação da H1N1, 2.080 pessoas morreram no Brasil vítimas do vírus. Em 2010, o número de mortes caiu para 148 e, em 2011, para 53.
Em Joinville, a chuva que insistiu em cair na manhã de sábado, atrapalhou as primeiras horas do Dia D da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. O movimento nos postos de saúde e policlínicas estavam tranquilos. O maior número de pessoas acabou sendo registrado nos pontos de vacina dos supermercados. Cerca de 500 profissionais atuaram nos trabalhos neste dia. O resultado do Dia D será divulgado hoje.
ARTIGOS
Silicone: um avanço, por Luiz Augusto Gonzaga*
Há exatamente 50 anos, no Texas (EUA), Timmie Jean Lindsey tornava-se a primeira mulher no mundo a implantar silicone nas mamas. Os responsáveis pela façanha foram dois cirurgiões plásticos americanos _ Thomas Cronin e Frank Gerow _, pioneiros de uma técnica que iria se tornar uma febre mundial.
Na época, sofreram as consequências de seu pioneirismo, junto com a Dow Corning, empresa responsável pela confecção desses equipamentos, que demonstraram não serem tão biocompatíveis como se imaginava, pois se rompiam ao completar 12 anos de vida. A empresa faliu, vítima de milionários processos aos moldes dos norte-americanos, apesar de ter desenvolvido também equipamentos revolucionários de uso em neurocirurgia que salvaram muitas vidas.
Passaram-se 50 anos, período em que houve um importante aumento no diagnóstico do câncer de mama. Nessas cinco décadas, milhares de pacientes foram beneficiadas, vencendo o trauma da mutilação com o uso das próteses. Agora, novamente o silicone tem sua imagem arranhada por casos de adulteração do processo industrial por uma fábrica francesa e outra holandesa. Os tais implantes prejudicaram a imagem de uma realidade cirúrgica que foi consolidada com muito esforço ao longo de anos de estudos e pesquisas.
Felizmente, a reação dos envolvidos foi a melhor possível. Pacientes e médicos, os mais prejudicados, entraram em sintonia de forma muito racional e ponderada: uma troca dos implantes seria necessária e ponto. Enquanto a mídia pondera os prós e contras, o governo lança mão de controles de qualidade dos produtos, o que é uma ação importante, desde que acompanhada de rigor científico. Afinal, o implante é uma conquista médica e reforça a autoestima das mulheres.
*Médico