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OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Investimentos em saúde


Embora em escala menor na comparação com o serviço público, o setor privado também enfrenta dificuldades para atender à demanda na área de saúde em Joinville. O tempo de espera por consulta em certas especialidades ultrapassa os prazos determinados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A resolução entrou em vigor em dezembro e, embora tenha sido anunciada com antecedência, pode ser que as operadoras de planos de saúde ainda venham a levar mais tempo para cumprir todas as determinações no prazo. Assim como a saúde pública, a saúde privada também precisa investir pesado para atender à crescente procura pelos serviços, cada vez mais complexos e, por isso mesmo, elevados.

Os investimentos não públicos vêm crescendo em Joinville. Clínicas e consultórios se espalharam pela cidade, e as estruturas hospitalares foram ampliadas significativamente – mais investimentos estão programados ou em andamento. A reportagem de “AN” da edição de hoje – assim como várias outras já publicadas envolvendo o SUS – mostra a necessidade de crescentes investimentos. E com o envelhecimento acentuado da população joinvilense, como demonstrou o Censo 2010, a saúde vai demandar mais recursos. Atingir uma situação ideal é cada vez mais utópico, mas os avanços não podem parar nunca.

 

Geral


CONSULTAS MÉDICAS
Demora. E com plano de saúde

 

Quarenta dias úteis para conseguir uma consulta médica com um endocrinologista em Joinville. Não, o assunto não é a rede pública de saúde, como o senso comum pode dar a entender. O boom no aumento de conveniados nos planos de saúde da cidade tem gerado uma demanda alta, que nem sempre as empresas conseguem atender. Por causa disso, a fila de espera, especialmente para novos pacientes, pode pegar conveniados de surpresa. E há consultórios que não aceitam pacientes novos.

O jornal “A Notícia” sondou 50 consultórios e clínicas de Joinville, que abrangem dez especialidades, para levantar uma estimativa de quanto tempo os usuários dos quatro maiores convênios da cidade precisam aguardar pelas consultas. Em muitas vezes, foram desobedecidos os prazos de espera para os usuários de planos estabelecidos pela resolução normativa 259 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O que muita gente não sabe é que o convênio é obrigado a oferecer ao cliente uma consulta no tempo estipulado pela agência reguladora.

Consultas em especialidades com demanda rotineira – pediatria, clínica médica, cirurgia geral e ginecologia – precisam ser marcadas em até sete dias úteis, conforme a ANS. Mas o levantamento de “AN” aponta que pais com um filho doente em Joinville podem ter de esperar até 36 dias úteis para consultar um pediatra pelo plano de saúde – demora capaz de levar muitos a preferir os prontos-socorros dos hospitais. A média de espera para consultar um ginecologista é de nove dias úteis.

Para outras especialidades, o prazo-limite é de 14 dias úteis. Mas quem precisar de oftalmologistas, neurologistas e dermatologistas em Joinville pode ter que esperar 20 dias úteis. A especialidade com menos espera é urologia (3,8 dias úteis). No consultório de um neurologista, a informação dada por telefone, na tarde de quinta-feira, foi de que novos pacientes enfrentam fila de espera. Mas se a opção fosse uma consulta particular (ao custo de R$ 280), o horário estaria garantido para o dia seguinte. O caso não é isolado. Quase metade dos estabelecimentos testados admitiu que privilegia consultas particulares em detrimento às de planos de saúde.

Em dez anos, o número de conveniados subiu 31,6% em Joinville, calcula a ANS. Eram 152.359 clientes em dezembro de 2001; o número cresceu para 200.593 em dezembro de 2011. No mesmo período, a população cresceu 20%. Ainda assim, em 2011 caiu o número de reclamações ao Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Foram 11, contra 23 de 2010. A explicação do Procon é de que boa parte dos conveniados busca reclamar diretamente à ANS.

julimar.pivatto@an.com.br

 

 

 

Dercarte de medicamentos vencidos
Duas redes de farmácia da Capital têm esquema especial para inutilizar remédios com data de validade vencida
 

Florianópolis 

Até o ano passado os moradores da Capital que tinham remédios vencidos em casa não tinham um local adequado para descartar os medicamentos corretamente. Porém, desde o início deste ano, duas redes de farmácias da Capital têm recebido frascos, comprimidos, caixas e bulas de remédios fora da data de validade.  Muitos, por falta de orientação, acabam descartando remédios no lixo comum, na pia ou vaso sanitário. Porém essa atitude provoca impactos negativos ao meio ambiente podendo contaminar o esgoto, lençol freático e até chegar aos rios e córregos.

Um contentor instalado nas farmácias separa comprimidos, remédios líquidos e pastosos e as caixa de embalagens  e bulas. O material químico coletado é recolhido por uma empresa especializada em produtos tóxicos  que encaminhará para um aterro especializado ou incineração. As caixas de embalagens, cartuchos de comprimido e bulas são separadas e encaminhadas para reciclagem, material recolhido pela Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital). O serviço é gratuito.

Para a engenheira sanitária da Comcap Karina de Souza hoje as pessoas tem repensado e mudado de atitude, por causa da própria problemática da questão e também por meio de projetos de educação ambiental. Segundo ela, os postos de saúde também recebem medicamentos vencidos e desde 2010 o Ministério do Meio Ambiente discute o assunto por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos e a logística reversa, um acordo em que as empresas que produzem este tipo de material devem ser responsáveis também pelo recolhimento. "Descartar incorretamente pode contaminar os rios e comprometer todo o sistema de tratamento de água. Os aterros comuns não estão preparados para filtrar estes resíduos químicos, por isso é necessário um cuidado especial. É uma questão muito séria, estes resíduos podem ser extremamente perigosos", esclareceu Karina.

Objetivos dos projetos

Na  rede de farmácias do Sesi  o programa “papa-pílula" iniciou em janeiro deste ano em todas as lojas da rede. A iniciativa foi motiva pelos próprios clientes que vez ou outra perguntavam se podiam levar os remédios vencidos até a farmácia. Em quarto meses já foram recolhidos mais de 34 mil medicamentos, a média semanal é de 100 a 200 remédios por loja.

A farmacêutica Fernanda Souza, 32, afirma que o comprimido é o tipo de medicamento mais recebido. Além da importância ambiental, ela afirma que o projeto também alerta para o cuidado que se deve ter em não ingerir medicamentos fora da data de validade: “O remédio vencido pode se tornar tóxico e provocar uma série de efeitos colaterais e intoxicações. O descarte aqui é uma maneira de preservar o meio ambiente e orientar as pessoas sobre o uso correto do medicamento".

A administradora Mariana Bianco Borba, 30, conheceu o serviço quando fazia compras e ficou contente com a novidade. Ela contou que é sua mãe e médica, mas mesmo assim descartava os medicamentos no lixo comum porque não sabia onde colocar. "É como as pilhas e baterias que também não sabemos muito o que fazer e onde jogar fora.  Tenho um filho de um ano e meio e dificilmente usamos uma dose inteira do remédio, parte acaba indo fora. Achei uma excelente ideia e agora sei como lidar com isso”, animou-se Mariana.

Na farmácia Panvel, os medicamentos são recolhidos por meio do programa Destino Certo, que foi lançado em Florianópolis em dezembro de 2011. Algumas lojas tem uma estação coletora onde os remédios e embalagens são separados. Uma máquina  registra os resíduos coletados digitalmente e o cliente pode conferir no site os resultados alcançados pelo programa. Na loja da Praça 15 de Novembro, no Centro da Capital, por exemplo, são recolhidos, em média, de três a cinco quilos a cada quinze dias. “É uma preocupação com o bem estar da população, o cliente faz parte do projeto conosco e assim colaboramos juntos para conscientização e preservação do meio ambiente”, afirmou Lenio do Nascimento, 32, gerente da Panvel.

No caso das seringas, agulhas e materiais cortantes o ideal é que sejam levados aos postos de saúde, as farmácias não tem um local de descarte específico para este tipo de material. Porém, as duas redes informaram que quando recebem este tipo de material  de um cliente descartam junto com as seringas utilizadas na farmácia e dão o destino correto para os resíduos.

FARMÁCIAS QUE POSSUEM COLETA DE MEDICAMENTOS VENCIDOS:

Rede Sesi - Todas as farmácias da rede em Santa Catarina

Algumas lojas:

Rua Conselheiro Mafra, 301, Centro

Rua General Liberato Bittencourt, 1773, Estreito

Rua Lauro Linhares, 2135, Trindade

Mais informações no site: www.papapilula.com.br

Rede Panvel - Nas seguintes lojas de Florianópolis:

Praça XV de Novembro, 23, Centro

Rua Coronel Pedro Demoro, 1814, Estreito

Rua Henrique Veras do Nascimento, 110, Lagoa da Conceição

Mais informações no site: www.descarteconsciente.com.br

 


Médicos x Plano x Paciente

Os pacientes reclamam dos médicos que por sua vez reclamam dos planos de saúde e essa ciranda continua sem uma solução. No ano passado houve uma manifestação pública que se repetiu este ano, onde centenas de profissionais em várias Capitais do país chamaram a atenção da população e do poder público sobre a situação deles com os planos de saúde. Problemas que acabam estourando no colo dos pacientes, que pagam a conta e se sentem lesados. O movimento deve se repetir em junho até porque a Agência Nacional de Saúde Suplementar não deu até agora uma resposta a uma das categorias, por incrível que pareça mais desprotegida diante dos planos de saúde. Imagina o paciente. E os contrastes prosseguem diante da precariedade do SUS, que deveria abrigar e fornecer um atendimento universal, mas em contrapartida aos planos privados crescem alcançando praticamente 50 milhões de brasileiros. Esta faltando diálogo o que acaba atingindo que precisa ser protegido e atendido.

 

Levantamento feito por “AN” em 50 clínicas e consultórios de Joinville mostra que tempo de espera por atendimento pode levar mais de 40 dias úteis para conveniados. O prazo da agência reguladora dos serviços é de até 14 dias úteis