PLANOS DE SAÚDE
Médicos cancelam consultas no Norte
No dia do protesto nacional de médicos contra planos de saúde, marcado para ontem pelo Conselho Federal de Medicina, a Sociedade Joinvilense de Medicina afirma que profissionais da cidade foram orientados a avisar por telefone os pacientes que teriam consultas desmarcadas. O presidente da sociedade, Tomas Dobber, disse ontem não ter números relacionados à adesão dos médicos à manifestação. Segundo ele, isso seria divulgado hoje. Mas a categoria não foi às ruas na cidade, como ocorreu em outros Estados.
Segundo Renato Polli, presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremesc) e médico em Joinville, durante a última manifestação, em setembro, a estimativa da adesão nas grandes clínicas das maiores cidades do Estado repetiu a média nacional: 70%. Ele afirma que a “pressão” para forçar diálogo com planos de saúde que têm se mostrado reticentes a negociar honorários e formas de atendimento com os profissionais não deve atrasar por mais que alguns dias as consultas eletivas.
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que planos são obrigados a garantir o acesso de beneficiários aos serviços. No caso de consultas e cirurgias agendadas, operadoras terão de providenciar novos horários, respeitando prazos previstos pela ANS. Quem se sentir prejudicado pode reclamar pelo Disque ANS: 0800-701-9656.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Juiz reduz jornada de técnicos
Uma decisão liminar da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville reduziu a jornada de trabalho de quatro funcionários do Hospital Municipal São José de 44 para 24 horas semanais.
Os técnicos Claiton Lucho, Cristiane Rodrigues Godoy, Fabio Rodrigo de Carvalho dos Santos e Tania Maria Fernandes trabalham no setor de angiorradiologia (chamado de cateterismo) e reivindicam jornada reduzida e adicional por insalubridade pela exposição diária a aparelhos de raios-x, que usam radiação.
Segundo o juiz Roberto Lepper, a jornada menor não deve impactar nos salários, como define lei federal de 1985. O hospital recebeu 20 dias para se manifestar e pode recorrer. Em 2010, o setor de braquiterapia (radioterapia contra câncer no colo do útero) do hospital foi fechado após protestos similares de funcionários. As pacientes têm sido encaminhadas a Florianópolis.
PICO DE DEMANDA
Pacientes menos graves tiveram de esperar no Infantil
O movimento no pronto-socorro do Hospital Infantil de Joinville foi acima do normal à tarde e na noite de ontem. Pacientes com proble-mas menos graves tiveram de esperar até cinco horas. Segundo a dire-ção, três pediatras, um ortopedista e um cirurgião estavam de plantão.
Sobre a boataria de que voltaria ao comando do Hospital São José, o médico Renato Castro diz não ter recebido convite algum do prefeito Carlito. E se receber, o atual diretor do Regional analisaria. “Mas meu compromisso é com Dalmo Claro”, diz Renato, em referência ao secretário estadual de Saúde
Visor
HOSPITAIS DE PIRES NA MÃO
Tércio Kasten, presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de SC, fez uma via-sacra, ontem, em Brasília, na tentativa de liberar recursos já autorizados, mais ainda contingenciados, para hospitais privados e filantrópicos do Estado. A bagatela hoje, trancada nos escaninhos de Brasília, gira torno de R$ 25 milhões. Estes mesmos hospitais que, hoje, respondem por 80% dos leitos do SUS em Santa Catarina.
geral
PLANOS DE SAÚDE
Estados fazem protesto
Diferentemente de outros nove estados brasileiros, o Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde – 25 de abril – não foi marcado por paralisação no atendimento em Santa Catarina.
No Acre, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e no Piauí, médicos insatisfeitos com os honorários e credenciados em operadoras de planos de saúde interromperam as consultas e exames por 24 horas. Entre as principais reinvindicações estão reajuste anual e multa para atraso no pagamento dos profissionais de saúde.
De acordo com o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc), no Estado o atendimento não foi interrompido porque a classe já vem realizando manifestações desde janeiro. Em vez de parar, os médicos que atendem pela Agemed e pelos planos do grupo Unidas são orientados a cobrar pela consulta e emitir um recibo ao paciente para ele ser ressarcido pela operadora.
De acordo com o presidente da Simesc, Cyro Soncini, 40% dos médicos catarinenses seguem mobilizados desde o início do ano e só atendem os pacientes de pelo menos 25 planos de saúde do Estado mediante a cobrança de consultas
MOACIR PEREIRA
Saúde: as boas notícias
A diretoria da Unimed de Florianópolis marcou para o dia 23 de maio a inauguração da mais moderna unidade de atendimento hospitalar emergencial de Santa Catarina e das mais bem equipadas do Brasil. O Núcleo de Atenção à Saúde (NAS) vai beneficiar os 215 mil clientes da Capital e todos os demais segurados espalhados pelo Estado. Com este novo serviço, o atual núcleo, que funciona nos fundos do Colégio Catarinense, passará a atender exclusivamente a pediatria.
A boa nova acontece na véspera de duas comemorações históricas na área da saúde. A Associação Catarinense de Medicina celebra amanhã 75 anos de fundação. E a Academia Catarinense de Odontologia festeja o 20º aniversário com uma extensa programação no município de Tijucas. No Anfiteatro Leda Regina de Souza, às 10h, os imortais da odontologia homenagearão os colegas ex-prefeitos Lauro Vieira de Brito e Kalil Boabaid. Outorgarão a Medalha de Mérito em Docência aos professores Delmo e Telmo Tavares, e de Mérito Acadêmico ao professor Rubens Barreto. Três homenagens por 50 anos de atividade constante na odontologia serão prestadas a Saulo Rogério de Albuquerque, Caetano Vieira da Costa Netto e Iara Noceti Ammon.
Os eventos na medicina acontecem a partir das 21h. Serão prestadas homenagens especiais aos ex-presidentes Júlio da Silva Cordeiro, Murilo Capella, Henrique Prisco Paraíso, João Nilson Zunino, Jorge Abi-Saab Neto, Genoir Simoni e Maria Regina Ghellar, a única mulher a ocupar o cargo durante todo o período. Carlos Correa, primeiro presidente, foi imortalizado com o nome de maternidade. Entre os 30 presidentes, Polydoro São Thiago construiu o Hospital Universitário da UFSC; Armando Moniz de Aragão e Prisco Paraíso, secretários da Saúde; Arthur Pereira Oliveira, da Academia Catarinense de Letras, Djalma Moellmann, fundador da Casa de Saúde São Sebastião. A ACM tem hoje na presidência o médico Aguinel José Bastian Júnior, também presidente do Conselho Estadual das Entidades Médicas.
BANDEIRAS
Campanhas e projetos de interesse público marcaram os 75 anos da ACM. A mobilização pela instalação de uma faculdade de Medicina nasceu na entidade, a partir de 1957. O Conselho Regional foi fecundado dentro da associação. Hospitais edificados no Estado tiveram a ACM na linha de frente. A defesa dos hospitais públicos e da ética profissional permanecem até hoje como suas bandeiras.
A constituição e expansão da cooperativa médica encontrou solo fértil dentro da associação, como destaca o presidente da Unimed de Florianópolis, Genoir Simoni. O plano de verticalização dos serviços médico-hospitalares, agora em execução, tem entusiástico apoio da atual diretoria da Unimed. Objetiva a qualificação dos serviços aos pacientes e a ampliação do número de segurados por uma medicina de alto nível.
Genoir Simoni garante: o Núcleo de Atenção à Saúde da Trindade terá o que há de mais moderno em exames com tecnologia de imagem. A última palavra em ressonância magnética, tomografia computadorizada, mamografia, radiografia e ecocardiografia, entre outros, estará na nova unidade a partir de maio. Nem os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein – assegura o presidente da Unimed-Florianópolis – possuem estes equipamentos. A capital catarinense vai ingressar em novo patamar em qualidade de assistência hospitalar na unidade da Trindade, que terá 10,5 mil metros quadrados e capacidade de atendimento de 500 pacientes-dia.
A Unimed da Capital é a maior de SC e a terceira do Sul do Brasil.