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SAÚDE PÚBLICA
Tomio prepara a saída
Prazo para o médico deixar direção do Hospital São José é até o fim do mês

Paranaense de Loanda, há 18 anos em Joinville e 15 trabalhando como servidor do Hospital Municipal São José, o atual diretor-geral da unidade, Tomio Tomita, pediu para sair, como “AN” antecipou na edição de ontem. Ele solicitou a exoneração da direção na quinta-feira ao prefeito Carlito Merss (PT), mas fica até o fim do mês no cargo – que ocupa desde 2009. Por enquanto, o novo nome de confiança ainda não foi anunciado.

O cargo de Tomio não lhe deu descanso neste ano. Em janeiro e fevereiro, o pronto-socorro do hospital que mais atende na cidade apresentou ponto crítico de superlotação e chegou a limitar o socorro. Na quarta-feira, a Prefeitura autorizou o repasse do terceiro aditivo para tentar concluir o 4o andar do hospital, uma reforma inaugurada em 2008 que nunca funcionou totalmente.

Ainda que os entraves sejam muitos, Tomio afirma que deixará a chefia para voltar a trabalhar como médico anestesiologista, a pedido de colegas. “A demanda nesta área aumentou na cidade. Neste momento, eles precisam da minha ajuda. Estou acatando a solicitação. Tenho só que agradecer a meus colegas, que me apoiaram nessa jornada”, afirmou. Ele diz que continuará atendendo no hospital, até porque, como lembrou, é servidor concursado.

Tomio aparentava tranquilidade ao falar com a imprensa ontem à tarde. Ele explicou o fato afirmando estar contente com o trabalho realizado nos últimos anos. O médico assumiu a gerência técnica do São José de 2007 a 2008; e a direção em 2009, quando Carlito assumiu a gestão da Prefeitura.

Para isso, ele enfatizou o pagamento de R$ 13 milhões da dívida de R$ 18 milhões com fornecedores que a autarquia acumulava até três anos atrás. “Os fornecedores voltaram a fornecer, e novos apareceram para participar das licitações”, comentou. O fato de a Prefeitura ter passado a bancar a folha de pagamento dos funcionários explica muito desta mudança. Hoje, o hospital gasta cerca de R$ 4 milhões mensais com os salários de 1,1 mil funcionários.

Como sugestão para o novo gestor, Tomio não citou focar na contratação de profissionais. Segundo ele, o principal problema é a infraestrutura do hospital, que reúne partes do prédio antigo, de 1963, com novas alas e obras que engatinham. A mais extensa é o Complexo Ulysses Guimarães, anexo ao prédio, cujo primeiro prazo de conclusão era 2005.

O maior problema do São José, diz ele, é espaço. A unidade tem apenas 12 leitos de cirurgia geral, no primeiro andar. E o repasse de R$ 12,5 mil para a conclusão do 4º andar, que faz o custo chegar a R$ 575 mil, não será a solução definitiva, lembrou Tomio.

 


SAÚDE PÚBLICA
“O desafio é sanar o gerenciamento de leitos
”Ao fazer um balanço dos mais de três anos que ficou à frente do Hospital Municipal São José, o médico Tomio Tomita preferiu salientar o lado positivo. “

Teve a construção da casamata para trazer o acelerador linear [aparelho radioterápico comprado pelo Estado]. O novo almoxarifado, equipamentos que adquirimos com recursos próprios, arrumamos o elevador, pagamos dívidas”, enumerou. Citou o começo da implantação do software de gestão no hospital, que deve tornar os prontuários digitais até 2014. Ao explicar os problemas, ele falou da falta de leitos e do alto número de pacientes de baixa complexidade atendidos no hospital. E não escapou de citar uma alegada herança da gestão anterior.

Quais desafios o novo diretor encontrará pela frente?

Tomio – Considero ser preciso dar continuidade na gestão pública, ter metas. Nosso grande problema (da gestão) é que tivemos que resolver muitos problemas antigos na instituição. Isso não deu visibilidade, porque era um buraco muito grande que tínhamos que resolver. Mas do ponto de vista inicial, agora o desafio é esse: dar essa continuidade, tentar sanar os problemas de gerenciamento dos leitos.

O pronto-socorro hoje atende a casos de baixa-complexidade, que poderiam ser resolvidos em prontos-atendimentos. Como resolver esta questão?

Tomio – Atualmente, o pronto-socorro atende a cerca de 3,2 mil pessoas por mês. Aproximadamente 20% destas pessoas ainda são de fora de Joinville. E a maioria destes atendimentos é de baixa complexidade. Grandes traumas são minoria. A ideia de contratar a van para levar estas pessoas até os PAs era uma fala que tínhamos [a sugestão foi feita em março, mas não chegou a ser realizada]. O impacto não seria tão importante assim, mas a possibilidade não foi descartada. Hoje não existe necessidade de alguns pacientes estarem no São José. Isso tem dificultado a nossa logística interna. Mas quando ele entra no hospital, a gente não pode simplesmente dizer: você pode ser atendido em outro lugar e pode ir embora. O médico absorve os pacientes que chegam. Atendemos a todos.

 

No Regional
Anestesiologista como Tomio Tomita, Renato Castro continua no comando do Regional e acredita em melhorias no atendimento do hospital nas próximas semanas, quando começam a trabalhar os aprovados no último concurso. A maioria dos convocados será chamada para o pronto-socorro.


Desejo
A Sociedade Joinvilense de Medicina se diz ansiosa para que seja escolhido um médico para substituir Tomio Tomita no comando do São José. Tomio, médico, pediu demissão, mas deve ficar mais algumas semanas. A SJM quer alguém com perfil semelhante, com conhecimento de gestão e medicina.

 

 


CASO DAS ENDOSCOPIAS
Famílias não podem mais recorrer

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (Cremesc) divulgou, ontem, uma nota oficial sobre o caso do julgamento ético do médico Denis Conci Braga.

Ele é o responsável pela clínica onde três pacientes morreram após exames de endoscopia em Joaçaba, no Meio-Oeste, em maio de 2010. De acordo com a entidade, não cabe recurso das famílias das vítimas em relação à pena administrativa, de 30 dias de suspensão, publicada e cumprida em 2011.

De acordo com a nota, caberia recurso se as famílias estivessem na condição de denunciantes. No entanto, este foi um processo ex officio, onde o denunciante foi o próprio Conselho, que tomou as devidas providências, segundo a entidade.

À época, o Cremesc assumiu a responsabilidade, uma vez que as famílias das vítimas declinaram da condição de denunciantes.

O Cremesc salienta que, do ponto de vista ético, o médico foi julgado e penalizado e que esta decisão é independente do processo judicial.

A pena podia variar de advertência até a cassação do registro. A família das vítimas criticaram a punição por achar muito branda.

 

VIDA E SAÚDE
Medicamentos

Guardar os medicamentos em local fora do alcance das crianças. Ter os números telefônicos do Samu (192) e do CIT (0800-721-3000) anotados em lugares estratégicos e de fácil acesso pode facilitar na hora do desespero, caso um acidente ocorra.